Quando ensinava Cálculo Financeiro...
Metade do curso era dedicado ao risco.
todos os investimentos têm risco que resulta de se aplicarem recursos no presente mas só obtermos a recompensa no futuro. Como desconhecemos o futuro, quando calculamos a rentabilidade de um investimentos temos em mente um cenário que pode não se concretizar.
Quanto maior for o prazo de análise, maior é o risco porque o futuro distante é muito mais difícil de prever que o futuro próximo.
Por exemplo.
Investimos hoje 1000 milhões € numa barragem pensando (o cenário futuro) que vão ser produzidos nos próximos 50 anos uma média de 150 MW de electricidade a 0,025€/kwh.
Neste investimento a rentabilidade será de 2,20%/ano.
Imaginemos um cenário tecnológico adverso, que a evolução nos painéis solares fazem a electricidade cair para 0,01€/kwh. Então, a rentabilidade do investimento cai para prejuízo (-1,56%/ano).
Pelo contrário, imaginemos um cenário tecnológico positivo, apesar de a evolução nos painéis solares fazer a electricidade cair para 0,01€/kwh (durante o dia), a barragem consome electricidade durante o dia e produz durante a noite (em média, a produção de 150 kw passa a ser vendida a 0,04€/kwh). Então, a rentabilidade do investimento aumenta para 4,88%/ano.
Vamos ao risco tecnológico do TGV.
O TGV é um investimento de muito longo prazo, com um horizonte temporal de 50 anos e que tem os seus fundamentos nos anos 1970, custo elevado do petróleo (usado nos aviões) e da electricidade muito baixo (produzida em centrais nucleares).
Decorridos 50 anos, muita coisa evoluiu mas os decisores políticos mantém argumentação semelhante, os combustíveis dos aviões emitem gases com efeito de estufa e a energia eléctrica com origem renovável tem tendência a diminuir de preço.
"Não digo nada porque não tem a ver com o ambiente que eu tutelo".
O ministro do ambiente foi apanhado a mais de 200km/h. Recordo que o limite de velocidade de 120km/h nas auto-estradas foi imposto nos anos 1970 para poupar combustível e que hoje se mantém para não se enviar tanto CO2 para a atmosfera, o que tem a ver com o ministro do ambiente!
Pelos vistos, o argumento é falso, nem o ministro do ambiente se lembrou da razão para haver limite à velocidade dos automóveis.
O problemas do decisor político é manter-se parado.
O TGV foi pensado há 50 anos e muita coisa mudou no entretanto mas o decisor político mantém-se nesse passado distante (como Salazar se manteve, relativamente ao Império, em 1900) e, além disso, não pensa que o TGV terá que encarar o futuro até 2070.
O risco tecnológico para o TGV vem do avião eléctrico!!!
Há apenas 5 anos atrás, um maluco disse que ia construir carros eléctricos, os Tesla.
Eu não acreditei e o certo é que já andam milhares desses carros por ai.
Também há quem diga ser viável termos aviões eléctricos.
Malucos? Acontece que já existe um avião totalmente eléctrico e que voa, a Alice, que transporta 10 pessoas, a uma velocidade de 440 km/h (50% superior ao TGV), com um consumo de energia de 9 kwh/100km por passageiro, consumo inferior ao TGV.
(Pode levar 14 pessoas se não levarem malas).
Actualmente, com as actuais 260 kwh/kg, o alice tem uma autonomia de 300km (já dá para ir do Porto até Lisboa em 40 minutos) mas que irá crescendo à medida que aumentar a densidade das baterias. Observando que a densidade tem crescido cerca de 6%/ano (ver o que diz o Elon Musk), daqui a 10 anos já será possível uma viagem directa de 540 km em avião eléctrico de Bragança a Faro em 1h20m.
Além de ser eléctrico, para levantar ou aterrar, o ALICE precisa de uma pista com apenas 800 m.
E dizem que têm um custo 90% inferiores aos actuais jactos privados.
A vantagem dos aviões é a altitude.
todos sabemos que, quando o nosso carro anda mais depressa, gasta muito mais gasolina. A evidência mostra que, quando aumentamos a velocidade em 1%, o consumo aumenta em 1,67%. Desta forma, um carro a 100km/h que gasta 4,2l/100km, gastará 5,6 l/100 a 120km/h.
Imaginem agora o nosso carro (ou o TGV) a 300 km/h.
Acontece que o atrito do ar é proporcional à densidade e, por exemplo, a 35 mil pés, 10000 m, de altitude, a densidade do ar é de apenas 33%. Além disso, o avião não tem atrito nas rodas!
Desta forma, o TGV gasta mais energia a 300km/h do que um avião a 900km/h.
Se o avião for eléctrico e económico, o TGV fica sem razão de existir, vai ficar com as linhas prontas para o sucateiro Godinho levar.
Imaginem que a ALICE vai em frente!
E imaginem ainda que não terá necessidade de piloto, utilizará "piloto automático".
Nessa altura, contrariamente ao TGV que é muito rígido, toda a terra, terriola e lugarejo vai fazer uma estrada com 800 m para que a ALICE possa levantar e aterrar.
A ALICE está por ali, entram os 10 passageiros com as suas malas na mão e arranca, automaticamente, para o destino.
Imaginem que o custo vai ser competitivo!
Quem é que vai andar de TGV?
Recordo que somos governados por um louco burro.
Aquele Pedro Nuno Santos já levou a TAP ao charco e não descansa enquanto não levar a Groundforce à falência.
E o banana Marcelo vai ajudar atacando o privado em favor do maluco. Está tudo choné.
Mas isto é apenas o princípio pois o objectivo do maluco é levar todo o Portugal à falência, para nos tornar numa verdadeira democracia à imagem da Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Sim, a Nicarágua era uma democracia até que os esquerdistas ganharam as eleições. Agora, está tudo na cadeia por "atentado à segurança do estado".
Os esquerdistas ganham as eleições porque, assim que alguém da oposição diz que é candidato, metem-no logo na cadeia (confirmar, que disto o Louçã não fala, só fala da Hungria e da Polónia dizerem qualquer coisa sobre os gays. Na Nicarágua é a democracia verdadeira).
2 comentários:
O verdadeiro negócio do caminho-de-ferro é o transporte de mercadorias.
Isso foi escrito (ou deduz-se dos seus escritos) por Peter Drucker há várias décadas.
O transporte de pessoas gera prejuízo.
Os Teslas apareceram há 15 anos atrás, com o roadster como modelo de "teste". Em 2009 surgiu o protótipo para o familiar Model S que começou a ser distribuído pelos clientes em 2012. Cinco anos terá agora o Modelo 3.
Professor de fale antes dos "biliões desperdiçados" em foguetões que vão ao espaço para "divertimento de ultra-bilionarios", o novo mantra demagógico em resposta àquilo que tanto anda a irritar a esquerda.
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