quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A solução para a falta de habitação nas cidades é tapar as janelas.

As últimas semanas estive de férias numa das zonas habitacionais da cidade do Porto.
Numa antiga quinta com 64000m2 implantaram 8 edifícios de 7 pisos que ocupam 8500m2, 25% da área total disponível.
Isto acontece porque as janelas obrigam a uma largura do edifício de apenas 25m e a privacidade obriga a afastar as fachadas outros 25m. 

Fig. 1 - Exemplo de um apartamento sem janelas, bom para uma família com 2 adultos e uma criança.

 
Claro que podem afirmar, e é verdade, que há muitos terrenos por ai espalhados mas esses terrenos estão onde ninguém quer morar.
As pessoas querem cada vez mais viver nos centros das cidades, onde têm acesso próximo a todos os serviços e onde há mais emprego, pelo que há necessidade de densificar as cidades.
Ter, por exemplo, uma linha de metropolitano caríssima torna racional densificar a cidade ao longo do seu trajecto.
Retirar as janelas aos apartamentos deixa de haver o problema da privacidade o que permitirá que os "edifícios" se encostem uns aos outros e fiquem maioritariamente ou mesmo na totalidade enterrados!
Sem janelas, podemos ter 400 apartamentos num terreno de 3500m2 (25m x 140m de comprimento), com 10 pisos (parte ou totalmente escavados), suficientes para alojar 1500 pessoas. 
Este edifício pode ser totalmente subterrâneo e ter à superfície uma zona verde ou ser uma zona pedonal.
Além de habitação, também podem ser incluídas áreas de escritório. 

Fig. 2 - Repetição do T2 sem janelas num edifício com 140m de comprimento.

Esta solução deveria ser experimentada.
O leitor pode levantar a hipótese de que a qualidade de vida num alojamento sem janelas é baixa e que causa problemas sociais nas áreas envolventes mas é apenas uma hipótese pois tal nunca foi avaliado.  
Se eu tivesse algum poder, construía um edifício massivo sem janelas para arrendamento de longa duração transmissível e remível, localizado numa zona cara da cidade e avaliava o seu impacto na sociedade envolvente e nos indivíduos que ai habitem.
Fazia um arrendamento de longa duração para não colocar nos habitantes o risco de a experiência correr mal e ter de demolida.
Se conseguisse uma parceria com a Câmara, fazia o edifício totalmente enterrado num parque ou praça existente (como fizeram com o estacionamento em muitas praças), por exemplo, na Rotunda da Boavista. 

O que é um contrato de arrendamento de longa duração transmissível remível?
Legalmente é um arrendamento mas, ao ser transmissível, o arrendatário pode transmitir o contrato de arrendamento, a título gratuito ou não, a outra pessoa. Além disso, o arrendatário tem uma opção de compra por um preço previamente acordado. 
Vou fazer uma análise a preços constantes (isto é, retirando a inflação) do valor da renda e do valor de remissão.
Suponhamos que uma habitação custa 100000€, que se amortiza em 100 anos e que a taxa de juro real é de 2% ano (que é a tradução do spread). Estou a assumir que, ao fim de 100 anos, o valor da casa é zero.
Nesta simulação, a renda vai ser de 193€/mês.

O valor de remissão.
Vamos supor que, passados 50 anos, a pessoa decide comprar a casa. Nessa altura o arrendatário terá de pagar o valor que falta amortizar.
Na simulação, aos fim de 50 anos, o arrendatário tem de pagar cerca de 73000€ para ficar com a casa.
  

E agora a trotinete.
Já ultrapassei os 1500km, a maior parte em turismo e lazer, e cada vez gosto mais deste novo meio de transporte individual. Se se recordam, comprei uma trotinete AOVOPRO e tenho feito viagens para matar o tempo. Neste momento, porque lhe meti uma segunda bateria que me enviaram em compensação da publicidade exagerada, está com uma autonomia de: 

Velocidade  (1 bateria)  (2 baterias) 
15km/h           21km           42km
25km/h           18km           35km
30km/h           14km           29km.


Experimentei-a numa ida a Aveiro.
Como agora estou tecnicamente desempregado, fui a Aveiro (que é o meu distrito de residência) inscrever-me no IEFP. Fui de comboio onde levei a trotinete.
Nem precisei perguntar qual seria o autocarro e muito menos tive de chamar um táxi.
Vi no meu telemóvel o mapa e arranquei rumo ao destino.
Chegado lá, prendi a trotinete com um cadeado a um poste de bicicletas e fui à minha vidinha.
Depois, ainda passei um bocadinho e voltei à estação para apanhar o comboio.
Dali destinei-me ao Porto, tendo saído na estação de General Torres e feito na trotinete 6,7 km até casa da minha irmã (demorei 25m, uma média de 16km/h).
Por exemplo, ir de trotinete da Estação de Campanhã ao Hospital de São João (que fica longe como tudo) são apenas 5 km e demora 20 minutos.

A trotinete é um meio de transporte individual poderosíssimo. 
Passa por onde passa um peão e, se a levarmos pela mão (ou a empurramos ao pé, com o motor desligado), conta como um peão.
O problema são as estradas empedradas e em mau estado (piso partido) e o perigo vem de tirar as mãos do volante e de haver buracos na estrada.
Fig. 3 - No empedrado e no piso partido, a tremideira liquefaz os miolos.


A trotinete nos edifícios massivos.
Existem sempre pessoas que são contrárias ao progresso mas nos edifícios muito grandes, por exemplo, nos aeroportos, centros comerciais, estações de comboio, universidades, a trotinete permite vencer as grandes distância de forma cómoda e rápida.
Num edifício com 140m de comprimento, será necessário utilizar a trotinete!


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