sexta-feira, 14 de março de 2014

Uma simulação da nossa população futura

Existem muitos problemas que se resolvem com o tempo. 
Os médicos dizem que as listas de espera se resolvem com o tempo porque os pacientes morrem.

Os advogados dizem que as pendências se resolvem com o tempo porque prescrevem e os litigantes morrem. 
O Keynes disse que o tempo, o logo-prazo, resolve os problemas da dívida pública "porque estaremos todos mortos". 
Mas isto não é verdade porque novas pessoas nascerão e os problemas continuaram sobre essas pessoas.
No caso da natalidade, não vai ser o enfiar da cabeça na areia e dizer que não temos nenhum problema que vai resolver o apagamento demográfico.

Fiz uma simulação.
Sobre a dinâmica de uma população de 10 milhões de habitantes idêntica à nossa que está em equilíbrio (com a fertilidade 1 filha por mulher, nascendo e morrendo 125000 pessoas) e, de um momento para o outro, a fertilidade passa para 0,65 filhas por mulher (passam a nascer 81500 pessoas). 
Porque as pessoas demoram muito tempo a morrer (cerca de 80 anos), a princípio o impacto na população da redução da fertilidade é muito pequeno (reduz 40 mil/ano, 0,4%) mas, ao fim de 30 anos, a população começa a reduzir rapidamente (reduz 10% a cada 9 anos, 100 mil/ano, ver a figura 2). 
Pensando que a população portuguesa se vai manter nos 10 milhões por entrada de imigrantes, por causa da redução inicial ser lenta, ao fim de 23 anos temos 10% de imigrantes mas, ao fim de outro tanto tempo já temos 24% e, ao fim de 80 anos a população imigrante torna-se maioritária.
Quando uma pessoa que nasce hoje chegar aos 80 anos, a maioria dos portugueses terá origem no estrangeiro. 

Fig. 1 - Com a fertilidade em 0,65M/M, daqui a 80 anos a população portuguesa fica minoritária

Fig. 2 - Nos primeiros 30 anos a população cai lentamente mas depois cai 1,2%/ano

Fig. 2 - Com a fertilidade em 0,65M/M, a proporção de velhos/novos quase que triplica

Ser liberal não é defender o fim do Estado.
É reduzir o Estado às funções estritamente necessárias.
O Teorema de Coase que é a base fundadora do liberalismo económico porque prova que o mercado é capaz de resolver a maioria dos problemas das pessoas, também prova que existem situação em que isso não acontece sendo, nestes casos, obrigatória a intervenção do Estado. 
A melhor forma de provar que o mercado não consegue resolver um problema concreto é verificar na prática se o resultado está longe do pretendido.
Porque na China a população crescia muito depressa foi preciso impor a politica do filho único. 
Porque na Europa a população está em contracção, é preciso impor uma politica que resolva este problema, se é que existe o concenso de que o apagamento demográfico é um problema.

Podem ver o ficheiro com as tabelas de sobrevivência (do INE), o código usado na simulação (em R) e o ficheiro Excel neste directório do DropBox (com data de 14.03).

Pedro Cosme Costa Vieira

12 comentários:

Bruno BaKano disse...

Oh Professor, o seu último parágrafo da definição de liberal é excelente!

Infelizmente parece-me que a maioria das pessoas em Portugal não conseguem compreender e arrasam este ponto de vista pq não é humanista...

Não compreendem que um Estado que se preocupa com demasiadas coisas empordece e na vez de fazer algumas coisas bem, faz tudo mal, criando depois problemas que o próprio mercado, que eu chamaria a antes da própria sociedade (e economia real) para não confundir as pessoas com "os mercados financeiros", não consegue resolver por si mesmo.

Portuendes disse...

Também discordo da definição de liberal ser reduzir o Estado às funções estritamente necessárias, pois a definição do "necessário" é uma escolha por parte do próprio liberal. Por exemplo, eu acho que, tirando as superpotências, nenhum país necessita de forças armadas (pois apenas as pode usar contra a sua própria população, coisa que só as ditaduras e tiranias fazem) e, se a bitola for a qualidade da nossa justiça, diria eu que também não acho útil ou necessário que exista poder judicial. Os liberais acham como "estritamente necessário" a defesa e o poder judicial e não, por exemplo, a saúde, a cultura ou a educação. Não há valores absolutos, nem justiça ou moral ou ética absoluta por isso discordo da definição. Embora até concorde com quase tudo o que o Pedro Cosme defende. Agora, a demografia é uma problema financeiro - cortem-se as pensões - e não um problema moral, social ou cultural.

Gonçalo disse...

A existência de forças armadas é o principal dissuasor da guerra. Se a Ucrânia não as tivesse, já a Rússia a teria invadido para defender os "interesses russos".
Temos tido o privilégio de viver sem guerras nos últimos 40 anos, mas isso é uma exepção não a regra. A guerra tem acompanhado a história, e Napoleão mostrou bem a importância das forças armadas.

Não existir poder judicial significa total liberdade individual. Não haveria meio legal de resolver disputas e elas seriam resolvidas pela força, como se vê em muitos países africanos. Quem defenderia a sua liberdade? Está preparado para isso?
E em termos económicos? Por exemplo, como seria construída uma rede de gás combustível? Se fosse à balda ( sem legislação), quem assumiria as mortes em caso de acidente?
Imagine que vai na rua e rebenta uma conduta onde morrem algumas pessoas. Como se resolve? Poderá dizer que o mercado irá expulsar essa companhia. Isso significaria substituir uma rede de gás que rebenta, por uma nova, de uma outra empresa. Mas será esta empresa fiável, ou vão as condutas dela rebentar também? E mesmo que fosse, é à base do acidente que se resolvem as coisas? Não é melhor prevenir do que remediar?
(E afinal as condutas estavam bem construídas, tinha sido a empresa que fez a seguir a rede de água que rebentou a tubagem do gás, escondendo isso de toda a gente.)

Há várias causas para a baixa natalidade, como por exemplo.
1-Contraceptivos
2-Integração plena das mulheres no trabalho
3-Aposta na qualidade dos filhos, em detrimento da quantidade
4-Prolongamento dos estudos
5-Predominância de trabalhos intelectuais, em detrimento do trabalho braçal da agricultura
6-Menor mortalidade infantil

Se o problema são as pensões, nada impede que em vez de as pessoas pouparem obrigatoriamente através da TSU, o façam voluntariamente ( quantas pessoas terão investido nas PPRs?).
O problema não são as pensões, mas sim a capacidade que temos de poupar para o futuro. Se não a tivéssemos, teríamos mais filhos, pois precisaríamos deles no futuro para nos ampararem.
As razões dos pobres para terem filhos:
1-Precisam deles para o futuro
2-Precisam deles para trabalhar ( o meu avó começou aos 9 anos a tempo inteiro)
3-Falta de informação quanto a métodos contraceptivos


Fernando Ferreira disse...

"A existência de forças armadas é o principal dissuasor da guerra."
Admira-me como e' que a Espanha ou a Franca ainda nao anexaram Andorra; Ou a alemanha e a Austria ainda nao anexaram o Liechtenstein; Os EUA ainda nao comecaram uma Guerra com Portugal porque sao dissuadidos pelo exercito portugues...

BC disse...

Caro Professor,

Gostava que desenvolvesse a frase que escreveu "mercado é capaz de resolver a maioria dos problemas das pessoas, também prova que existem situação em que isso não acontece sendo, nestes casos, obrigatória a intervenção do Estado."

Isto é, o Estado deve intervir em situações em que não existe mercado. Ora, não existe mercado porque não existe procura por esse produto ou serviço. Se não existe procura a oferta é puramente política e centralizada. É um benefício para quem oferece (Estado) e um custo para quem é obrigado a consumir (contribuinte). Isso vai contra a defesa do mercado livre parece-me.

Depois dá o exemplo da China, mas o problema demográfico da China decorre precisamente do excessivo peso do Estado que por ser comunista impediu o desenvolvimento económico do país. Se tivesse havido crescimento económico teria havido a consequente queda da natalidade e hoje em dia a população chinesa não seria excessiva ou desequilibrada. Uma China livre não tinha problemas demográficos.

O mesmo se passa na Europa. Se na Europa houvesse migração livre e contratação livre a emigração resolvia este problema, mais uma vez o mercado livre teria equilibrado uma situação que é apenas distorcida por excessivo centralismo e restrições.

Económico-Financeiro disse...

BC,
o mercado não consegue resolver quando há externalidades muito fortes (os benefício/prejuizos da produção do bem não são apreendidos pelo comprador).

Por exemplo, a gripe causa internamentos hospitalares muito caros e propaga-se de pessoa para pessoa.
Como quem se vacina não tem em atenção o ganho social indirecto que resulta de evitar a propagação, o preço que está disponível para pagar é muito menor que o benefício que dela resulta para a sociedade.
Por esta razão é que as vacinas são gratuitas e mesmo obrigatórias.
Caso contrário, poucas pessoas se vacinariam, desenvolver novas vacina daria prejuizo e, haveria muito mais pessoas doentes (por falta de novas vacinas), principalmente nos países pobres.
Quando apareceu a "gripe das aves" houve necessidade de os governos dos países ricos se comprometerem a comprar milhões de doses (que, posteriormente, foram para o lixo) para que a vacina aparecesse rapidamente.
Foi um subsídio.

Quanto à China, isso é verdade pois os chineses de Hong Kong ou se Singapura já não querem ter filhos (estão abaixo do 1). Mas era preciso actuar rapidamente.

A imigração tem um problema que é os eleitores de um país (um grupo étnico) querer que o seu nivel e vida seja máximo e não que, globalmente, a economia do país esteja bem.
De nada interessa à população negra que o seu país tenha um PIB elevado se a riqueza estiver concentrada, por exemplo, na comunidade indiana (minoritária).´
Será isto racismo?
É.
Tal como Esparta, nós queríamos imigrantes a trabalhar para nós pelos salários do Bangladesh, os helots. Eles não ficariam pior do que estão e nós, juntando as nossas capacidades, ficariamos muito mais ricos.
Mas os helots não poderiam ter direito de voto!

pc

BC disse...

Vou pegar nos seus excelentes exemplos de cenários futuristas e construir um para a gripe. Imaginemos que porque ninguém se vacina existe uma epidemia. Duvido que mais tarde ou mais cedo donos de restaurantes, hotéis e transportes não vissem a oportunidade de diferenciarem o seu negócio e proibirem o acesso a não-vacinados. Se a epidemia fosse particularmente aguda provavelmente esta restrição passaria de um nicho à generalidade dos serviços. Quem optasse por não se vacinar acabaria por viver à margem da sociedade.

Outro exemplo que me agrada pensar é o limite de velocidade rodoviário ideal. Será 50,90,120 km/h? Ninguém sabe. Mas o mercado livre encontra-o se deixarem. Imaginemos que a AE Lisboa-Porto é vendida a um privado e este decide abolir os limite. A velocidade média vai subir e os acidentes também. Se a situação se tornar calamitosa os utentes vão deixar de usar a AE e o dono não terá outro remédio a não ser limitar a velocidade. E depois afinar este limite para maximizar o número de utentes.

Parece-me que o medo da imigração vem, sobretudo, do facto de o pensamento dominante no mundo ser keynesiano e não austríaco. Se eu li bem os seus posts neste blogue (e li todos) a ideia keynesiana de que o emprego é limitado é errada num mercado livre. Mas esse é um dogma nas sociedades. A maioria das pessoas acha que um imigrante só obtém emprego se roubar a um natural do país. Por isso há tanta aversão à imigração. Mais, em países com forte Estado Social como os europeus os naturais revoltam-se contra os RSI, subsídios de desemprego, saúde gratuita e casas oferecidas a imigrantes quando a classe média é esmagada com impostos. Nesse aspecto os EUA (que se tem afastado cada vez mais do ideal da liberdade e do mercado livre) são um muito melhor exemplo de integração de imigrantes.

Eu não digo que o mercado livre resolva tudo mas quanto mais penso sobre o assunto mais duvido que o Estado é melhor a resolver qualquer problema do que a liberdade de mercado. E este blogue tem uma parte de culpa nesta minha convicção.

Gonçalo disse...

Caro BC,

Nesse futuro, como se controla quem é e quem não é vacinado? Tem de se provar quem é vacinado? Se sim, quem emite a prova?
Quem não é vacinado, é automaticamente doente, não havendo ninguém imune à gripe?

Na Alemanha não há limite nalgumas AE. Não parece que haja mais acidentes por isso.
Também é preciso tomar em conta a tecnologia dos automóveis, a densidade do tráfego e o estado do piso. Sem esquecer as alternativas.
Quantas mortes serão precisas para o dono "afinar" os valores de limite de velocidade?

Tenho de discordar de que o pensamento dominante seja o Keynesiano. O que está na moda é a economia Neoclássica, já desde os finais de 70 quando Keynes "morreu" de estagflação.
O que ele afirmou foi que o equilíbrio, tão querido aos clássicos, não leva necessariamente ao pleno emprego, não que o emprego seja limitado.

O nível de emprego não depende do nº de habitantes. Quando um imigrante vem trabalhar para cá, também vem comer, dormir, vestir-se. O tuga deixou de ser trolha, e passou a empregado de restaurante. Passou a andar mais limpo e com menos calos nas mãos.

Sem Estado, como teriam sido feitas as redes de estradas? Como se resolvem disputas? Com que confiança receberia pagamentos a 60 dias?

Conhece algum mercado avançado sem Estado?




BC disse...

Gonçalo,

Pura especulação mas hoje em dia existe tecnologia para que cada pessoa tenha um chip debaixo da pele com todos os seus dados. Bastaria cada espaço público ter um leitor à entrada que daria aviso de quem não tinha a vacina em dia. Tratando-se de um mercado livre cada pessoa ia vacinar-se ao sítio quem que sentisse mais confiança tal como acontece hoje em dia.

Eu não sei qual o limite ideal, nem a sinistralidade admissível, ninguém sabe, mas é precisamente para dar essas respostas que serve o mercado livre.

Eu sou engenheiro, trabalho com engenheiros, conheço economistas, pessoas com formação superior em áreas técnicas. Todos são, em maior ou menos grau, keynesianos. Todos os partidos políticos portugueses são keynesianos. A comunicação social portuguesa é keynesiana. O mesmo se passa na Europa. Até nos EUA. O FED é keynesiano. Obama é um social-democrata keynesiano deslumbrado com as políticas ruinosas europeias (energias renováveis, estado social). Onde anda essa maioria neoclássica?

Sem Estado só existiam as estradas necessárias, aquelas para as quais existem carros.
As disputas resolvem-se com acordo mútuo, tribunais privados ou, no limite, com violência. Igual ao que acontece hoje com a diferença de que os tribunais privados seriam mais céleres, baratos e justos.

Nunca teria confiança de que receberia em 60 dias daí o preço e o crédito variarem de caso para caso de acordo com esse risco. Igual ao que acontece hoje mas com a diferença de que em caso de disputa em tribunal o caso seria resolvido de forma mais célere, barata e justa.

Creio que já falámos sobre a não existência de Estado. Nunca houve um mercado avançado sem Estado e é pena pois não podemos testemunhar na prática todo o potencial do mercado livre. Creio que o que de mais aproximado houve foi o Oeste americano no séc. XIX que teve um desenvolvimento muito rápido e mesmo actualmente é das regiões mais ricas do planeta.

Porque algo nunca foi experimentado não significa que não funcione melhor do que aquilo que existe. Pergunte a um Norte coreano (daqueles mais isolados no interior do país) se existe algum regime melhor do que o do Grande Líder e ele provavelmente responderá que não.

Gonçalo disse...

Nesse mercado livre das vacinas, quem é que sabe da qualidade da dita? O BC acreditaria no local X que vendia a vacina Y? Imagine-se na Idade Média, e que aparece a Peste Negra. Não tem cura, agora sabe disso. Mas se tivesse a doença e eu lhe aparecesse com um "remédio" milagroso, não o iria comprar? Não tinha nada a perder, certo?

O Alan Greenspan era keynesiano? Esteve uns valentes anos à frente da FED. Tatcher, Reagan, Bush, eram keynesianos?
A maioria neoclássica anda na base da actual teoria económica - as expectativas racionais, os mercados eficientes, a teoria do equilíbrio geral, a neutralidade da moeda.

Vale a pena pensar como podem as estradas serem construídas E exploradas pelos privados.
Como se liga Coimbra a Viseu? Quantos privados irão fazer essa estrada, um só, ou vários? Se só um, porquê só um? E quem? É plausível que, uma vez iniciada a estrada, iriam aparecer vários outros construtores a meterem-se a meio do caminho, só alguns km, para se unirem à estrada que arrancou 1º. Se vários, como vão taxar as estradas? Imagine que são 3 privados a fazerem a estrada, cada um fazendo 1/3 da estrada. O que fizer o troço do meio pode deixar a estrada cheia de buracos, e taxar o mesmo que os vizinhos - afinal para se ir do troço 1 ao troço 3 é preciso passar pelo troço 2. Mas o mercado é sábio, e logo aparece uma nova e melhor estrada ao lado do troço 2. Isto, se houver espaço para isso, claro. É uma festa de alcatrão. Outro problema é como cobrar a taxa. Principalmente numa cidade com centenas de ruas.
Um tribunal privado não é isento ( ou pode muito bem não sê-lo). Mais justo, nem sei porquê! Se não há estado não há legislação logo a justiça seria totalmente arbitrária. É para onde o juiz ou jurados estão virados. Havendo disputa, quem escolhe o tribunal? Por sorteio? Por violência é uma boa maneira. Aliás, nem se chegava ao tribunal. Podíamos voltar aos duelos de pistola, ou de espada. É só escolher a arma.
O Oeste teve um desempenho muito rápido, óptimo. Mas também a China tem. Também a Europa teve depois da 2ª guerra mundial, e com mercados totalmente "presos".
Mas se é possível crescer em mercados "livres" e em mercados "presos", então o crescimento não pode ser explicado pela liberdade dos mercados. A mesma consequência - o crescimento, não pode ter 2 causas antagónicas - o "livre" e o "preso".

Quando arrancou a revolução industrial, quais eram as amarras aos mercados?

Quando a escravatura acabou, isso foi um atentado ao mercado livre. Antes os brancos eram livres de escravizar os pretos. Deixaram de ser. Malditos políticos! Guerra!
Mas permitir a escravatura é TAMBÉM uma opção política. Os Alemães escravizaram os Judeus durante a 2ª guerra mundial por decisão política.

Não nos compare a regimes totalitários, que usam o seu poder para "educar" os súbditos.
Felizmente temos liberdade de expressão!
Deixam-nos "ver" para lá do muro.





BC disse...

Desenvolvimento europeu pós-guerra foi graças ao Estado? Mercado livre é imposto politicamente? E escravatura é liberdade?

A criatividade esquerdista a interpretar a realidade não tem mesmo limites.

Gonçalo disse...

O desenvolvimento pós guerra na Europa foi possível porque os USA tomaram a decisão política de ajudar a Europa.
Mas talvez ache que sem plano Marshal a europa teria crescido muito mais e que os empréstimos dos USA só atrapalharam.

Quantas empresas nacionais havia nessa altura? Quantas foram privatizadas nos anos 80? Quantas privatizações fez Tatcher?
Mas talvez ache que privatizar não é um processo político.

A escravatura foi normal durante séculos. Os gregos tinham escravos, os romanos também. Os tugas escravizaram os africanos.
Era o comércio livre de escravos.
Mas talvez comércio livre não seja mercado livre.

Para o escravo a escravatura não é liberdade. Para o vendedor de escravos é a liberdade de poder comercializar o que entender.
Para o dono do escravo, é a liberdade de poder pagar o que quiser pela quantidade de trabalho que quiser ( mas no máximo 24 horas dia por pessoa) de alguém.
Mas talvez no mercado livre seja diferente e as pessoas não possam afinal ser livres de vender escravos. Mas se assim for, há mais coisas no mercado livre que não posso vender?

Se chegasse a Roma e dissesse que não podiam ter escravos, que isso não é liberdade, ia parar ao circo Romano, e creio que seria no palco principal.
Spartacus iniciou uma revolta e foi morto pelo exército romano ( e muitos dos escravos revoltosos foram cruxificados).
Naquele local, naquele tempo, ser anti-escravatura era uma ideia perigosa.
Ai de quem se metesse com a liberdade de os romanos terem escravos!

Para sua surpresa, não sou de esquerda nem de direita. Nem sei o que isso é.

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