terça-feira, 20 de julho de 2021

O avião eléctrico como risco tecnológico do TGV

Quando ensinava Cálculo Financeiro...

Metade do curso era dedicado ao risco.

todos os investimentos têm risco que resulta de se aplicarem recursos no presente mas só obtermos a recompensa no futuro. Como desconhecemos o futuro, quando calculamos a rentabilidade de um investimentos temos em mente um cenário que pode não se concretizar.

Quanto maior for o prazo de análise, maior é o risco porque o futuro distante é muito mais difícil de prever que o futuro próximo.

Por exemplo.

Investimos hoje 1000 milhões € numa barragem pensando (o cenário futuro) que vão ser produzidos nos próximos 50 anos uma  média de 150 MW de electricidade a  0,025€/kwh.

Neste investimento a rentabilidade será de 2,20%/ano.

Imaginemos um cenário tecnológico adverso, que a evolução nos painéis solares fazem a electricidade cair para 0,01€/kwh. Então, a rentabilidade do investimento cai para prejuízo (-1,56%/ano). 

Pelo contrário, imaginemos um cenário tecnológico positivo, apesar de a evolução nos painéis solares fazer a electricidade cair para 0,01€/kwh (durante o dia), a barragem consome  electricidade durante o dia e produz durante a noite (em média, a produção de 150 kw passa a ser vendida a 0,04€/kwh).  Então, a rentabilidade do investimento aumenta para 4,88%/ano. 


Vamos ao risco tecnológico do TGV.

O TGV é um investimento de muito longo prazo, com um horizonte temporal de 50 anos e que tem os seus fundamentos nos anos 1970, custo elevado do petróleo (usado nos aviões) e da electricidade muito baixo (produzida em centrais nucleares).

Decorridos 50 anos, muita coisa evoluiu mas os decisores políticos mantém argumentação semelhante, os combustíveis dos aviões emitem gases com efeito de estufa e a energia eléctrica com origem renovável tem tendência a diminuir de preço.


"Não digo nada porque não tem a ver com o ambiente que eu tutelo".

O ministro do ambiente foi apanhado a mais de 200km/h. Recordo que o limite de velocidade de 120km/h nas auto-estradas foi imposto nos anos 1970 para poupar combustível e que hoje se mantém para não se enviar tanto CO2 para a atmosfera, o que tem a ver com o ministro do ambiente! 

Pelos vistos, o argumento é falso, nem o ministro do ambiente se lembrou da razão para haver limite à velocidade dos automóveis.    


O problemas do decisor político é manter-se parado.

O TGV foi pensado há 50 anos e muita coisa mudou no entretanto mas o decisor político mantém-se nesse passado distante (como Salazar se manteve, relativamente ao Império, em 1900) e, além disso, não pensa que o TGV terá que encarar o futuro até 2070.


O risco tecnológico para o TGV vem do avião eléctrico!!!

Há apenas 5 anos atrás, um maluco disse que ia construir carros eléctricos, os Tesla.

Eu não acreditei e o certo é que já andam milhares desses carros por ai.

Também há quem diga ser viável termos aviões eléctricos.

Malucos? Acontece que já existe um avião totalmente eléctrico e que voa, a Alice, que transporta 10 pessoas, a uma velocidade de 440 km/h (50% superior ao TGV), com um consumo de energia de 9 kwh/100km por passageiro, consumo inferior ao TGV.

(Pode levar 14 pessoas se não levarem malas).

Actualmente, com as actuais 260 kwh/kg, o alice tem uma autonomia de 300km (já dá para ir do Porto até Lisboa em 40 minutos) mas que irá crescendo à medida que  aumentar a densidade das baterias. Observando que a densidade tem crescido cerca de 6%/ano (ver o que diz o Elon Musk), daqui a 10 anos já será possível uma viagem directa de 540 km em avião eléctrico de Bragança a Faro em 1h20m.

Além de ser eléctrico, para levantar ou aterrar, o ALICE precisa de uma pista com apenas 800 m.

E dizem que têm um custo 90% inferiores aos actuais jactos privados.


A vantagem dos aviões é a altitude.

todos sabemos que, quando o nosso carro anda mais depressa, gasta muito mais gasolina. A evidência mostra que, quando aumentamos a velocidade em 1%, o consumo aumenta em 1,67%. Desta forma, um carro a 100km/h que gasta 4,2l/100km, gastará 5,6 l/100 a 120km/h.

Imaginem agora o nosso carro (ou o TGV) a 300 km/h.

Acontece que o atrito do ar é proporcional à densidade e, por exemplo, a 35 mil pés, 10000 m, de altitude, a densidade do ar é de apenas 33%. Além disso, o avião não tem atrito nas rodas!

Desta forma, o TGV gasta mais energia a 300km/h do que um avião a 900km/h.

Se o avião for eléctrico e económico, o TGV fica sem razão de existir, vai ficar com as linhas prontas para o sucateiro Godinho levar.


Imaginem que a ALICE vai em frente!

E imaginem ainda que não terá necessidade de piloto, utilizará "piloto automático".

Nessa altura, contrariamente ao TGV que é muito rígido, toda a terra, terriola e lugarejo vai fazer uma estrada com 800 m para que a ALICE possa levantar e aterrar.

A ALICE está por ali, entram os 10 passageiros com as suas malas na mão e arranca, automaticamente, para o destino.

Imaginem que o custo vai ser competitivo!

Quem é que vai andar de TGV?

Recordo que somos governados por um louco burro.

Aquele Pedro Nuno Santos já levou a TAP ao charco e não descansa enquanto não levar a Groundforce à falência.

E o banana Marcelo vai ajudar atacando o privado em favor do maluco. Está tudo choné.

Mas isto é apenas o princípio pois o objectivo do maluco é levar todo o Portugal à falência, para nos tornar numa verdadeira democracia à imagem da Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Sim, a Nicarágua era uma democracia até que os esquerdistas ganharam as eleições. Agora, está tudo na cadeia por "atentado à segurança do estado".

Os esquerdistas ganham as eleições porque, assim que alguém da oposição diz que é candidato, metem-no logo na cadeia (confirmar, que disto o Louçã não fala, só fala da Hungria e da Polónia dizerem qualquer coisa sobre os gays. Na Nicarágua é a democracia verdadeira).


ALICE, ALICE meu amor, tira-me deste manicómio, por favor.




2 comentários:

Silva disse...

O verdadeiro negócio do caminho-de-ferro é o transporte de mercadorias.

Isso foi escrito (ou deduz-se dos seus escritos) por Peter Drucker há várias décadas.

O transporte de pessoas gera prejuízo.

Anónimo disse...

Os Teslas apareceram há 15 anos atrás, com o roadster como modelo de "teste". Em 2009 surgiu o protótipo para o familiar Model S que começou a ser distribuído pelos clientes em 2012. Cinco anos terá agora o Modelo 3.
Professor de fale antes dos "biliões desperdiçados" em foguetões que vão ao espaço para "divertimento de ultra-bilionarios", o novo mantra demagógico em resposta àquilo que tanto anda a irritar a esquerda.

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