sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Acabava com a fome, as guerras, baixar impostos e reformar o Estado

Quando perguntam às candidatas a Misse Universo "O que farias se fosse dona do Mundo"?

Invariavelmente, prometem acabar com a fome, as guerras, o sofrimento humano e dos animais, a emissão dos gases com efeitos de estufa e a exploração dos mais desfavorecidos, tudo isto num mundo igual, LGBTQIAP+ e sustentável.

Com isto, as misses querem dizer que são desmioladas, não se imiscuindo nas escolhas que é necessário fazer para conseguir cada uma das promessas. Se a fome, o sofrimento, as guerras, os gases existem porque alguém decide que assim deve ser, de que lado da barricada está a candidata?

Imaginem que perguntavam "E como acabava com as guerras?" e a candidata respondia:

"Primeiro, escolhia a parte que é moralmente superior e, depois, matava todos os da parte moralmente inferior com bombas atómicas. Por exemplo, na guerra da Rússia contra a Ucrânia, matava os russos todos". 

Eu prometo acabar com a burka, a fome e a guerra no Mundo


Não fui eu que disse isto.

Sabem que hoje vivemos num mundo pior que no tempo do Salazar. Apesar de estar apenas a mostrar, na tradição maiêutica socrática, como o que parece uma boa intenção poder incluir algo terrível, logo os esquerdistas, no seu jornal Esquerda que só diz mentiras e que ninguém diz serem fake-news, vão dizer que eu defendo que se matem todos os russos.

Não só não defendo isso como acho que não faria qualquer sentido.

 

Isto vem a propósito dos sábios catedráticos de economia não prometem isso mas algo igualmente importante:

1 = Descer os impostos, 

2 = Aumentar a qualidade e quantidade dos serviços públicos, 

3 = Dignificar as carreiras dos médicos, dos professores, agente de segurança, militares ..., 

4 = Aumentar as pensões,

5 = Transportes, casas, hospitais, escolas, estradas públicos para todos.

É fácil dizer o que as pessoas querem ouvir mas mais difícil é dizer como é possível descer impostos quando, ao mesmo tempo, se defende o aumento da despesa públcia.


A solução é "a reforma do estado"? 

O discurso de que "baixar os impostos faz a economia crescer" caiu porque não é de todo verdade, não existe qualquer evidência de que assim seja (se assim fosse não haveria países pobres, bastava diminuir os impostos). Mas, do mesmo buraco de onde saiu essa ideia peregrina, saiu outra bomba, é preciso reformar.

Mas o "reformar" é um conceito vazio, semelhante ao "acabar com as guerras e o sofrimento."


1 = É preciso reformar o Estado, a Justiça, a Economia, a Segurança Social, o SNS

Mas reformar em que sentido? 

Reformar é acabar com ou privatizar as empresas públicas, terminar com o Estado produtor de educação, saúde ou segurança (privatizar as escolas, hospitais e polícias).

Reformar a Justiça é democratizar (juízes têm de prestar contas aos cidadãos) e privatizar os tribunais.

Reformar a Economia é acabar com a regulamentação dos contratos de trabalho (simplificar os despedimentos, acabar com o salário mínimo), favorecer a concorrência, extensão do princípio do "utilizador pagador".

Reformar a Segurança Social é cortar o valor das pensões e reduzir a cobertura do Subsídio de Desemprego.

Reformar o SNS é introduzir "taxas moderadoras" em função do rendimento.


Soltem os prisioneiros - É preciso reformar o "cúmulo jurídico"

Uma mão cheia de presos fugiu de uma cadeia. Anunciam-se como muito perigosos, estando dois deles condenados à pena máxima mas, esquecem-se de dizer, que não mataram ninguém.

Foram condenados por coisas com uma gravidade muito menor do que matar uma pessoa e, no entanto, se o tivessem feito, esmagando a cabeça com uma marreta, seriam condenados a 20 anos de cadeia.

Cada preso tem um custo para o contribuinte de cerca de 60€/dia. Se fugiram 5, estamos a poupar 300€/dia. Já é um começo na reforma do Estado.


Como deveria ser o cálculo do cúmulo jurídico.

Ordenavam-se os crimes por ordem decrescente de gravidade, com a pena individual de cada crime. Todos os crimes com pena relativa inferior a 20% do crime mais grave, desaparecem da lista.

Depois, a pena corrigida obtém-se dividindo a pena individual por 2 a cada posição que desce na lista. Vejamos um exemplo em que o criminoso matou duas pessoa, violou uma delas e, no final, as esquartejou (profanação de cadáver). A soma das penas dá 42 anos mas vai levar 25.5 anos de cadeia.

Dois crimes muito graves

Já uma pessoa que cometeu vários crimes de gravidade menor mas que somam igualmente 42 anos, vai levar com 13.3 anos de cadeia.

9 crimes de gravidade média

Imaginem que uma pessoa se manda abaixo de uma ponte.

Acham ser justo meter os construtores de pontes irem para a cadeia?

Uma pessoa compra um automóvel e, porque bebe ou anda a grande velocidade, vai contra um muro e morre. Acham justo os vendedores de automóveis irem para a cadeia?

Um homem pega numa faca de cozinha e mata a mulher, acham justo os vendedores de facas irem para a cadeia?

Um homem pega num isqueiro e causa um incêndio florestal, acham justo prender os vendedores de isqueiros?


Passa-se o mesmo com a droga.

As pessoas, de forma consciente e livre, compram drogas e a compra é totalmente legal. então qual a lógica de termos as cadeias, a 60€/dia cada, cheios de pessoas relacionadas com a venda de droga?

É acabar com essa história de que os vendedores de droga são altamente perigosos quando o perigo está em quem consome a droga. 

Cada vez as cadeias estão mais cheias de "traficantes de droga", cada vez as polícias de investigação criminal e os tribunais estão ocupados com "crimes de droga" e cada vez há mais droga disponível, de melhor qualidade e mais barata.

Não estará na hora de dizer "Vamos acabar com esta merda e liberalizar a droga". 


2 comentários:

Anónimo disse...

Sr professor
Este post tem tanta coisa parva que é difícil de fazer uma resposta real.. faz me lembrar o trump dizer que os animais de estimação estão a ser comidos pelos haitianos em sp, oh.
Esta lhe a fazer lhe falta uma ocupação.
Vi inúmeros post seus a falar das trotinetes..
Um desafio: candidate se a um cargo no IMT.
Qualquer que seja...
E irá vir a que ponto os serviços públicos vão..
Não estou a ser irónico.
Adora ver os as suas observações
Cumprimentos, antigo aluno da fep

Anónimo disse...

Então, quando se dedica á análise da guerra da Ucrânia é do mandar internar no Conde Ferreira.

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