quinta-feira, 7 de maio de 2020

É mentira que o Corona-19 já tenha sofrido 150 mutações.

Mentira - Alguém disse que o Instituto Ricardo Jorge detectou 150 mutações no Corona.

Vejamos porque isso é mentira.
O Corona-19 é um vírus RNA que tem uma taxa de mutações no máximo na ordem de uma em cada 10000 gerações (verificar). 
Por exemplo, o vírus da SIDA tem uma taxa de mutação de 1 em cada 33000 gerações que é considerada uma taxa elevada.

Quantas gerações já houve?
Uma geração conta-se desde o momento em que o vírus entra na célula até que os seus descendentes saem da mesma.
Não tenho muitos dados para calcular o tempo de uma geração de Corona-19 mas, sendo que em algumas pessoas os sintomas aparecem ao fim de 3 dias, no máximo, haverá 10 gerações por dia. Vejamos como esta minha estimativa tem lógica: 1) se a cada geração houver a duplicação das células infectadas, começando-se com 1 célula infectada, ao fim de 3 dias haverá 1000 milhões de células infectadas.
Como o primeiro caso conhecido de Corona-19 foi no dia 1 de Dezembro de 2019 o que, até hoje, são 160 dias.
Multiplicando 10 por 160, temos 1600 gerações o que não dá nem para uma mutação quanto mais 150.

Verdade - Os seres vivos têm natural variabilidade genética.
O senso comum tenta ver os seres vivos como uma árvore em que o tronco é o ascendente comum, o "Adão e Eva" da humanidade, e, depois, vão nascendo ramos que não se cruzam. Assim, pensamos que quem tem olhos azuis tem um ascendente comum que apareceu algures no passado com olhos azuis e que todos os que têm olhos preços não têm esse antepassado.
Mas isso é uma visão Lamarckiana (verificar), uma teoria que precedeu Darwing e que está provado que é totalmente errada.
Pro exemplo, se andarmos para trás, temos 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 triavós, ... em 1550 temos 1 milhão de ascendentes, mais ou menos a totalidade da população que existia nessa altura! Isto que dizer que todos os portugueses descendem das mesmas 1 milhão de pessoas, numa malha cruzada.
Todos somos descendentes do D. Afonso Henriques e dos seus escravos.

Lamarck vs Darwing.
Vamos imaginar que existe um animal, por exemplo, um antílope, que come erva da chão e que tem pescoço pequeno. Depois, por alguma causa, a erva morre e o animal tem que passar a comer ramos de árvores.
Lamarck diz que os animais começam a esticar o pescoço e isso faz com que o pescoço fique maior por ser exercitado. Esses animais de pescoço maior passam essa característica aos seus descendentes criando uma nova árvore.
Assim, um indivíduo sofre uma alteração (que pode ser uma mutação) e passa essa característica para todos os descendentes, criando uma árvore de descendentes.

Lamarck vê a evolução das espécies como partindo de um tronco comum

Darwing diz que as espécies de seres vivos são uma população com diversidade genética. Assim, para cada característica, por exemplo, a cor dos olhos, existem várias soluções que não põem em causa o animal de olhos azuis ser da mesma espécie que o animal de olhos pretos.
Os animais cruzam-se combinando o seu material genético e, por acaso, acontecem combinações que fazem animais com pescoço ligeiramente maior.
A diversidade genética vai permitir que a espécie se adapte a novas situações ambientais podendo mesmo dar origem a novas espécies.
Também acontecem mutações ao longo das gerações sendo que a maior-parte falha (tornam o embrião inviável resultando em abortos naturais), uma pequena maior não altera nenhuma característica dos descendentes (cai na zona de "lixo genético") e uma muito pequena parte dá uma vantagem ao indivíduo. Mas as mutações de sucesso são muito raras.
Agora, não é um indivíduo que dá origem a dois descendentes mas um conjunto de indivíduos, no mínimo 500, que formando um "caldo genético" vão evoluir conjuntamente dando origem a outro conjunto de indivíduos. Como os animais cujas combinações dão um pescoço mais comprido comem mais, essa característica vai aumentando ao longo das gerações no grupo.

Darwing vê a evolução das espécies como partindo sempre de uma população de indivíduos que evoluem em conjunto para outra população.

Vamos ao Corona-19.
O Corona-19 é caracterizado por uma molécula de RNA que tem cerca de 30000 bases envolvida em proteinas que esse RNA codifica.
As bases do RNA são "letras" havendo 2 diferentes, A e B. A letra A é Uracil ou Citosina e a letra B é Adenina ou Guanina.
Uma palavra codifica uma proteína, por exemplo, AABBAAB. A cada geração acontece a inversão da palavra. Se inicialmente a palavra é UCAAUUG, na geração seguinte será CUGGCCA.
Como os vírus de "espécies" diferentes podem cruzar material genético, não se chamam espécies mas linhagens.
O Corona-19, tal como todas as outras espécies, tem variabilidade genética. Uma variação inócua é a alteração da base ficando a mesma palavra, por exemplo:
UCAAUUG = CCAAUUG
Outra variação inócua acontece no "lixo genético", isto é, na parte do genoma que não codifica nenhuma proteína.
Também é inócuo certas variações na estrutura das proteínas (por exemplo, a Hemoglobina do nosso sangue pode ser Alfa ou Beta, sem perda de capacidade).

Terão os vírus pai e mãe?
Os vírus não têm reprodução sexuada, não têm pai e mãe, mas, quando vários atacam a mesma célula, há troca de material genético entre as diversas variações. Se, por exemplo, entram 10 variações numa célula, a próxima geração tem 10 pais e mães.
Pode mesmo haver troca de genes entre o DNA da célula e o vírus e entre vírus de "espécies" diferentes.

O que descobriu esse do Instituto Ricardo Jorge.
A pessoa que foi originalmente infectada na China, foi por milhares de milhões de vírus ao mesmo tempo, sim, um perdigoto tem milhares de milhões de vírus.
Esses milhares de milhões não eram todos iguais, talvez houvesse um milhão de variações.
Quando a infecção passou dessa pessoa zero para a pessoa um, também passaram vírus com um milhão de variações e esses vírus diferentes cruzam-se e recombinam-se a cada geração.
As recombinações que dão vírus com maior capacidade de transmissão, vão aumentando a prevalência na população de vírus mas as outras variações continuam apesar de em menor percentagem (por isso é que aparecem, de longe a longe, leões albinos apesar de isso ser uma desvantagem para o indivíduo).
O que esse diz que detectou foram 150 variações e não 150 mutações.

As variações e as mutações são uma dificuldade para a vacina.
Como existem milhões de variações, a vacina tem que ser capaz de criar anticorpos que combatam a grande maioria dessas variações.
Além disso, quando acontece uma mutação, a proteína codificada pode sofrer ligeiras alterações que consigam "enganar" o anticorpo, tornando a vacina obsoleta. É isto que acontece todos os anos com a Gripe (e com os outros Coronas).

O que é a segurança de uma vacina?
Já escrevi num poste que as vacinas de vírus vivas são perigosas porque, sendo de vírus vivo, pode tornar-se uma nova doença. Penso até que este Corona de 2019 é uma vacina falhada contra o Corona de 2002.
Mas a vacina de vírus mortos também pode ser perigosa porque pode induzir reacções do sistema imunitário que causem inflamação com impacto negativo no longo prazo, nomeadamente, demência.
Sim, o sistema imunitário activado pode causar doenças inflamatórias do cérebro de que o Alzheimer é uma  terrível consequência. 
Sendo sabido que o Corona-19 causa SGB - Sídrome Guillain-Barré que é uma reacção auto-imune, há que garantir que a vacina não induz a mesma reacção.

Vamos agora às previsões económicas da UE.
O OE2020 prevê para 2020 um crescimento do PIB na ordem dos 1,9%, desemprego de 5,9% e superavit de 0,2%.
Em finais de Março, o Banco de Portugal previa uma quebra do PIB de 3,7% (são amigos do António Costa).
Em meados de Abril, a previsão do FMI fica numa quebra no PIB de 8% e desemprego de 13,9%.
Em princípios de Maio, a previsão da UE a quebra no PIB é de 6,8% e desemprego de 9,7% e défice de 6,5%.
Este números quanto ao desemprego e défice não são compatíveis.
Se a quebra do PIB for na ordem dos 8%, a quebra face ao OE é de 10 pontos percentuais. Como as pessoas que, normalmente, ficam desempregadas são as de menor produtividade, o desemprego vai ser entre 16% e 20%.
A receita fiscal e a despesa pública reagem mais do que proporcional à queda do PIB, próximo do dobro. Então, a quebra do PIB de 8% implicará um défice na ordem dos 16%.

E estas previsões partem do princípio de que o Corona-19 já passou.
Mas será que passou mesmo?
Se não acabou, a crise vai ser muito mais profunda.
O chefe do meu emprego pensa que sim, está-se a preparar para chamar 300 alunos de cada fornada, metê-los em salas durante 2 horas, sem ventilação, para fazer exames presenciais.
Alunos que vêem um pouco de todo o norte do país, junta-los no mesmo sítio fechado, a entrar todos por uma porta ao mesmo tempo!
Mas os dados dizem que estamos hoje pior do que estávamos em 13 de Março quando foi decidido fechar o país.
No dia 13 de Março foram anunciados 34 novos positivos e hoje foram anunciados 530!
No dia 13 de Março andava toda a gente que não lhe cabia um feijão no cu e hoje já anda tudo à vontade.

Os novos casos em confinamento estão a cair muito lentamente pelo que até tenho medo do dia 21 de Maio, quando o efeito da abertura começar a ser visto.

A minha colega milionária disse que eu sou maluco.
As grande maioria das pessoas é conservadora, aspirando e lutando para que o futuro seja exactamente como é o presente.
Até falam de necessidade de haver inovação, progresso, investimento em novas tecnologias mas são palavras ocas, estão sempre a pensar que vão ser produzidos os mesmos bens e serviços mais ou menos da mesma forma.
Inteligência artificial? Ai meu Deus que vem ai o planeta das máquinas.
Mas, imaginando o cenário em que o Corona-19 não nos vai deixar mais, vai ser preciso alterar radicalmente a nossa sociedade.
A ideia que eu dei foi que, no meu emprego, retirassem as janelas e portas todas.
Foi dai que ela me chamou maluco.

O que têm que fazer as escolas.
O Sócrates gastou milhares de milhões em obras faraónicas nas escolas. A própria escola onde trabalho gastou quase 6 milhões de euros para ficar tudo na mesma.
Mas o que é agora preciso fazer nas escolas é rebentar paredes para criar salas de aula que permitam um espaçamento de 2m entre cada aluno, uma sala com 150 m2 para uma turma de 30 alunos.
E tirar paredes, janelas e portas para o ar circular à força toda, atirando rapidamente os perdigotos para a rua. 
Isto parece uma maluqueira mas, quando daqui a 15 dias o número de positivos recomeçar a crescer, vai ser preciso considerar mais e mais maluqueiras.

Aqui está um bom modelo para uma escola. 
É só meter umas paredes entre os pilares, projectores e aparelhagem sonora em cada "sala" para o professor não rebentar.

8 comentários:

RUI MONTEIRO disse...

Como podes ser professor universitário a dar pontapés na gramática como dás? Devia haver muita falta deles.

RUI MONTEIRO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
RUI MONTEIRO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manel Z disse...

Darwing?

Anónimo disse...

Não costumo comentar as suas publicações mas sou leitor assíduo. Apesar de não estar inteiramente alinhado com algumas das suas "ideias", ideologias politicas e sociais, nomeadamente com respeito a pensamento mais liberal e menos interventivo do estado, felicito-o pela sua iniciativa de partilhar ideias, análises e opiniões. As suas publicações são bem elaboradas em termos factuais e opinativos. No que respeita a acusações de público sem sentido crítico e construtivo, ignore porque também existem os que reconhecem o seu trabalho. Abraço.

Pedro Renner disse...

Professor,

Onde poder-se-á obter o total de mortes em Portugal nos meses de janeiro a abril, inclusive, para cada um dos anos 2018-2019-2020?

Já agora, não seria descabido obter antecipadamente os dados sobre o total de mortes destes anos 2018-2019, para, ao final de 2020, sabermos se este covid foi obra de algum capeta, ou se foi apenas uma ventania que arrancou folhas e ramos já mais ressequidos, sem exclusão de algum broto mais exposto à intempérie seguir o mesmo destino.

Ocorre-me esta curiosidade devido à publicação do total de mortes por covid entre 23.Mar. até 8.Mai.: 1.114 mortes, sendo destes 749 pessoas acima dos 80 anos, e de 226 de pessoas entre os 70-79 anos, o que totaliza 87,5% do total.

Bom trabalho.

JL disse...

https://evm.min-saude.pt/

Pedro Renner disse...

JL, obrigado pelo atalho, muito útil. A partir dele, encontrei no mesmo sítio este quadro com o resumo que procurava:

https://evm.min-saude.pt/#shiny-tab-a_total

Interessante observar que o pico entre finais de março e início de maio de 2020 – periodo atual da esquizofrenia Covid – encontra semelhanças com os picos de final de fevereiro até início de abril de 2012, assim como aquele entre final de dezembro de 2016 até início de fevereiro de 2017.

Sem menosprezar os picos de julho de 2013 e agosto de 2018 que, a reproduzir-se os comportamentos atualmente em voga, deveriam ter originado a encenação da crucificação de Cristo protagonizada pelo António Guterres!

Torna-se imperioso atualizar o nome do malfadado vírus, não é nada SARS-Cov-2, mas sim, SARS-Greta-2!

Isto já andava a me cheirar a marosca, agora confirmou-se. O Goebbels não sabia nada de propaganda, não é nada disso de andar a repetir uma mentira durante muito tempo até ela se tornar verdade, o que é preciso é que a mentira seja dita por muitos ao mesmo tempo!

Por outro lado, não deixa de ser interessante filosofar sobre as consequências económicas da mentira... particularmente, sugiro um SARS-Greta-3 pela altura do Natal...

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