sábado, 17 de agosto de 2024

Nunca haverá cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Não compreendo como alguém pode anunciar que o cessar-fogo está próximo.

No dia 6 de Outubro de 2023 vivia-se um cessar-fogo nas terras de Salomão. Claro que havia um rocket ou outro mandado da Faixa de Gaza, um bomba ou outra lançada de Israel mas, nessa noite, as pessoas foram-se deitar descansadas, acreditando que o dia seguinte seria um dia como todos os outros.

Como escreveu Primo Levi, "Naquela noite as pessoas despediram-se com 'um Até Amanhã' não sabendo que o 'Até Amanhã' já não fazia qualquer sentido."

No dia 7 de Outubro de 2023 o Hamas invadiu Israel (assumindo que a Faixa de Gaza não pertence a Israel) matando em poucas horas mais pessoas do que as que tinham morrido por meios violentas em todos os incidentes nos 40 anos anteriores.

Naturalmente, na sociedade Israelita apareceu um ódio visceral contra o Hamas.


Será que as guerras do passado acabaram com um cessar fogo?

Na WW1 a Alemanha aceitou o cessar fogo? Não, acabou com a derrota total.

Na WW2 a Alemanha aceitou o cessar fogo?? Não, acabou com a derrota total.

Na WW2 o Japão aceitou o cessar fogo?? Não, acabou com a derrota total.

Na guerra do Vietname, o Vietname do Sul aceitou o cessar fogo?? Não, acabou com a derrota total.

As guerras coloniais acabaram com um cessar fogo? Não, acabaram com a desocupação pelas potências coloniais.

O cessar-fogo que aconteceu entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte é um caso raro na história militar, desde então, tem dado problemas.

Para haver paz, ou mudam os pressupostos (os Israelitas ou os Palestinianos aceitarem sair dali) ou a derrota total e sem margem para dúvida de uma das partes.


Porque razão a Alemanha, depois de 1945, não continuou com atentados terroristas?

É que a destruição foi tão grande, a mortandade foi de tal dimensão, a perda de território tão significativa e as consequências que iriam sofrer por parte dos soviéticos antecipavam-se de tal escala que o melhor foi aceitarem o destino e convencerem-se de que eram pacifistas.

Os alemães só ficaram pacifistas depois de um em cada nove alemães ter morrido e de estar tudo reduzido a entulho.


O Hamas aceita o cessar-fogo mas durante quanto tempo?

Vamos supor que hoje era acordado um cessar-fogo, o Hamas prometiam nunca mais atacar Israel, Israel prometia nunca mais atacar os membros do Hamas e continuava uma governação do Hamas em Gaza.

O Hamas vai aceitava a existência do estado de Israel?

Daqui a quanto tempo o Hamas iria novamente atacar Israel?

E, mesmo que acontecesse com o Hamas o que aconteceu com a Fatah depois dos acordos de Oslo, logo surgiria outro movimento qualquer a expulsar o Hamas e a reiniciar "a luta de libertação".


Uma fonte bem colocada disse-me que o Irão tomou em consideração o que eu escrevi.

Israel está numa posição como nunca esteve, com carta branca para destruir o Irão, mas o Irão tem de atacar primeiro. Então, há que fazer provocações, foi na Síria num ataque à embaixada iraniana e deu um ataque frouxo, interceptado pelos USA. Agora foi em Teerão contra o chefe do Hamas.

O Irão está com medo (ou, como dizem os militares, com respeito) pois está a tomar consciência que Israel quer sofrer um ataque frontal, de preferência, em simultâneo do Irão, do Líbano e da Síria para "limpar a casa".

Mas Israel não vai desistir de "Tocar o vespeiro com vara curta" e o próximo ataque vai ser ao chefe da Hezbollah. Estou a imaginar uma "prática" do Hassan Nasrallah numa mesquita qualquer do Líbano e entra um drone e بوم, BUM, não vai interessar a ninguém quantos morrem na operação.

Israel tem agora uma oportunidade para acabar com o vespeiro.

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