quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Qual é então a alternativa ao confinamento compulsivo?

O confinamento não é eficaz por causa da evolução do vírus.

Claro que todos os estimados leitores estão a pensar que o bloggista "demagogo, direita-populista, racista, xenófobo" diz mal de tudo mas não tem ideias para nada. Em termos rigorosos, estes epítetos são repetidos pelos esquerdistas relativamente ao candidato André Ventura que terminam afirmando que "O ventura nos insulta falando do batom". 

O que, de facto, o Ventura quis referir foi a maquilhagem que as jovens meninas usam no Japão, Harajuku On'nanoko, em que tentam se assemelhar a figuras da banda desenhada, como se fossem bonecas de brincar e nada de pejorativo.  Acontece que, por acaso, a Marisa Matias já não é uma menina e está mesmo toda rebentada. 

O problema é que os esquerdistas usam as técnicas dos manipuladores. Pegam numa palavra ou afirmação sem qualquer importância, isolam-na, torcem-na e transformam-na num slogan. Quem já teve relações amorosas problemáticas sabe ao que me estou a referir.

-Hoje estás muito bonita!

-Queres dizer que nos outros dias estou feia?

-Não foi isso que eu quis dizer.

-Mas foi o que disseste.

-O que é que eu disse?

-Que sou feia.

-Não disse nada disso!!!!

-Além de teres dito que sou feia ainda és um mentiroso, bem me avisou a Joana.

- Quem é a Joana?

-Não te faças se sonso, sabes bem quem é, estás sempre a olhar-lhe para as mamas.

- Mamas? Nem sabia que ela tinha mamas.

-Afinal sempre lhe olhaste para as mamas!

Blá blá blá...

Fig. 1 - A cultura rígida do Japão pré WWII deu origem a uma sociedade muito exagerada. E estas meninas não estão a cometer qualquer atentado contra as mulheres.


Voltemos aos vírus.

Motivado por recombinações e mutações genéticas aleatórias, ao longo do tempo vão aparecendo novas variedades do vírus. E, no processo de evolução da espécie, as variedades que têm mais "filhos" (que se propagam mais facilmente) vão substituindo as que têm menos "filhos" (o número de "filhos" é o R).

Imaginemos uma situação em que existem 1000 contaminados com a variação "lenta" e que o confinamento conseguiu reduzir o R para 0,85 (é a situação vivida em meados de Março de 2020). Isto que dizer que, daqui a 5 dias, o número de contaminados diminui de 1000 para 850 e passados 10 dias para 723 (5 dias é o "tempo de gestação" do vírus).

Se surgir uma recombinação "rápida" numa pessoa (que representará apenas 0,1% do total) com transmissibilidade 50% superior à variedade "lenta", apesar de o nível de confinamento conseguir reduzir o R dos 1000 contaminados para 0,85, a "pessoa" com a versão "rápida" vai-se começar a propagar porque tem, mesmo com confinamento, um R superior a 1, de 0,85*1,5 = 1,2835.

Inicialmente, o confinamento parece dar resultado pois o número de novos infectados vai diminuindo mas, ao fim 3 meses, mesmo com confinamento, o número de contaminados começa a aumentar ultrapassando o máximo anterior (ver Fig. 2). Depois, aperta-se o confinamento que recomeça a "onda" (os casos recomeçam a diminuir até que nova variedade toma conta da situação).

Fig. 2 - Simulação do efeito do aparecimento de uma variedade 50% mais contagiante


Se olharmos para a evolução do número de contaminados em Portugal, observamos esse fenómeno repetidamente (Fig.3). 

Fig. 3 - Evolução do número de novos positivo ao Covid-19 em Portugal (dados, DGS)

Mas afinal o que se pode fazer? Qual é a alternativa?

Será chamar  "orçamento suplementar" ao "orçamento rectificativo"?

Será chamar "cativações" à "austeridade"?

Será chamar "isolamento" ao "confinamento"?

Não.

 

Primeiro - Tirar as janelas e as montras dos estabelecimentos e dos transportes colectivos.

Toda a gente sabe que os ambientes fechados, sejam restaurantes, cafés, comboios, autocarros, ginásios ou salas de aula, aumentam a transmissibilidade do vírus. 

Se estão 50 pessoas num autocarro e alguém contaminado tosse ou espirra, é necessário expulsar para o exterior os perdigotos o mais rapidamente possível.

O problema é que, mal as televisões mostraram salas de aula em que os alunos estavam com frio, hospitais em que os pacientes estavam tapados com cobertores, pais a queixarem-se de os filhos estavam de anoraque na sala de aula, logo o governo mandou fechar as janelas.

Na semana passada fui vigiar um exame onde estiveram mais de 300 alunos durante 2 horas e não havia uma única janela aberta. Eu levei roupa com fartura a pensar que estariam os 3 graus que diziam estar no exterior (levei 3 pares de calças, duas camisolas e um anoraque de penas que comprei no Rui Cigano a 6 peças por 5€) mas tive que a tirar quase toda pois o calor era impossível de tolerar.

Para não haver a tendência de fechar as janelas, deve o aquecimento ser desligado e as janelas retiradas e guardadas na arrecadação.

É melhor apanhar algum frio do que ter que encerrar as escolas.

 Nos restaurantes, cafés, lojas, centros comerciais é preciso mandar retirar as janelas e as montras e, havendo necessidade disso por questões de segurança contra intrusões dos amigos do alheio, substitui-las por grades. Tenho a certeza que se disserem a um restaurante, loja ou centro comercial "pode ficar aberto se retirar as janelas e a montra", todos o aceitam.

Também é necessário retirar as janelas dos comboios e dos autocarros. Ficam apenas as janelas nos aviões :-)

Quem não quiser apanhar com o vento, fica em casa em confinamento voluntário.

Retirar as janelas é muito mais fácil de controlar pela polícia que o simples abrir pois não pode haver um polícia a tomar conta de cada janela. Já se sabe que, mal vem um corrente de ar, logo uma alma caridosa vai fechar a janela.


Segundo - Fazer hospitais de campanha com o nível de serviço possível.

Na vida há sempre que comparar alternativas. O que será melhor, ter um local com cama, oxigénio, cuidados de higiene, alimentação propiciado por pessoas com pouca formação ou deixa-las a morrer nos lares, dentro das ambulâncias ou nos corredores dos hospitais super lotados?
 
Como eu disse, a solução vem das fábricas de automóveis.
Quando, em 1900, o Ford se propôs fazer automóveis baratos, havia o problema de um trabalhador para ser capaz de fazer um automóvel precisava 7 anos, 84 meses de aprendizagem. Digamos que se passava algo parecido com o que acontece com os médicos e os enfermeiros que precisam longos anos de formação.
Mas o Ford, juntamente com os seus engenheiros, teve a ideia de dividir a manufactura de um carro em 84 partes e em que cada trabalhador só precisava de aprender a fazer uma parte. 
Se antes a fábrica precisavam 1000 trabalhadores que tinham passado 7 anos a aprender a fazer um carro, agora tinham 10 engenheiros (que sabiam fazer um carro) e 1000 trabalhador que sabiam apenas fazer uma operação. Juntando na linha de montagem trabalhadores com conhecimentos diferentes, supervisionados pelos 10 engenheiros, tornou-se possível construir um carro com trabalhadores que, apenas um mês antes, não sabiam fazer nada.

Precisamos criar socorristas Covid.
Vamos supor que um médico  mais 5 enfermeiros conseguem dar apoio a 10 doentes Covid-19. Se precisamos de acudir a 1000 doentes, não há onde ir buscar novos médicos e enfermeiros porque a formação dos médicos e dos enfermeiros demora muitos anos a aprender coisas sobre muitas doenças mas que não são necessárias para dar apoio a um paciente covid-19.
Inicialmente, médicos e enfermeiros identificar as operações mais simples de apoio aos pacientes covid-19 e ensinam rapidamente a uma pessoa indiferenciada, digamos que durante 1 mês. 
Depois, um médico e 5 enfermeiros mais 100 socorristas já poderão dar apoio a 100 doentes covid-19.
Não será o mesmo que ter 10 médicos e 50 enfermeiros mas é melhor do que ter os pacientes a morrer dentro das ambulâncias.
Será semelhante à formação que têm os socorristas que acodem aos doentes nas ambulância.

Terceiro - É preciso dar informação às pessoas.

Uma aplicação do tipo Stayaway covid é importantíssima para transmitir informação às pessoas mas, a assumir os portugueses como desonestos (se a introdução dos dados fosse livre, toda a gente ia enganar) e a preocupação bacoca em garantir a privacidade das pessoas, tornou o projecto um fracasso.
É preciso adaptar a aplicação para que
 
1= Seja o utilizador a introduzir os dados, sem qualquer código, pois isso não está a funcionar.
Além dos casos positivos, o utilizador deve poder introduzir, quando lhe apetecer, sintomas como tosse, febre, espirros, dores de cabeça, etc.
O utilizador deve ainda poder inserir a informação quanto a estar com máscara, o recinto ser aberto e mesmo se está num comboio, escola ou restaurante.

2 = A aplicação deve dar, em cada momento, a probabilidade de a pessoa estar infectada e não apenas que "esteve a menos de 2 metros e por mais de 30 minutos de uma pessoa que testou positivo".
É diferente se essa permanência foi feita com máscara e local aberto ou dentro de um autocarro, sem máscara e com as janelas fechadas.

3 = Se a pessoa autorizar, deve ser possível indicar o nome da pessoa que testou positivo.
Por exemplo, no meu judo houve o anúncio de que alguém testou positivo. Claro que eu sabendo quem foi, que eu não tinha feito com ele e que ambos estivemos com máscara retirou-me preocupação.
 
De qualquer forma, já tive covid-19.
No dia 1 de Dezembro comecei a ter dores de garganta diferentes do que alguma vez tinha tido, como se tivesse bebido ácido, tosse um bocadinho produtiva, principalmente enquanto estava deitado, e ranho com pus. De vez em quando tinha um bocadinho de falta de ar, tipo um pequenino ataque de asma mas, concentrando-me, voltava a respirar normalmente.
Comecei a tomar desloratadina e paracetamol e a dor de garganta durou uma semana e a tosse forte começou a diminuir ao fim de 2 semanas.Hoje, ao fim de 8 semanas, estou quase completamente sem tosse.
Bem, já antes eu tinha um pouco de tosse porque tenho um pouco de refluxo.
 
Bem sei que morrem muitas pessoas.
Mas temos que ver o lado positivo, é que, felizmente, a maioria dos infectados não sofre nada ou quase nada.
Tentarem meter medo aos jovens com notícias falsas é a melhor forma de desacreditarem a informação.
Deveria ser dada informação correcta, a lista em excel com todas as pessoas infectadas, a sua idade, se foram hospitalizadas e se, no entretanto, foram dadas como coradas ou morreram, para que cada qual possa decidir de forma correcta.
Se os esquerdistas querem tornar legal a eutanásia, não faz sentido obrigarem as pessoas a estar fechadas em casa.

Finalmente, a vacina e a imunidade.
Não deixa de ser uma tábua de salvação mas ainda é cedo para tirar conclusões.
Só quando o número de novos infectados começar a diminuir é que posso passar a confiar na eficácia das vacinas.
Na Índia, sem vacina, o número de novos positivos na última semana (13-20 de Janeiro de 2021) é apenas 15,4% do máximo observado em meados de Setembro de 2020 (ver, Fig. 4).
Enquanto o número de novos positivos estiver alto, vou-me mantendo atento e cívico (não me aproximo de ninguém sem ter a máscara). 

Fig. 4 - Evolução do número de casos na Índia relativamente ao máximo de meados de Setembro 2020

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