sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O António Costa está-se a ver grego

As sondagens são-lhe adversas.
Parafraseando o António Costa quando lançou o ataque ao Seguro "é dificil fazer pior do que ter o PS apenas 2 ou 3 pontos percentuais à frente do PSD+CDS que são apenas o governo que, nos últimos 50 anos, mais cortou no bolso das pessoas."
O problema é que é essa a realidade de hoje. Actualmente, o PS tem menos intensões de voto do que tinha há 1 anos atrás, no tal tempo do Seguro (ver).
 
Fig 1 - Afinal, avancei cedo demais. Deveria ter deixado o Seguro a grelhar mais uns meses e ter aparecido apenas na semana anterior às eleições. 
 
E há a questão da Grécia.
No dia das eleições, à meia dúzia de dias, os do PS gritavam de alegria, que "agora é que os gregos vão ensinar à Sr.a Merkel como se bate-o-pé à austeridade".
Era este mesmo o modelo a seguir em Portugal.
Se na Grécia a Austeridade acabou no dia 25 de Janeiro, em Portugal iria acabar com o PS no próximo Setembro.
 
Acabou a auteridade,
Vivas aos aumento das pensões, do salário mínimo e dos funcionários públicos, vivas à readmissão de todos os despedidos, às novas contratações, vivas aos Russos e abaixos aos Alemães.
 
Venham agora os Russos.
A Crimeia é muito parecida geograficamente com a Grécia e, até ser conquistada pelos mongois, fazia parte do seu território.
 
Fig. 2 - Na antiguidade a Crimeia era "irmã" da Peloponesa
 
Então, se os Russos salvaram a Crimeia das garras da Ucrânia que se quer unir à austeridade imposta pela Sr.a Merkel, também podem salvar os Gregos dessas garras alemãs.
Chegaram mesmo a sonhar que iriam passar a viver na opulência que se vive em Cuba (será que estou enganado?) quando passassem a ser a Base Avançada Russa no Mediterrânico.
A Sr.a Merkel só disse "Desejo todas as felicidades ao povo grego"
 
"Abaixo os mercado e os credores."
Mas para acabar com a austeridade é preciso pedir dinheiro emprestado.
E não se pode ir pedir dinheiro emprestado dizendo que quem empresta é especulador e abutre.
Pois assim, já estamo a ver, ninguém empresta.
Há apenas 5 meses atrás a Grécia conseguia endividar-se a 3,2%/ano (prazo a 3 anos). Hoje, se for ao mercado, tem que pagar quase 20%/ano.
 
Fig. 2 - Evolução das taxas de juro da dívida pública grega a 3 anos
 
Será que a Austeridade irá mesmo acabar na Grécia?
Muito antes pelo contrário, agora vai ser à bruta, não há, não se gasta.
Obrigado gregos por estarem a mostrar ao povinho português o que é a "outra política," o que é a tal "politica de crescimento e emprego" e onde leva o anúncio do fim da Austeridade.
Força Costa que o povo está contigo.
 
Pedro Cosme Vieira

9 comentários:

Matos disse...

Só espero que o desabamento venha a tempo de mostrar ao Zé Tuga que o caminho "re-estruturação da dívida" e do "não pagamos a conta da festa que fizemos" não é a solução.

Por outro lado, depois de ver algumas romarias ali para os lados de Évora só me apetece que haja um syriza português para ver o circo a pegar fogo!

Anónimo disse...

Digamos que a Grécia não cede aos pressupostos da UE e o cenário de expulsão é real!
Se a Alemanha(guia espiritual desta UE) exigir a expulsão da Grécia não acha que estão lançadas novamente as bases para colocar em polvorosa a Europa e trazer velhos fantasmas?
É que se expulsar a Grécia não for uma decisão unanime pode ter um efeito dominó desastroso...

Tiro ao Alvo disse...

Escreveu "No dia das eleições, à meia dúzia de dias, os do PS" quando devia ter escrito: No dia das eleições, há meia dúzia de dias, os do PS.
Corrija por favor.

Económico-Financeiro disse...

Estimado Tiro ao Alvo
Eu tenho dúvidas nisso.

O "há" determina existência enquanto que "à" determina distância.

"Há meia dúzia de dias no ano em que a temperatura é menor que 0ºC" quer dizer 6 dias quaisquer nos 365 do ano.
Na frase podemos imaginar que foi no passado ("no ano passado houve 6 dias...") ou no futuro ("no próximo ano haverá 6 dias ...2).

"À meia dúzia de dias" traduz que o acontecimento foi a esta distância temporal de nós.
A frase não pode ser imaginada no passado nem no futuro.
Se tiver "atrás" ficas, sem dúvida, "à".

Chilavert
A Grécia vai sair do Euro e, muito provavelmente, da União Europeia.
Se, depois disso, sair a Bulgária ou outro qualquer, não tem problema nenhum.
Também a Turquia (15%) e a Ucrânia (9%) não fazem parte da UE e ninguém se preocupa com isso.

A UE não pode ficar refém de um país com apenas 2% da sua população.
Quem decidir, democraticamente ou não, não querer mais ficar dentro da UE, que vá à sua vida.
Desejo-lhes toda a sorte do Mundo.

pc

Tiro ao Alvo disse...

Professor, quando li o seu post não duvidei de que se tratava de um erro. Perante a sua resposta, consultei o site da ciberdúvidas e encontrei isto:
"Há é uma forma do verbo haver: a 3.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo. Significa existir.
Ex.:
1. Há barulho na sala.
2. Há muita gente no passeio.
3. Há muitas pessoas no passeio.
4. Há oito dias que o não vejo.
(...)
Uma regra: com expressões de tempo, trata-se do verbo haver.
Ex.:
1. Ele foi-se embora há uma semana.
2. Isto aconteceu há dias.
3. Fui há quinze dias a Lisboa e...
4. Há muito tempo que ele andava doente.
5. Há anos, estava ela no jardim...
6. Ela festejou o aniversário há pouco tempo.
Uma chamada de atenção: quando significa existir, o verbo haver não tem plural.
Ex:
1. Hoje há aula de... / Hoje há aulas de...
2. Não o vejo há um mês. / Não o vejo há tempos.
3. Há um político que... / Há muitos políticos que...
4. Houve uma pessoa... / Houve várias pessoas..."
Pelo que entendo, eu estaria certo.
Cumprimentos.
PS. Não vejo grande interesse na publicação deste meu comentário.

Unknown disse...

Sugestão de leitura: pesquisar o PREC em Portugal e o resultado visivel nas empresas e nas ruas com o debacle de 1983.
Percorrendo as posições dos diversos syrizas e as consequencias das medidas para o povo podemos aprender a "ver" melhor o que vai acontecer aos gregos.
Tirem da equação os alemaes:apesar de criar uma narrativa simpatica para a Alemanha a Grecia nem chega a uma picada de melga.

Portuendes disse...

Gostaria de voltar um pouco atrás, para tentar saber do que fez a Grécia, em concreto, desde que a troika foi por eles requisitada. Pergunto isto, porque toda a gente diz que "a política de austeridade" não funcionou, mas duvido que os gregos a tenham aplicado verdadeiramente (nem nós, quanto mais eles). Portanto, agradecia se o prof. Cosme Vieira me conseguisse dizer que medidas a troika determinou e quantas (e quais) dessas o governo grego implementou sem aldrabice. (Em Portugal, já sabemos que muito ficou por fazer, mas alguma coisa ainda foi sendo feita)...

Unknown disse...

Caro Professor,

Isto está mesmo uma tragédia grega para os lados dos esquerdistas em Portugal, não é só o PS, mas também o BE e o PCP, anda tudo a ver-se grego.

A recuperação da economia, as contas públicas e externas, a redução do desemprego e o aumento do SMN, o facto da Grécia estar a anos-luz de nós, tudo isso mexe com os resultados das sondagens e ou muito me engano ou acho que este governo tem condições para vencer as eleições.

O Costa ultimamente fala de tudo menos do essencial, sempre que a coisa fica preta lá vem a questão da dívida publica, essa já é velha é falsa e já não pega porque o povinho não é assim tão burro.

Cumps

Ricardo Anjos disse...

@ Pedro Alexandre:
Não subestimemos a burrice do povinho!
Dito isto, concordo que a coisa está um pouco mais favorável para o PSD, e mais negra para o Costa.
O facto de o Costa ser uma cabeça de vento, sem uma ideia que valha tem ajudado.
Visto numa perspectiva mais séria do interesse Nacional, as demagogias do Passos para "sacar" votos não auguram nada de bom. Ainda a "empresa" está na falência, e já se fala de distribuir dividendos...!

Cumprimentos a todos

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