terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

O problema do Putin é o nosso problema: a economia está estagnada.

Não faz qualquer sentido o Putin invadir a Ucrânia.

É um país pobre que sempre deu prejuízo à União Soviética tendo mesmo sido a principal causa para que a Zona Rublo entrasse em colapso (a Ucrânia emitia ordens de pagamentos que eram usadas para comprar bens na Rússia e que não tinham qualquer contrapartida).

A Ucrânia não tem recursos minerais importantes nem nada que seja de interesse. A única coisa que tem em grande quantidade é o potencial de causar prejuízo a quem se meta por lá.

Fazia sentido o Saddam invadir o Kuwait, aquilo é um barril de petróleo e também faz sentido a China querer anexar Taiwan, aquilo é um cofre de tecnologia mas a Ucrânia não tem nada que presta, nada de lá serve para o que quer que seja.

Sendo assim, esta invasão só pode servir como distracção relativamente aos problemas da economia da Rússia.

Fig. 1 - Evolução do PIB per capita russo, 1990-2020 (dados: USD, Banco Mundial)

A economia Russa cresceu muito entre 1998 e 2008 mas depois ...

Quando a URSS acabou, a economia Russa entrou em queda livre, tendência invertida em 1998, ano em que começou a crescer a uma média anual de 7,3%.

A economia a crescer foi uma lufada de vento na presidência do Putin, visto como o salvador da grande Rússia.

O problema é que, em 2008, veio a crise do sub-prime e, desde então, a economia está praticamente estagnada. E 13 anos sem crescimento, naturalmente, faz com que comece a aparecer descontentamento.


O Putin, em vez de investir na economia, investe em distracções militares.

As invasões gastam muitos recursos porque é preciso garantir às pessoas "invadidas" um bom nível de vida. Nos últimos anos, as repúblicazitas ucranianas ocupadas pelo Putin têm gasto enormes recursos à Rússia e, naturalmente, quanto maiores forem as republicazitas, mais recursos serão gasto.

E a economia Russa é muito frágil, muito pequenina, pouco maior que a economia espanhola e apenas 40% da economia alemã pelo que a projecção de força para o exterior vai causar um grande dano no seu desenvolvimento.


Ainda pensei que a Rússia ser iria transformar num país europeu normal.

 Que ia seguir  o caminho da Alemanha de 1945 que, depois de perder a guerra, deitou fora a ideia belicista e se integrou perfeitamente na Europa.

O mesmo se passou com o Japão.

A Rússia tinha (e tem) enormes vantagens em se integrar na Europa e o Trump tentou este caminho mas o Putin é tosco, não tem visão, pensa como pensava o Estaline, uma mente retrógrada e, desta forma, o futuro da Rússia vai ser a continuação da estagnação.


A Europa tem que reabrir as centrais a carvão.

E Alemanha reabrir as centrais nucleares, não há outra forma de substituir o gás natural russo.

As centrais nucleares europeias surgiram nos anos 1970 exactamente para se conseguir a "independência estratégica" .

O carvão e o urânio produzem-se na Austrália que é nosso aliado.

Os "ambientalistas" não vão gostar mas, neste momento, não há outro caminho que não seja regredir um bocadinho nessas coisas.

1 comentários:

Helena Tomé disse...

Sendo assim, parece que estamos perante o problema de saber se Putin tem mesmo medo de ter países da NATO vizinhos da Rússia ou se tem a paranóia de refazer o império que a Rússia nunca teve, mas que foi soviético e, antes, território imperial czarista. Temos um caso mais assustador, é come se quiséssemos refazer o império colonial, usando um só exemplo.
Outras paranóias há, como a Inglaterra pensar que ainda tem o império colonial e não apenas a Commonwealth, como parece acontecer.

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