quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Covid-19: o problema na vacina Oxford e o negacionista Trump

Comecemos pela guerra Esquerda // Direita.

Na nossa comunicação social e um pouco pela de todo o mundo, o que a Esquerda faz está sempre certo e o que a Direita faz está sempre errado.
Em particular, no ataque ao covid-19 surgiu, pelo lado da Direita, a normal resposta liberal, que a resposta deve ser individual, cada pessoa deve-se preocupar com a sua vidinha e proteger-se o melhor que puder. Depois, o vírus vai seguir o seu caminho e, quando se fartar de infectar pessoas, logo desaparece.
Pelo lado da Esquerda surgiu a resposta colectivista, em que a resposta tem que ser da sociedade como um todo, comandada por um novo staline. Retiram-se as liberdades ao indivíduo, obriga-se por lei que toda a gente fique fechada em casa e quem não respeitar levar cacetada da grossa e multas. Neste caso, o indivíduo é assumido como mentecapto e o nosso stalinezito é que sabe o que deve ser feito para o nosso bem.

O negacionista Trump (USA-Direita) e o iluminado Sanches (Espanha-Esquerda).
O problema dos esquerdistas é que a evidência nega a sua estratégia de limitar as liberdades individuais.
Naturalmente, se toda a gente ficar fechada dentro de casa, o vírus deixa de se poder reproduzir. O problema que se sabia desde o primeiro dia do confinamento é que isso não era possível ser feito por um período longo de tempo.
Se não se conseguia manter as pessoas fechadas dentro de casa até o covid-19 desaparecer, essa redução das liberdades individuais mais não foi/seria que uma perda de tempo e de dinheiro.

O que é preciso é manter a liberdade das pessoas poderem optar mas com informação.
Quando numa zona existem muitos assaltos, se essa informação for partilhada com a comunidade, as pessoas reforçam as portas e retiram os bens de valor de suas casas.
Reforçar a polícia e os tribunais será um caminho possível mas que terá que ser comparado em termos de custos com o reforço individual da segurança.
Passa-se o mesmo com as doenças.
Com informação, as pessoas optam entre manter a sua vida (com risco aumentado de serem infectadas) ou mudam de vida passando a protegerem-se.
Umas pessoas vão manter a sua vida porque assim querem ou a isso são obrigadas (por isso é que ainda há pessoas a trabalhar em profissões perigosas). Outras vão optar por evitar as outras pessoas e lugares fechados.

Vamos aos dados USA//Espanha.
Os USA têm um presidente, o Trump, que, no dizer da nossa comunicação social e mentes iluminadas, um sub-homem, sem inteligência, negacionista da ciência, mentecapto, demagogo, populista, racista e de cor laranja.
Pelas mesmas mentes, a Espanha é governada pelo Sanches que é exactamente tudo que o Trump não é mas que deveria ser.
O problema é que, nos USA, as pessoas foram obtendo informação e, de forma livre e informada, foram-se adaptando à doença.
Se, numa primeira fase, houve sucesso na Espanha (que reduziu o número de novos infectados por semana por 100 mil habitantes de 120 para apenas 5) e pouco sucesso nos USA (que em meados de Julho atingiu 140 novos infectados por semana por 100 mil habitantes), no últimas 6 semanas as coisas inverteram-se completamente.
Os USA desceram de 140 para 78 enquanto que os espanhóis subiram de 5 para quase 140. 

Evolução do número de positivos ao Covid-19 semanal por 100 mil habitantes, USA e Espanha
(dados, Wiki; cálculos e grafismo do autor)

Vamos ao problema da vacina da Oxford.
A vacina da Oxford é com vírus vivo transgénico.
A Oxford pegou num vírus que não causa grandes problemas (um adenovírus que causa um pequeno resfriado), junta-se-lhe um gene do Covid-19 e injecta-se o novo vírus nas pessoas.
Com esta estratégia procura-se que o novo vírus herde a benignidade do adenovírus (a sua "mãe") e a resposta imunitária do covid-19 (o seu "pai").

Onde está o maior problema.
É que o novo vírus está vivo e é capaz de se reproduzir. Pode acontecer que herde a perigosidade do "pai" em termos de capacidade de contágio e mortalidade, tornando-se uma nova doença infecciosa de consequências imprevisíveis.
Em Abril, quando ainda havia pouca informação, levantei a hipótese de que o Covid-19 é uma vacina falhada contra o Covid-02 e ainda penso o mesmo.
Disse na altura que injectar lixívia na veia das pessoas poderia matar a pessoa mas a "doença" não se propagava enquanto fazer uma vacina com vírus vivo pode curar a pessoa mas começar a propagar-se e matar outras pessoas aos milhões.
Imaginem que o novo vírus é testado apenas em pessoas com globulina-alfa-1 (95% da população) e verifica-se que é totalmente inofensiva e eficaz. Mas pode acontecer ser mortal para quem tem hemoglobina-alfa-2 e beta (5% da população). De repente, a vacinação mata 400 milhões de pessoas.

Não é isso que acontece com o Covid-19?
Nas pessoas saudáveis com menos de 70 anos o vírus nem causa qualquer sintoma e é bastante mortal nas pessoas com problemas cardíacos, pulmonares e diabetes.
Falei na hemoglobina mas existem muitas mais variações genéticas que podem tornar um vírus benigno numa doença altamente mortal e ai é que está o problema de uma pessoa vacinada ter ficado doente com uma doença desconhecida, uma nova doença.

Eu, em tempos ensinei Risco.
Vamos ver a coisa com 2 cenários.
No cenário 1, enfrentamos o Covid-19 de frente, como os forcados que seguram o touro pelos cornos, em que sabemos que há uma mortalidade entre as pessoas saudáveis 0,5% e 1% (e muito mais elevada nos grupos de risco).
No cenário 2, criamos criarmos uma vacina com um vírus vivo e esse novo vírus até pode acabar com o Covid-19 mas também pode dar origem a uma nova doença de consequências desconhecidas.
Será melhor enfrentar o cenário 1 (como dizem o Trump e o Bolsonaro) ou apostar no cenário 2 (como dizem os esquerdistas)?

Em termos pessoais, penso melhor apostar na cenário 1!

2 comentários:

Jaa disse...

"O que é preciso é manter a liberdade das pessoas poderem optar mas com informação". Concordo. Cada um opta pelo cenário que entender, 1 ou 2.

Paulo Fonseca disse...

Eu tinha a ideia que o Trump indicava que iriamos ter uma vacina em poucos meses! Logo parece que consegue ser imprudente a curto prazo(quando não se sabia do perigo da doença), imprudente a medio prazo porque pressiona a utilização de uma vacina(perigosa segundo o que li aqui) e perigosa a longo prazo porque aparentemente um analfabeto cientifico pode liderar um pais indicando que é um genio da ciencia com muita gente a dar-lhe palmadinhas nas costas! O Trump ser de direita tambem é bastante discutivel, eu suspeito que a direita é do Trump o que me parece ser algo bastante diferente! Talvez sejam os media que me estão a envenenar as ideias em relação a tão grande e genial lider! As conferencias de imprensa pelo menos parecem as da Coreia do Norte, o que indica que tem qqc de esquerdista!

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