A dívida pública aumentou.
Mas onde está o ponto positivo?
O retificativo não corrigiu o desvio.
Um exemplo irrealista é pensar que um aumento de 1% no PIB vá causar um aumento de 0,7 pontos na receita fiscal e 0,3 pontos na receita da Segurança Social. Isso traduziria que todo o crescimento do PIB iria para impostos mesmo sem aumento das taxas (O IRS e o IRC teria que ser de 70%).
Pensa o governo que, como parte substancial da derrapagem foi devido ao chumbo do Constitucional no corte dos salários dos funcionários públicos que será parcialmente substituido já em Setembro (foi uma despesa extraordinária), as actuais taxas de imposto, regras de atribuição dos subsídios e racionalização dos serviços públicos serão suficientes para corrigir o défice público automaticamente.
Como temos eleições daqui a um ano e os opositores internos do PSD estão sempre a ver se há uma entre-aberta para poderem atacar, o Passos tem que manter tudo calmo.
Só esta componente tem potencial para, sem o governo mexer em nada, reduzir o défice público em dois pontos.
Uma óptima notícia, o desemprego está nos 14% da população activa.
É uma notícia extraordinária que traduz que a economia está a ajustar.
Não me acredito, não pode ser, o Mundo vai acabar.
Na França, desde 1998 que o horário de trabalho é de 35 horas por semana.diriam os nossos constitucionalistas da esquerda que o seu fim é impossível porque "violaria o principio da confiança".
Pois é, mas acabou. No fim de Julho o senado francês acabou com esta limitação "sem terem de pagar horas extraordinárias".
Mas não era o Holland que ia defender o Estado Social e as Conquista da Civilização contra a malvadez dos alemães?
Realmente, no curto prazo a redução do horário de trabalho pareceu combater o desemprego mas, comparando com a Alemanha, foi um resultado de curto prazo e ilusório. Actualmente, a taxa de desemprego alemã é menos de metade da taxa francesa.
O PIB per capita da França está a afastar-se desde 1974 do PIB per capita da Alemanha, perde mais de 0,4 % por ano. Não parece muita diferença mas é porque, primeiro, as taxas de crescimento dos países desenvolvidas é relativamente baixa (no período 1975-2013, Alemanha = 1,85%/ano, USA = 1,85%/ano, França = 1,40%/ano) e, depois, ao longo dos anos vai somando, desde 1975 o PIB per capita da França já perdeu 20% relativamente ao da Alemanha e continua a divergir.
Este problema parece estar a agravar-se. Nos últimos 8 anos, o PIB pc alemão aumentou 1,67%/ano enquanto que o francês aumentou apenas 0,25%/ano (e o americano, 0,43%/ano).
O problema da França não é a austeridade.
Podem pregar muito contra a sr. Merkel mas o problema está na Alemanha mas sim em quem não cresce. O problema dos doentes não é haver pessoas saudáveis.
É um problema que já vem desde 1975, são os "Direitos Sociais" e o "Estado Social" mais avançados do Mundo.
Mas o problema acaba sempre por acabar no problema de não ser possível distribuir riqueza se a economia não criar riqueza.
Dar direitos a (quase) todos parece uma coisa boa mas também implica impor obrigações e como já não fica (quase) ninguém a quem impor essas obrigações, as conquistas têm que ir à sua vida.
E o que é que o António Costa (e o Seguro) tem dito?
Mais tempo? Acabou.
Espiral recessiva? Já ninguém fala disso.
A carta? Ainda alguém se lembra do romance da carta?
O Holland, salvador da Europa? Já morreu.
Reestruturar a divida para que a taxa de juro passe a ser 3%/ano? Já está abaixo de 2%/ano.
O que terão os socialistas mais para dizer?
Lembrei-me de uma coisa.
O Costa costuma falar dos "economistas americanos, prémios Nobel, que são contra a austeridade europeia".
Mas esquece-se de dizer que, nos USA as pessoas podem trabalhar a partir dos 12 anos de idade; para despedir uma pessoas basta diz-lhe "Rua"; o pré-aviso para despedir é de 15 segundos e o trabalhador tem direito a receber quando é despedido um mês por cada milhão de anos de tempo de serviço.
O ISIS tomou uma base qualquer na Síria de onde saiam os helicópteros e os aviões que matavam indiscriminadamente.
Os do ISIS "julgaram-nos" e, tal como no Julgamento de Nuremberga, condenaram-nos à morte por crimes contra a humanidade.
Em Nuremberga enforcaram-nos por acharem que era pior que os fuzilar.
Os do ISIS foram mais humanos e fuzilaram-nos.
Faz-me lembrar os tempos de 1974 quando pensavamos que, ficando as colónias interegues aos "turras", seriam matanças sem fim.
Mas o Mundo é isso mesmo, uns matam-se, dão cabo das riquezas que têm (como os líbios) e, depois, queixam-se que são pobres e desgraçados. Mas não compete aos americanos tomar conta do povo por esse Mundo fora.
E o número de mortes não é significativo.
Em 1960, a Síria mais o Iraque tinham 11,9 milhões de pessoas (Portugal 8,9) e agora têm 55 milhões (e Portugal 10,5). Para manter a proporção, ainda podem morrer mais 40 milhões.
Nos últimos 4 anos morreram em acções violentas na Síria 50 mil pessoas por ano e no Iraque umas 15 mil no Iraque. Mas mesmo que morram 15 vezes mais, um milhão de pessoas por ano, a população ainda vai continuar a aumentar.
Se olharmos para o gráfico da população, ninguém nota que existe guerra.
E com vai a Ébola?
Está cada vez pior.
Está tão mal que a WHO dava resultados 3 vezes por semana e esta semana, só deu resultados uma vez.
E é um problema muito mais grave que o ISIS porque se propaga. Para matar uma pessoa a tiro é preciso caça-la e dar-lhe um tiro. Para matar outra é rpeciso novamente caça-la e mata-la. EUma pessoa morre de Ebola e, no entretanto, contamina 5. Depois, cada uma destas pessoas morre e contaminam 125 que, quando morrem já contamina 635.
Cada pessoa atacada torna-se, automaticamente, um novo "terrorista".
No último relatório, em 6 dias houve tantas pessoas contaminadas como tinha havido nos primeiros 6 meses da epidemia, 76 por dia que se vai traduzir dentro de 20 dias em 68 mortos.
Pedro Cosme Costa Vieira