terça-feira, 14 de abril de 2020

O que fazer para a economia retomar?

O que vou aqui dizer é o mais avançado em termos de ciência económica.

A generalidade das pessoas, onde se incluem a maioria dos nossos economistas, usa o senso comum para explicar o funcionamento da economia.
O senso comum imagina uma economia à moda da União Soviética porque é conceptualmente mais simples, é uma receita onde se mexem ovos, farinha e açúcar, mete-se no forno a 180.ºC durante meia hora e sai um pão-de-ló. Mas para que essa economia centralizada funcione tem que haver informação pública e perfeita sobre tudo, no presente e no futuro (tem que se saber a receita, temperatura do forno e o relógio tem que funcionar), o que não existe nem nunca será possível vir a existir na economia.
E o conhecimento é fundamental para as decisões económicas.
Logo, o senso comum quanto às questões económicas não funciona.
Já foi tentado na URSS e levou à pobreza, fim das liberdades individuais e tragédia.

Vejamos um exemplo.
Há uns meses, o Parlamento criou leis a proibir o aumento do turismo nas nossas cidades, os orçamentos da câmaras tinha cobrança milionária de taxas turísticas, no centro das cidades o preço das casas atingiu recordes e os habitantes gritaram por silêncio.
Alguém previa que passados poucos meses as cidades não teriam um único turista?
No orçamento das câmaras para 2020 alguém atribuiu risco à cobrança das taxas turísticas?
Os financiamentos bancários aos alojamentos e atracções turística pensaram que, passados uns meses, estavam fechados?
Alguém é capaz de prever quantos turistas haverá nas nossas cidades daqui a 5 anos?
Nem o Bruxo Zandinga!

Para que quer o Costa nacionalizar a TAP?
Diz ele que a TAP vai ser nacionalizada porque é estratégica e que o aeroporto no Montijo é para avançar.
A cabeça dele ainda está em Fevereiro onde a TAP transportou, em média anual, 1,5 milhões de passageiros quando deveria esta em Abril onde a TAP vai transportar menos de 5 mil passageiros. É o Costa capaz de garantir que daqui a 5 anos o número de passageiros transportados pela TAP num ano inteiro é maior do que transportado num mês antes do Corona aparecer?
Fazer o novo aeroporto? Será que o Costa é capaz de garantir que, daqui a 12 meses, ainda há Ryanair?
Se não é capaz de garantir isto, como pode afirmar que a TAP é estratégica? Quer fazer do Montijo o novo aeroporto de Beja (que se deveria chamar Aeroporto José Sócrates).

Será que se o Costa nacionalizar os bacalhoeiros haverá mais bacalhau?

Depois de uma crise, tem sempre que haver austeridade.
O consenso da ciência económica sobre a forma de responder às crises está condensado no livro Macroeconomics: A Modern Approach de Robert J. Barro.
O consenso resulta do trabalho de muitos Prémios Nobel e concentra-se nas decisões dos indivíduos, isto é, na fundamentação microeconómica que estuda o comportamento de cada um de nós em função dos incentivos e como resulta a economia de um país a partir do comportamento de cada um de nós.

Como funcionam as pessoas.
As nossas decisões económicas quanto ao que consumimos, onde e quantas horas trabalhamos, quanto poupamos, que carro usamos e tudo o mais dependem dos nossos gostos e preferências (que só nós conhecemos) e são comandadas pelos preços dos bens e salários dos empregos.
Então, para ajustar a economia tem que haver alterações nos preços e salários, para baixo uns e para cima outros.
Pensam que há tantos jovens a querer ir para medicina porque o curso é bonito? Porque gostam de ver sangue e de retalhar carne humana?
É porque pensam conseguir no futuro um salário muito mais elevado do que se forem para História da Arte, Sociologia ou Matemática.
Porque será que o óleo se vende quando toda a gente sabe que o azeite extra-virgem Gallo é melhor?
Porque arranja-se óleo a 0,99€/litro e o azeite Gallo está a 5,57€/litro.
O preço relativo faz com que as pessoas com menos rendimento deixem o azeite extra-virgem Gallo para as pessoas com mais rendimento.
É assim que funciona a nossa sociedade, com os preços a comandar as nossas vidas.

Vamos então às crises.
Uma crise implica sempre uma redução no nível de produção e, por isso, cada um tem que consumir menos. E consumir menos é austeridade.
E produz-se menos porque há uma quebra nos processos produtivos e de consumo.
Ao longo do tempo vão acontecendo inovações tecnológicas e alterações nos gostos e preferências dos consumidores que a economia não consegue ajustar.
Disse Confúcio que "Quem derrota o guerreiro é a esperança" e os agentes económicos vêem que o negócio não está a dar mas mantêm-se na vidinha deles porque têm esperança de que tudo vá melhorar em breve.
Esta "teimosia" vai fazer com que se acumulem ao longo do tempo desajustamentos na estrutura produtiva que, um dia, se tornam insustentáveis.

De um dia para o outro, a coisa rebenta.
Parece que a crise começa a partir de um determinado acontecimento mas não é verdade, esse acontecimento apenas faz os agentes económicos perderem a esperança de que tudo vai voltar ao que era.

Vamos a um exemplo.
Estão-se a desenvolver carros eléctricos, com grandes investimentos, mas não se tem a certeza de que seja esse o futuro dos transportes.
Vamos supor que, de repente, as pessoas se convencem que o futuro é a trotineta eléctrica. Nesse dia, os produtores de automóveis deixam de se conseguir financiar e, a partir dai, é preciso re-estruturar a economia: despedir milhões de pessoas que trabalham no sector dos automóveis e fornecedores desse sector porque ninguém vai comprar os carros que se antecipava antes.

Já há vacina para o Corona.
E Portugal tem capacidade para produzir essa vacina!
Vejam a minha lógica.
Se estar infectado criar anti-corpos para toda a vida e se a doença não causa problemas nas pessoas saudáveis com menos de 50 anos, basta recolher ranho dos 15 mil contaminados que existem e borrifar todos os portugueses saudáveis com menos de 50 anos de idade.
Quem diz 50, diz 40 ou 30, mas já é mais de metade da população.
Isto é simples, barato e eficaz.
Então, antes de se andar a gastar dinheiro em investigações sobre uma coisa que já existe à borliex, é preciso apenas saber se a pessoa estar infectada uma vez evita vir a ser infectada outra vez no futuro próximo.

A vacina é ranho fresco de criança positiva diluído em água destilada!

Sem isto, é deitar dinheiro ao lixo.
É preciso pegar nos contaminados que estão curados e borrifá-los com ranho de outro contaminado a ver se voltam a ficar doentes. E isto tem que ser estudado ao fim de 15 dias, 30 dias, etc. até se descobrir a verdadeira estabilidade temporal dos anticorpos.

Foi assim que se criaram as vacinas mais eficazes.
O Paster nem sabia que havia vírus. Tirava de um contaminado, diluía em água destilada, esperava um dia ou dois para "atenuar a virulência", injectava noutra pessoa e esperava para ver se dava resultado.
E, às vezes, dava. Por exemplo, na raiva que causava mortalidade de 100%, fui um sucesso imediato.

Contaram-me esta como verdadeira mas eu não ouvi.
A Gracinha, aquela velhotinha que diz coisas engraçadas sobre o Corona, perguntou à ministra da saúde.
Se o sabão mata o vírus, porque não fazemos uma vacina à base de sabão?

Vacina para o Corona feita pela Gracinha

Voltemos à economia.
Ao Domingo a Economia pára, tem quebras na ordem dos 70% mas, logo na Segunda-feira, recupera para o nível habitual. Também em Agosto tem grande quebra e, logo em Setembro, retoma ao normal.
O Costa e outros que têm esperança, pensam que a economia parou como se fosse um Domingo mais forte, altura em que não há necessidade de ajustamento estrutural. Mas não se passa nada disso.
Tudo o que está relacionado com multidões como seja o turismo que engloba restauração, alojamento, viagens, parques aquáticos, distracções, guias turísticos, táxis, teve uma quebra enorme que não vai recuperar de um dia para o outro. Vai estar a menos de 10% enquanto houver o risco do Corona reaparecer.
Nestes sectores vão surgir centenas de milhar de desempregados que têm que arranjar outras actividades onde possam produzir valor e ganhar a sua vida.
O turismo é o que tem financiado as nossas importações pelo que esta quebra vai ter um grande impacto nas necessidades de financiamento do país.

Que sectores vão absorver essas pessoas e quanto tempo demorará?
Ninguém sabe ainda mas não é a TAP, a extensão do metro de Lisboa e do Porto ou o aeroporto do Montijo.
Quanto mais se protegerem os sectores condenados, mais tempo demorará a retoma!
Quanto mais subsídios o Costa prometer dar, mais esperança têm os condenados de que vai voltar tudo ao que era resistindo ainda mais à mudança.
Por isso, a ciência económica diz que se devem proteger os mais desfavorecidos mas incentivando os sectores condenados a desaparecer e os novos sectores a aparecer.

Vejamos a minha questão.
Se o subsídio por desemprego involuntário mínimo é de 438,81€/mês, porque razão no layoff paga um mínimo de 635€/mês (valor líquido de TSU de 565,15€/mês)?
Se o subsídio por desemprego involuntário máximo é de de 1097,03€€/mês, porque razão no lay-off o pagamento máximo é de 1905€/mês (valor líquido de TSU de 1695,45€/mês)?
Será que o subsídio é maior porque o Costa pensa que estar em layoff com a esperança de voltar ao emprego habitual é pior que estar desempregado?
Voltamos ao tempo do Sócrates que se lembrou de majorar o subsídio de desemprego que, logo, logo, foi preciso cortar por falta de graveto.

Eu fui o primeiro em falar de quebras no PIB de 20%.
O Centeno veio agora dizer que "No 2.º trimestre haverá uma quebra no PIB 4 ou 5 vezes o pior que já tivemos e vai demorar 2 anos a retomar".
Fazendo as contas, o pior que tivemos foi -4,5% no 4.º trimestre de 2012. Então, o Centeno está a avançar com uma previsão de -12,8% em 2020 e - 8,9% em  2021.
Estão a imaginar o impacto que isto vai ter nas contas públicas?
Mais do triplo do que aconteceu em 2010/13!

Vai ser preciso.
Cortar salários, cortar reformas, cortar serviços públicos, aumentar impostos e até mesmo ir directamente ao bolso dos portugueses para ultrapassar a crise em que estamos enfiados.
Mas à força toda, fazendo o Passos Coelho parecer um menino de coro.
No entretanto, a taxa de juro vai subir para obrigar o Costa a deixar cair as suas vontades.
Não vai ser a Europa a falar mas as impossibilidades de financiamento.
O Sócrates também prometeu muito! e saiu de gatas.

Agora, o meu conselho para o Continente.
Dou este conselho por causa dos descontos de 5€ que recebo em minha casa e pelos produtos em fim de prazo com 50% de desconto.
Os hipermercados vão ter que aumentar enormemente de tamanho, multiplicar a área por 10, com corredores largos e eficientes sistemas de filtragem de partículas do ar de forma a que as pessoas possam circular com distância entre elas e respirar um ar seguro.
Se ficar caro fazer vários pisos, têm que ir para subúrbios ainda mais distantes.

O sistema de filtragem de perdigotos tem que ser grandes e ficar à vista das pessoas para confiarem na sua eficiência.

2 comentários:

Jaa disse...

Economia só reabre se as pessoas sentirem confiança para voltar à rua. Ora aqui está uma verdade. https://www.publico.pt/2020/04/14/economia/noticia/economia-so-reabre-pessoas-sentirem-confianca-voltar-rua-1912322

Anónimo disse...

A economia agora, está muito vulnerável. Basta outro acontecimento grave para irmos mais fundo ainda. Agora vai vir uma enorme propaganda de que se está a trabalhar noite e dia na cura do vírus. Para ganharem a confiança dos macacos para consumirem economia de consumo.

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