terça-feira, 16 de março de 2021

A vacina da AstraZeneca e se eu mandasse no Porto prometeria ...

Primeiro vamos à vacina da AstraZeneca.

Tem tido problemas na Europa por várias razões.

A primeira é que a União Europeia paga muito menos que os outros países. Se a UE paga 2,15€/dose, a África do Sul paga 4,29€/dose e o Uganda já tem que largar 5,86€/dose.

Por comparação, a vacina da gripe tem um preço de 10,86€/dose.

Não me parece justo que a UE, uma região desenvolvida, pague menos de metade do que paga o Uganda. Como a UE impôs um preço inferior ao custo de produção, o António Costa pode-se dar ao luxo de anunciar ao mundo que, por adorar os pobretanas africanos, Portugal vai dar 5% "das nossas vacinas" aos coitadinhos dos PALOPS. Não seria mais justo a UE pagar 5,86€/dose para que os países pobres pudessem pagar apenas 2,15€/dose?

Também não me parece justo a UE pagar pela vacina contra a Covid-19  muito menos do que paga pela vacina da gripe, está a explorar o esforço intelectual dos cientistas.

Se ser cientista de vacinas fosse reconhecido, mais e mais pais tirariam os filhos do futebol (à procura de fazerem ronaldos) e os meteriam a estudar ciência.

A segunda razão é por termos uma classe política que não é capaz de explicar às pessoas o que é o risco das coisas. Todos os dias morrem pessoas em quedas nas escadas mas isso não é razão para proibir haver escadas.

Mesmo que alguém morra depois de ser vacinado com a AstraZeneca, é preciso ver se as pessoas que se salvam da Covid-19 mais do que compensam estas mortes.

Como a comunicação social falou em meia dúzia de pessoas que tiveram problemas com a vacina da AstraZeneca, o mais fácil é acabar com essa vacina.

A AstraZeneca agradece pois está a vender à UE abaixo do preço de custo.

 

A vacina da AstraZeneca é a mais importante de todas.

Por é barata e conserva-se num simples frigorífico (enquanto as alternativas são 7 vezes mais caras e precisam de temperaturas muito baixas).

Conseguem-se as duas doses por 4,50€ o que, por exemplo, permite vacinar toda a população de Moçambique, por 150 milhões €. Depois, se for necessário mais uma dose todos os anos, serão apenas 75 milhões €. Uns míseros trocados.

 

Agora vamos às minhas promessas para se mandasse no Porto.

As câmaras municipais têm alguns poderes sendo o principal o PDM (a definição da ocupação do território). Também tem o poder  sobre os transportes colectivos de passageiros e a gestão e exploração do espaço público (parques, jardins, ruas e estacionamento).

Eu iria investir em dois poderes: o PDM e os transportes colectivos de passageiros.


1 = O PDM e a desertificação das cidades.

Cada vez mais pessoas querem viver nas cidades e cada vez as pessoas querem apartamentos com áreas maiores. Em tempos, eu, os meus irmãos e os meus pais, um total de 8 pessoas, vivíamos num apartamento com 96m2, uma média de 12m2/pessoa. Actualmente, vivo sozinho num apartamento com mais de 200 m2.

Esta dupla dinâmica faz com que, por uma lado, seja cada vez mais difícil (e caro) arranjar habitação onde se quer viver e, por outro lado, que cada vez vivam menos pessoas nas cidades!

Sim, se as pessoas querem apartamentos maiores, mantendo o PDM as áreas de construção congeladas, cada vez haverá menos pessoas nas cidades.

As câmaras municipais podem combater a desertificação aumentando o número de pisos dos edifícios protegendo, naturalmente, a zonas que definem a cidade.

 

O que caracteriza a cidade do Porto?

Quando olhamos para um postal, há zonas que nos permitem reconhecer a cidade mas outras são iguais a tantas outras.


 Fig. 1 - Este "postal" é do Porto mas poderá representar qualquer cidade do mundo Rua da Alegria).


Não faz qualquer sentido manter a limitação de 3 ou 4 pisos em ruas sem importância estética, diria mesmo, que são "esteticamente incaracterísticas e degradadas".

 

Proposta 1 = Aumentar a cércea das zonas "esteticamente incaracterísticas e degradadas"

Se actualmente a limitação está nos 3/4 pisos, aumentaria para 15 pisos.

 

Proposta 2 = Habitação social

Nas cidades, o preço do terreno é cerca de 1/3 do custo total da construção. Então, o aumento da cércea vem acompanhado por um preço a usar em habitação social. Por exemplo, um edifício que em 4 pisos teria 2500m2 ( 20 apartamentos T2), com 15 pisos passaria para 9375m2 de construção (75 apartamentos T2). Então, o promotor estaria obrigado a construir (9375-2500)/2 = 3438 m2 em terreno municipal (28 apartamentos T2) a usar como habitação social. 


2 = Os transportes colectivos de passageiros.

Os prejuízos da STCP e da Metro induziram a câmara municipal a limitar a liberdade de funcionamento das empresas privadas de transportes colectivos. A limitação foi proibir as camionetas privadas de circular na cidade e de aceitar  e receber passageiros em locais públicos.

 

Proposta 3 = Liberalizar os transportes colectivos de passageiros

As empresas privadas, Gondomarense, etc., passarão a poder cruzar a cidade, podendo parar para a entrada e saída de passageiros onde bem entenderem, incluindo as paragens dos autocarros da STCP.

Naturalmente,  terão que acabar os autocarros de deitam fumo preto e mal cheiroso.


No resto, nas mexo.

Não mexo porque são pormenores, por exemplo, se o preço do estacionamento deve ser 0,60€/h ou 1,20€/h.

1 comentários:

Anónimo disse...

Sobre a cidade do Porto (aplica-se a outras) uma ideia que poderia ocupar a ágil mente do professor... O saneamento básico foi construido nas decadas passadas e tem uns 40 ou 50 anos de "validade", quando esta expirqr de onde virá o capital para as obras necessarias - bazuca ou aumento de impostos? *dica - muitos saneamentos sao dos anos 80/90 com recurso a fundos europeus.

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