terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A notícia falsa sobre o Mundo estar cada vez mais desigual.

A Oxfam anunciou que a desigualdade no Mundo está a aumentar. 

Que cada vez há mais e ricos e também mais pobres. 
Neste poste vou mostrar que isso é uma notícia falsa.
E isto é uma notícia falsa que a nossa comunicação social poderia ter verificado pois nem sequer é verdade considerando os países como unidade de análise, isto é, calculando uma média simples dos países.

A desigualdade acontece por dois caminhos.
O primeiro caminho é porque, dentro de cada país, a desigualdade diminui. Mas o caminho mais importante é porque a desigualdade entre os países pobres e os países desenvolvidos tem diminuído.

O fenómeno da convergência no desenvolvimento dos países (o catching up) é algo que sempre aconteceu e chama-se difusão tecnológica e cultural (os esquerdistas chama-lhe colonização).
Nós ainda vivemos o impacto da "Revolução Industrial" que começou na Inglaterra, depois, difundiu-se para a Holanda, Alemanha, França,  ... e, agora, está a toda a força na China, a começar na Índia, Indonésia, ... e que também chegará a África.
Podemos ver que os 10 maiores países em desenvolvimento onde vive mais de metade da população mundial cresceram entre 1990 e 2016 uma média de 6,0%/ano (ver Tabela 1) enquanto que os 10 países mais desenvolvidos cresceram entre 1990 e 2016 uma média de 1,2%/ano (ver Tabela 2).
Por comparação, nestes 26 anos, Portugal cresceu 1,14%/ano e a Espanha 1,31%/ano. 

Tabela 1 - Crescimento dos maiores países em desenvolvidos, 1990/2016 (dados, Banco Mundial)
País Cresc PIB pc Popul.
China 9,0% 18,9%
Myanmar 7,9% 0,7%
Vietnam 5,4% 1,3%
India 4,9% 18,1%
Bangladesh 3,7% 2,2%
Ethiopia 3,5% 1,4%
Thailand 3,4% 0,9%
Indonesia 3,3% 3,6%
Philippines 2,3% 1,4%
Nigeria 2,3% 2,5%
Total 6,0% 51,1%



Tabela 2 - Crescimento dos maiores países desenvolvidos, 1990/2016 (dados, Banco Mundial)
País Cresc PIB pc Popul.
Korea, Rep. 4,3% 0,7%
United Kingdom 1,5% 0,9%
United States 1,4% 4,4%
Germany 1,3% 1,1%
Brazil 1,2% 2,8%
Mexico 1,1% 1,7%
France 1,0% 0,9%
Japan 0,9% 1,7%
Russian Fed. 0,6% 2,0%
Italy 0,4% 0,8%
Total 1,2% 17,2%



A Oxfam ainda comete outro erro. 
Ao dizer que o rendimento dos 1% mais ricos seria capaz de acabar com a pobreza, não têm em atenção que os bens que os ricos "comem" não se podem transformar em bens que os pobres possam "comer" . Não se pode transformar uma garrafa de champanhe (cujo preço é 200€/garrafa) em  1330 kg de milho (cujo preço é 0,15€/kg).

A desigualdade agrega-se num índice.
O Banco Mundial usa o Coeficiente de Gini que é zero se todas as pessoas tivessem o mesmo rendimento, independentemente da idade, sexo, escolaridade, altura, peso, produtividade!!! e seria 100 se todo o rendimento fosse concentrado em apenas uma pessoa. Eu digo pessoa mas a unidade económica é a família (pois as crianças nunca têm rendimento).
A sociedade igualitária sonhada pelos esquerdistas não é possível porque as pessoas mais inteligentes, criativas e produtoras de valor não se vão esforçar (alguém imagina que o Cristiano Ronaldo jogaria o que joga se ganhasse 1000€/mês?)
O sonho pela sociedade igualitária levou a inúmeros massacres deste os estalinistas, maoistas, dos kmer vermelhos até  aos que aconteceram nas nossas ex-colónias (o 27 de Maio de 1977 angolano foi uma amostra). Interessante o nosso Ministério Público não se preocupar por esses massacres e preocupar-se com a eventualidade de um fulano ter dado 740 mil euros a um português. Venham mais desses angolanos!!!
E nos vistos gold, alguém pergunta de onde vem o dinheiro?
Alguém perguntou a Isabel dos Santos de onde vieram os milhares de milhões de euros que afundou no BCP?

Calculando a evolução do Coeficiente de Gini.
Quando li as notícias, pensei que, pegando nos países como unidade de análise, a média do Coeficiente de Gini estava a aumentar. Peguei nos 27 países com mais de 50 milhões de habitantes (têm 77% da população mundial), fui buscar ao Banco Mundial os dados, preenchi os buracos da base de dados e calculei, para cada ano, a média ponderada do coeficiente usando a população como ponderador. O resultado foi verificar-se uma descida da desigualdade!!!! (ver Fig.1).

Fig. 1  - Evolução do Coeficiente de Gini, 1990-2016, países (dados, Banco Mundial)

Agora, vou usar as famílias como unidade de análise.
Como os países pobres crescem mais que os ricos, tenho que juntar as classes de rendimento das famílias dos diversos países.

Primeiro, vou pegar no coeficiente de Gini e no PIB per capita de cada país e transformar numa distribuição de rendimentos. Adoptei a seguinte forma funcional (e calculei o K para cada valor do coef. de Gini)
Cumulante rendimento = (1+K)^(Cumulante da população - 1)
Esta transformação não é importante desde que se use a inversa para calcular o coeficiente agregado.

Segundo, para cada país e ano, vou dividir a população em 100 escalões e calcular o PIB de cada um deles.

Terceiro, agrego os escalões referentes a cada ano (para todos os 27 países).

Finalmente, pego na distribuição agregada dos rendimentos e calculo o coeficiente de Gini agregado (para cada ano).

Isto não é nada do outro mundo mas é muito, muito mais difícil de calcular do que a evolução da média que apresento na Figura 1. Por isso, seria aceitável que os jornalistas não conseguissem calcular mas, em vez de transmitirem notícias falsas, calavam-se ou pediam ajuda a quem soubesse calcular.

Fig. 2  - Evolução do Coeficiente de Gini, 1990-2016, famílias (dados, Banco Mundial e muitos cálculos)

Vejo uma redução muito grande na desigualdade.
No Mundo, a desigualdade até poderia aumentar em todos os países mas, como o crescimento económico nos países menos desenvolvidos (especialmente na China e Índia onde vive metade da população mundial) é maior que nos países mais desenvolvidos, globalmente, existe uma diminuição na disparidade de rendimento à escala global.

O coeficiente de Gini valia 84,1 em 1990 e diminuiu para 65,0 em 2016!!!
Uma redução muito grande na desigualdade.

Dentro dos países o coeficiente é 38,8 mas, considerando as diferenças entre os países, sobe para 65 (2016)!
Por os esquerdistas só considerarem a desigualdade dentro dos países, pensam que na União europeia a desigualdade é maior do que nos USA quando não é por causa de termos países com elevado PIB per capita e países com baixo PIB per capita.

Notícias falsas!
Talvez isto traduza que a nossa comunicação social, por causa da redução de custos, se está a transformar num agregador de notícias que circulam por ai.
Eu escrevi "talvez"!

2 comentários:

Silva disse...


Caro PCV

A comunicação social já há vários anos senão mesmo algumas décadas já não tem a função de informar e de investigar. As suas funções são as de censura, manipulação e propaganda.

Já há 10 anos que se sabe que certo indivíduo deveria estar preso e na grande media praticamente nunca foi noticiada a sua situação e obviamente de quem encobriu a situação. Como já saiu do poleiro, agora está em situação mais vulnerável em termos legais. Não vale a pena mencionar o nome mas acredito que a cada dia que passa estará mais perto de ser preso. Aí também poderá ser desacreditada todo o "mainstream media" aos olhos da generalidade das pessoas.


A insistência em noticiar estes estudos da treta insere-se nas funções da comunicação social (censura, manipulação e propaganda).

Qualquer simples análise histórica permitiria relevar o oposto das conclusões do estudo.

O verdadeiro problema é a existência destas associações e fundações da treta que aproveitam-se de dinheiros públicos (via subsídios e/ou benefícios fiscais) para manipularem e propagandear esquerdices.

Uma verdadeira reforma estrutural seria que todas estas associações e fundações estarem sujeitas a imposto (IRC). A grande maioria iria desaparecer e o ambiente certamente ficaria muito mais desanuviado e despoluído.

Anónimo disse...

E as gajas????

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