terça-feira, 29 de abril de 2025

Não foi o Estado quem falhou, quem falhou foi a electricidade!

Há quem diga que este blog foi a semente da Iniciativa Liberal.

E até pode ter sido mas, neste momento, dentro da Iniciativa Liberal há mais guerras internas do que pessoas a pensar o que, de facto, é o liberalismo.

Por exemplo, no outro dia, o chefe do partido disse qualquer coisa como "O Carlos será um bom ministro da eficiência do Estado" mas, estranhamente, não avançou com nenhuma medida que é necessário implementar para reformar o Estado:

Privatizar as escolas, universidades, hospitais, portos e transportes públicos?

Passar essas instituições a ser empresas privadas ou cooperativas?

Quem vão ser os seus proprietários,  os professores, médicos, enfermeiros, escriturário, motoristas, estivadores ou vão ser vendidas a empreendedores? 


A afirmação da Iniciativa Liberal quanto ao apagou não faz sentido.

Às 11:38 a rede eléctrica ficou vazia, parou tudo o que estava ligado à rede eléctrica.

Vamos supor que eu ia à padaria e a menina me dizia "Não lhe posso vender pão porque estou sem farinha". Será que um liberal poderia dizer "O Estado falhou"?

Claro que não.

Sendo a electricidade um bem como outro qualquer, não compete ao Estado fornecer esse bem às pessoas. Se não há electricidade, tem que se dar tempo ao sistema privado para resolver o problema.

E foi isso que aconteceu e muito bem.


A razão técnica para o apagão.

A electricidade que consumimos usa uma rede partilhada entre Portugal, Espanha e França. 

A rede tem milhares de produtores que injectam energia e dezenas de milhões de consumidores que retiram energia. Em cada momento, a potência produzida é exactamente igual à potência consumida.


O problema da tensão constante.

Raciocinando em termos de corrente contínua (que é conceptualmente mais simples), imaginemos que são injectados 1000 KW e são consumidos 1000 KW.

A energia consumida vai ser dada pela multiplicação da resistência do equipamento pela tensão da rede.

       Potência = Tensão ao quadrado /  Resistência

A resistência é própria dos equipamentos ligados pelo que, no exemplo, a resistência vale 

     1000000 =  220^2 / Resistência <=> Resistência = 220^2 / 1000000 = 0.484 Homs


Se ligarmos mais equipamentos, a tensão da rede diminui.

Como os equipamentos são ligados em paralelo, há uma redução na resistência, por exemplo, para 0.480 Homs. Se a potência produzida se mantiver constante, a tensão vai diminuir cerca de 1 Volt.

    100000 =  Tensão^2 / 0.480 <=>  (100000*0,480)^0,5 = 219.089 Volts

 

Se a tensão da rede diminui, há equipamentos que vão ficar estragados.

A correcção tem de ser feita de forma instantâneas. Não havendo tempo para aumentar a produção, a rede está dividida zonas (por exemplo, 1000 zonas) que vão ser, sequencialmente, desligadas até a tensão voltar a 220 Volts.

O sistema de controlo vai garantir que a tensão é 220 Volts ou 0 Volts, nunca mais nem menos. 


É comunicado aos produtores a necessidade de aumentar a produção.

Primeiro, as centrais hidroeléctricas respondem em menos de 10 segundos e, depois, as centrais a gás que respondem em menos de 10 minutos.

Entrando novas potencias na rede, passa a haver o risco da tensão passar a ser superior a 220 Volts o que não pode ser pois irá queimar os equipamentos (um pico de tensão). Tem então de ser tudo feito com muito cuidado. 


Se se produzir mais electricidade, a tensão da rede aumenta.

Como os equipamentos são ligados em paralelo, há uma redução na resistência, por exemplo, para 0.480 Homs. Se a potência produzida se mantiver constante, a tensão vai diminuir cerca de 1 Volt.

    110000 =  Tensão^2 / 0.484 <=>  (110000*0,482)^0,5 = 230.261 Volts


A Razão está aqui:

Se a tensão da rede aumentar, há equipamentos que vão ficar estragados.

Mais uma vez, a correcção tem de ser feita de forma instantâneas. A solução técnica é haver equipamentos destruidores de energia e que aquecem água de uma barragem. 

Este problema é muito grave porque as redes têm interruptores de segurança que desligam os equipamentos e, consequentemente, fazem diminuir o consumo e aumentar ainda mais a tensão da rede.

Por questões de eficiência, acredita-se que não é preciso sistemas de destruição de energia e, a consequência, é poder haver apagões.

1) Excesso de produção -> Tensão aumenta -> Não existe equipamento de destruição da energia

2) Equipamentos desligam por segurança -> Tensão aumenta mais -> A rede entra em colapso.


Lembram-se da 'electricidade a preço negativo'?.

O preço negativo traduz que os produtores pagam para que a sua energia seja destruída. Não podendo parar a produção, a única solução é pagar a quem tem equipamento de destruição.


O problema da fase da corrente eléctrica é ainda maior.

A electricidade é uma onda que oscila 50 vezes por segundo (50 Hertz) entre +220Volts e -220Volts e esta onda viaja a certa de 200 mil quilómetros por segundo. Então, a electricidade quando sai da França e chega a Portugal (depois de percorrer 2000 km), não pode ser ligada à nossa rede porque está atrasada meia onda. Tem então que ser pedido à França "A electricidade que injectas na rede tem de estar meia onda adiantada relativamente à nossa". O problema é que, quando comunicamos com a França o instante de sincronização, as nossas comunicações sofrem atraso!!!!! Um problema complicado de coordenar.

E todas as ligações à rede têm de estar sincronizadas.


A culpa está na optimização.

Em termos estatísticos, a média de uma amostra maior tem uma variância menor. Então, ao termos uma rede maior, os picos de sobre-tensão e de sub-tensão são menores.

Então, reduziu-se o equipamento que destrói energia e o equipamento que aumenta rápido a potência.

A primeira falha resulta de o dimensionamento deste equipamento não estar compatível com o aumento muito rápido de produtores variáveis, solar e vento.


Terá sido por acaso que a rede rebentou num dia de Sol nas proximidades das 12 horas, momento em que a produção solar é máxima?

Não.

A potência injectada aumentou, a tensão começou a subir, não houve forma de controlar a subida da tensão e os equipamentos começaram a desligar.

Imediatamente, as centrais nucleares espanholas entraram em modo de crise, isto é, desligaram da rede.

Acontece que esta tecnologia demora um par de dias a desligar e até uma semana a voltar a ligar a 100%. Dai, ter havido um comunicado da REN que poderia demorar uma semana a repor a situação.

Só não demorou uma semana porque a França ajudou.


Finalmente, para não haver risco de apagão.

Infelizmente, teremos de pagar mais pela a electricidade.

Seja porque há empresas como as siderurgias eléctricas que se disponibilizam, mediante um pagamento, a alterar o seu consumo instantaneamente seja por contruir equipamento rápido e caro que está quase sempre parado, teremos de pagar mais.

E ninguém quer pagar mais quando a eventualidade do apagão se traduziu numa ocorrência em muitas décadas.

É como o risco de cair na rua, talvez fosse bom usar capacete mas como é raro, ...

Fig. 1 - O Estado falhou porque permitiu a venda de alimentos ultra-processados.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Não é necessário dinheiro público para resolver a falta de habitação, é preciso liberalização.

Quando eu era criança, cada pessoa fazia a sua casa.

Podem dizer que já tenho muito anos o que é falso já que, tirando uma dor aqui ou ali que trato com uma pastilha de nimisulida ou naproxeno, estou como novo. Ainda derroto o Emil que é um finlandês de 16 anos que anda no meu judo e que, além de ter 1.90 metros, pesa mais de 100kg.

Mas, voltando ao problema da habitação, quando era criança, os pais escolhiam um talhão de terra e os filhos faziam ali uma casa em função das suas possibilidades. Também, no pós-25-de-Abril com o dinheiro da emigração, começou a haver compras de talhões de terreno aos lavradores.


Era um coisa fracota mas suficiente.

Nesse tempo, uma casa razoável tinha 3 quartos, sala, cozinha e WC, sem corredor, tudo empacotado em 70m2. 

A água era bombeada de um poço ou mina que podia ser colectivo, para o depósito e, a uns metros da casa, fazia-se uma fossa para o tratamento da água-chocas, com dois compartimentos, a fossa estanque e a fossa rota. 

A água-choca servia, na primavera, para adubar as 'novidades' e como as alfaces, tomates, feijão verde, ervilhas, couves e pepinos cresciam!

As paredes eram de tijolo e rebocadas com uma argamassa de cimento tipo portland e saibro.

Inicialmente, a armação do telhado era de madeira mas chegou-se à conclusão que a armação em betão pré-esforçado ficava mais barata.

No final, era tudo caiado tanto em branco como num azul, amarelo, verde ou vermelho aguado.

Fig. 1 - A planta da casa do meu sogro é típica de uma construção do pós-25-de-Abril.

O projecto era uma coisa simples.

Um desenhadores da construção civil fazia os riscos, levava aquilo à câmara municipal que, automaticamente, aprovava o projecto. Não havia projecto de engenharia nem de especialidades, estava pressuposto que o mestre de obras e os artistas sabiam fazer a coisa. 

O dono da obra contratava um mestre de obra que, com uns pedreiros e, depois, um electricista, um picheleiro e uns trolhas fazia a casa. Muitas vezes, os próprios davam uma ajuda a chegar massa.

Estando a casa pronta, a 'Elétrica' ligava a electricidade e ficava tudo feito. Se a casa ficava num local mais distante da estrada, a 'Eléctrica' tinha de meter novos postes que eram pagos pelo proprietário da casa.

Estava tudo pronto. 


Quanto custaria hoje uma casa destas?

Uma coisa pouca. Se fosse razoavelmente liberalizado o uso do solo agrícola e florestal, um bom terreno ficaria por 15000€ e a construção não passaria dos 35000€.

Amortizar os 50000€ em 40 anos a uma taxa de juro de 2%/ano dá 150€/mês, o custo certo para o nível de rendimento da nossa classe 'média-baixa'.


Então, o que é preciso fazer para resolver a crise habitacional?

A Lei 53-A/2025 de Abril de 2025 é um passo importante na liberalização da construção mas ainda é um passo pequeno porque é preciso retirar das câmaras municipais o poder de entravar o processo anos a fio.


1) Classificar como Obra de Pequeno Impacto 

E, por isso, sem necessidade de licenciamento municipal, a construção de habitação para residência permanente (própria ou para arrendamento) em territórios de baixa densidade populacional.

A área de implantação fica limitada a 100 m2 por família e a 10% da área do terreno.

A construção pode ter o máximo de dois pisos em que o rés-do-chão é destinado a garagem e arrumação e o piso superior é destinado a habitação, com cércea máxima de 6.5 m.

Em termos de infraestruturas, apenas é obrigatório garantir um acesso em terra batida com 3 m de largura.

As cores têm ser de forma a reduzir o impacto visual.


2) Haver projectos tipo. 

Ser publicado um 'Livro Branco da Habitação' com projectos T0, T1, T2 e T3 disponibilizados gratuitamente para as Obras de Pequeno Impacto. O proprietário apenas pede que lhe seja impresso o projecto que entrega como informação prévia.


3) Liberalizar o destacamento de parcelas para Obras de Pequeno Impacto para habitação.

A comunicação prévia é feita à Câmara Municipal com o contrato de compra e venda do talhão e um mapa da localização. Com esses documentos, o Registo Predial e as Finanças inscrevem esse talhão como uma parcela mista, a área de implantação como urbano e o resto como rústico.


4) O Estado deve custear as infraestruturas em alternativa a pagar habitação social.

Vamos supor uma família com menores recursos e que tem um terreno servido por um caminho em terra batida sem electricidade. O Estado deve custear o melhoramento no caminho que pode continuar em terra batida, e custear a puxada da electricidade e, havendo necessidade, um furo de água em local apropriado. Essas infra-estruturas passam a poder ser utilizadas por outras famílias.


5) Equiparar a compra-e-venda de imóveis aos automóveis em segunda mão.

Se comprar um carro em segunda mão, mesmo que tenha um preço muito superior a um imóvel, assino um documento particular e pago 55,30€ para registar o veículo em meu nome. Não há o pagamento de nenhum imposto nem é necessário fazer qualquer escritura.

Já se comprar uma imóvel mesmo que pelo preço de 500€, sim, há imóveis que têm um preço de 500€, tenho de fazer uma escritura pública, pagar uma porção de impostos e o registo.

Os imóveis de pequeno valor patrimonial (rústicos inferior a 5000€  e urbanos inferior a 50000€) devem poder ser vendidos e comprados com um documento particular, não pagar qualquer imposto e o registo ter um custo igual ao do registo automóvel, 55€.

Fig. 2 - Efectivar a compra-e-venda de um automóvel de 95000€ tem um custo muito inferior ao de um imóvel de 500€.

Há em Portugal um partido liberal mas ...

Em tempos escrevi um projecto legislativo no sentido de liberalizar a construção destinada a habitação.

Peguei nisso e enviei ao CHEGA (que na altura era um partido liberal) e penso que também à Iniciativa Liberal mas não tenho a certeza.

Claro que meteram a coisa no lixo.

O CHEGA deixou de ser liberal e a Iniciativa Liberal dedica-se agora à descida do IRS.


Liberalizar é dar liberdade às pessoas não é descer impostos.

Liberalizar a economia não passa por descer impostos pois, mesmo com impostos zero, o Estado pode continuar a asfixiar a economia com regulamentos.

De que interessa não cobrarem impostos na construção de habitação se, depois, as câmaras municipais não deixam construir em lado nenhum?

Porque é que na maior parte das grandes cidades a cércea dos imóveis está limitada a 6 pisos?

Em Nova York existem desde 1916 limites à altura dos edifícios mas que tem uma lógica (é o "Plano de exposição ao céu") pois pretende controlar o assombreamento. Por exemplo, num distrito "duas vezes", a fachada tem de estar dentro da linha que dista H/2 metros do lado mais afastado da via. Por exemplo, o último piso de um edifício com 30 pisos / 100 metros de altura  tem de estar recuada 100/2 = 50 m do eixo mais afastado da via.

Há Zonas de NY com edifícios com uma altura de 10X.


Fig. 3 - Volumetrias que respeitam a Lei do Assombreamento 3X e 2X de NY (o jardim é particular).

Liberdade é o proprietário decidir se o prédio vai ter 2, 5, 10, 50 ou 150 pisos e o município que defina limitações de assombreamento razoáveis.


A Iniciativa Liberar perdeu-se na espuma das ondas.

Quando a Iniciativa Liberar trata o Presidente Milei da Argentina como se fosse o Anti-Cristo, perdeu a coragem de ser um partido liberar.

Se no mês de Dezembro de 2023, quando o Milei tomou posse, a inflação na Argentina estava nos 1530%/ano e agora está em torno dos 37%/ano.

A taxa de desemprego está estável nos 6.7% da população activa e com tendência de descida.

Fig. 4 - Taxa de desemprego na Argentina

Comparando o PIB argentino do último trimestre de 2023 com o último trimestre de 2024, a economia cresceu 2.1%, mais do que Portugal que só cresceu 1.5%!!!!!!!!

Fig. 5 - Crescimento económico na Argentina

O Milei não é nenhum maluco.

E prova disse é o facto do FMI estar a apoiar a Argentina.

O gajo, assim como o Trump, mais não estão a fazer do que precisou fazer o Passos Coelho Em Portugal.

Não há que ter vergonha de mostrar o que tem conseguido, não podemos dizer que o homem é maluco, que não percebe nada de economia, que temos de nos concentrar no liberalismo europeu.

O problema é que na Europa não existe liberalismo!!!!!!!!

Se considerarmos como base a situação vivida em 2007, o Passos Coelho fez com que hoje estejamos 26.5% melhor do que os Gregos, desgovernados pelo esquerdista Varofaquis.

Fig. 6 - Portugal ajustou com o Passos Coelho e a Grécia com o esquerdista Varofaquis e hoje estamos 26.5% melhor do que os gregos


Contra a verdade não pode haver argumentos.

O problema é que os esquerdistas são livres de inventar uma verdade paralela e apelidar a verdadeira verdade, aquela que é mostrada pelos números, em "notícias falsas". 

E, infelizmente, a Iniciativa Liberal vai por esse caminho.


Vamos, a título final, ver se o sábio do PSD, o tal professor catedrático de economia, acertou que a economia portuguesa ira explodir em crescimento.

O certo é que o PSD deu-lhe um ponta-pé no cú. Agora anda a escrever muito bravo contra o governo da AD apenas porque ainda não descobriu que já descobriram o vácuo que diz. Interessante que no outro dia ouvi o Caldeira Cabral e lá veio a muleta do Acemoglu, um americano de origem arménia.

Fig. 6 - Evolução do PIB português

Mas atendendo a que a entrada de imigrantes tem feito a população empregada tem aumentado mais do que 2.1%/ano, a produtividade tem mesmo caído, cada vez cada trabalhador produz menos e o Pedro Nuno do PS gaba-se de ter aumentado o Salário Mínimo Nacional em mais de 60%.

Acabar com isso que vamos a caminho de nova bancarrota.

Não fossem a jogadoras da o Boavista Futebol Clube e já me tinha ido embora deste país de mentecapto


sábado, 12 de abril de 2025

Nas próximas eleições legislativas, vai ficar tudo parecido, AD 81 // PS 76 // CHEGA 43 deputados.

Peguei nas sondagens publicadas em Abril de 2025.

No total, estas sondagens somam 3480 respostas sendo que 4,7% não conseguiram disser em que partido vão votar. Não inclui a sondagem da Consulmark2 porque não encontrei o tamanho da amostra.



Resultados (intervalo de confiança de 95%)

AD = 77 a 85 deputados (média de 81)

PS = 72 a 80 deputados (média de 76)

CHEGA = 39 a 46 deputados (média de 43)

IL = 11 a 16 deputados (média de 13.5)

BE = 2 a 6 deputados (média de 4)

PCP = 3 a 6 deputados (média de 4.5)

LIVRE = 6 a 11 deputados (média de 8.5)

PAN = 0 a 1 deputados (média de 0.3)


AD e PS estão empatados mas pouco.

Apesar de a AD e o PS estarem empatados para um intervalo de confiança de 95%, a probabilidade de o PS ficar à frente da AD é de apenas 10%.


Para os mais interessados 

Indico o artigo onde podem ver a fundamentação estatística para os intervalos de confiança (a 95%).

Vieira, PCC (2025), Inferência estatística vetorial -Sondagens eleitorais, Researchgate 


O código R usado no cálculo

AD=0

PS=0

CHEGA=0

IL=0

BE=0

PCP=0

Livre=0

PAN=0


for(i in 1:100000)

   {#sondagens

    agregado =sample(1:9,3480,rep=TRUE,prob=c(29.9, 28.2,16.7,6.7,3.4,3.6,5.0,1.8,4.7))

    #Calcula os deputados

    partidos=table(agregado)[-9]

    percentagem=partidos/sum(partidos)

    deputados=296*percentagem - 6.44

    deputados[deputados<0]=0

    deputados=round(deputados/sum(deputados)*230,0)

    #AD PS Chega IL BE CDU Livre PAN ND

    AD[i]=deputados[1]

    PS[i]=deputados[2]

    CHEGA[i]=deputados[3]

    IL[i]=deputados[4]

    BE[i]=deputados[5]

    PCP[i]=deputados[6]

    Livre[i]=deputados[7]

    PAN[i]=deputados[8]

   }

x=sort(AD)

c(x[500], x[2500], mean(AD), x[97500],x[99500])

x=sort(PS)

c(x[500],x[2500], mean(PS), x[97500],x[99500])

x=sort(CHEGA)

c(x[500],x[2500], mean(CHEGA), x[97500],x[99500])

x=sort(IL)

c(x[500],x[2500], mean(IL), x[97500],x[99500])

x=sort(BE)

c(x[500],x[2500], mean(BE), x[97500],x[99500])

x=sort(PCP)

c(x[500],x[2500], mean(PCP), x[97500],x[99500])

x=sort(Livre)

c(x[500],x[2500], mean(Livre),x[97500],x[99500])

x=sort(PAN)

c(x[500],x[2500],mean(PAN),x[97500],x[99500])


x=sort(PS+BE+PCP+Livre)

c(x[500], x[2500], mean(x), x[97500],x[99500])

x=sort(AD+IL)

c(x[500], x[2500], mean(x), x[97500],x[99500])

x=sort(AD+CHEGA)

c(x[500], x[2500], mean(x), x[97500],x[99500])

#AD>PS

(sum((AD>PS)*1)+sum((AD==PS)*0.5))/100000


quinta-feira, 3 de abril de 2025

O Túnel Algés-Trafaria apenas é viável como ciclovia

Não é viável fazer um túnel rodoviário sobre o Tejo.

O principal problema é os carros podem-se incendiar e, para evitar haver milhares de mortes, é necessário um nível de segurança que torna a obra economicamente inviável.

Claro que podem dizer que há países onde foram feitos túneis rodoviários mas, se como bem sabem, o Túnel do Canal da Mancha é ferroviário e, mesmo assim, já teve um incêndio que quase o arruinou (no dia 11 de Setembro de 2008).


As pessoas pensam que é fácil fazer um túnel rodoviário.

Antes de ter estudado Mecânica dos Solos questionava "Se nas minas fazem túneis com facilidade, porque não há a mesma facilidade a fazer túneis rodoviários?".

A diferença está em os túneis das minas: 

      i) Durarem pouco tempo (podem sofrer deformação), 

      ii) Serem de pequeno diâmetro, 

      iii) Os túneis e poços de circulação serem feitos em rocha resistente,

      iv) Controlar-se o risco de incêndio (nas minas não há equipamentos com motores a combustão).


i) A rocha é como a gelatina.

Quando cortamos uma fatia num bolo de gelatina, inicialmente o corte mantém-se vertical  mas, com o tempo, a gelatina começa a descair. Na industria das escavações diz-se que "O terreno está a dar carga".

Quando fazemos uma escavação acontece exactamente o mesmo, começam-se a romper pequenas ligações entre as rochas e mais e mais carga é aplicada na vizinhança do espaço vazio o que faz com que o túnel fique cada vez com menor diâmetro (no caso da rocha ser plástica) e a caírem blocos (no caso da rocha ser menos plástica).

Como no túneis rodoviários é necessário manter a estrutura e a segurança, é necessário uma forte e dispendiosa consolidação  das paredes do túnel. 


ii) Um túnel rodoviário tem um diâmetro muito grande.

Para termos dois sentidos, o túnel tem de ter um piso com 2 + 3.25 + 3.25 + 2 = 10.5 metros e uma altura de 5 metros. com estas dimensões, consegue uma tráfego máximo na ordem dos 1200 veículos por hora em cada sentido.

Se pensarmos que o túnel tem a forma de uma circunferência, esta tem um diâmetro mínimo de (10.5^2+5^2)^0,5 =  11.6 metros. Somando o reforço das paredes, vai para 15 metros de diâmetro de escavação o que é uma enormidade.

Por comparação, uma ciclovia com duas faixas em cada sentido precisa de um túnel com 6 metros de diâmetro e tem capacidade para 3000 trotinetes por hora em cada sentido, podendo ser ainda maior na hora de ponta abrindo três faixas num sentido.

Fig.1 - Um túnel rodoviário precisa de um mínimo de 15m de diâmetro e a ciclovia de apenas 6m.

iii) O túnel vai ter de passar por terrenos de aluvião. 

A profundidade do Rio Tejo contando a água e as lamas, areias e cascalho móveis é na ordem dos 30 metros. Depois, continuamos a ter areia e cascalho sem capacidade de suportar cargas. 

A vantagem é que o túnel pode ser pré-fabricado em secções na Noruega e, escavada com uma draga uma vala no leito do rio, afundadas as secções.

Não parece muito complicado mas, como terá de haver pelo menos 20 metros entre o fundo do rio  e o topo do túnel, teremos uma vala com 2500 metros de extensão, 70 metros de profundidade e 500 metros de largura para a qual  o Rio Tejo está continuamente a arrastar lama, areia e cascalho.  

Fig. 2 - Localização do túnel Algés-Trafaria com a vala a escavar

iv) O risco de incêndio torna o túnel rodoviário muito caro.

Foi anunciado que no túnel apenas poderão circular veículos eléctrico. As pessoas pensam que é para incentivar os veículos eléctricos mas a razão está na segurança.

O combustível tem muita energia específica (um litro de gasolina aquece 5000 m3 a 150.C) e a gasolina é explosiva dentro de um túnel (um litro de gasolina é equivalente a 7 kg de explosivo).

O problema é que os veículos eléctricos também se incendeiam. 

Vamos supor que dois carros chocam na hora de ponta no meio do túnel e há um incêndio. Vão estar dentro do túnel milhares de carros e de pessoa a mais de 1500 metros de distância da saída mais próxima. O ar atinge rapidamente temperatura infernais o que propaga o incêndio aos outros automóveis; o fumo e falta de oxigénio asfixia as pessoa e os bombeiros não podem entrar por causa do congestionamento.


Tem de haver outro túnel de segurança.

Paralelo ao túnel rodoviário, tem de haver um túnel de segurança para onde as pessoas possam fugir.

De qualquer forma, havendo um incêndio, vai haver muitos mortos (todas as pessoas nas proximidades do acidente), milhares de carros vão arder e o túnel vai ruir por causa das altas temperaturas. 

Só o túnel de evacuação de segurança fica mais caro do que o túnel para uma ciclovia com duas pistas em cada sentido.


Faria mais sentido uma ciclovia Barreiro-Seixal-Almada-Cais do Sodré.

Numa sociedade que anuncia ser "amiga do ambiente" mas que o carro é o rei, não faz sentido fazer ciclovias que custei mais do que pintar de vermelho um bocado da via.

Numa sociedade que tem o peão como centro da mobilidade, faz todo o sentido investir dinheiro em ciclovias mas faz mais sentido um túnel a ligar o Barreiro ao Cais do Sodré.

Mas como dizia o meu pai (que a Terra já lá tem), "não vai ser para o meu tempo".


Fig. 2 - A Ligação Barreiro, Algés-Almada-Cais do Sodré serviria muito mais pessoas


Porque têm as secções de ser construídas na Noruega?
Fica muito mais barato construir o túnel na vertical e isso só pode ser feito dentro de água.
A Noruega tem locais de águas muita calmas (os fiordes), com profundidades de mais de 400 metros.
Além disso e por causa disso, tem muita prática neste tipo de construção em betão porque é quem faz a sapata flutuante das plataformas de exploração de petróleo em águas profundas.




Também tenho de falar um bocadinho das tarifas do Trump.
Não vou estar por aqui a dissertar sobre o que a ciência económica diz sobre o assunto, vou apenas fazer algumas  perguntas: 

1 = Se, como dizem os nossos economistas sábios, as tarifas do Trump vão ser pagas pelos consumidores americanos, porque é que do lado de cá do Atlântico há pessoas tão preocupadas (incluindo os  sábios e os comentaristas)?
Será que amam assim tanto os consumidores americanos a ponto de não dormirem só a pensar no mal que o Trump, eleito por eles, lhes está a causar?
Não seria melhor preocuparmo-nos com os moçambicanos que sofrem muito mais?

2 = Porque estamos a pensar retaliar impondo tarifas sobre os bens americanos?
Não irá isso ser pago pelos consumidores europeus?
Será que estamos tão preocupados com os americanos que, em solidariedade, queremos causar igual prejuízo aos consumidores europeus?

Fig. 3 -  Não bate a bota com a perdigota. "Queres que te dê um beijo?"


Vi um cometário interessante.
Que o Montenegro vai ganhar.
Como já saíram sondagens, vou ter de trabalhar os números o que vai ficar para amanhã.

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