sexta-feira, 21 de maio de 2021

Comboios a passar - O Estado só mete dinheiro nas tecnologias do passado

O nosso estado esquerdista investe em tecnologias dos séculos passados.

No passado os esquerdistas eram tidos como progressistas, virados para o futuro mas, agora, são o passado, abraçados ao "respeito da Constituição" e à "reposição dos direitos perdidos".

Mas voltar para trás é condenar-nos ao marasmo.

Para vermos como estamos atolados num pântano ideológico de esquerda que não nos deixa avançar, vou comparar o nosso PIB per capita com o dos países da Zona Euro.

Em 1960, estávamos com 40% da média que aumentou para 56% em 1973. Depois, com excepção dos 10 anos do Cavaquismo, 1986-1995, foi o tempo dos direitos, o tempo do empata (ver Fig.1).

Fig.1 - PIB per capita português em comparação com o dos actuais países da Zona Euro (dados do Banco Mundial, cálculos, extrapolações e grafismo do autor).
 

Se retirarmos os 10 anos do Cavaquismo, 1986-1995, onde a convergência foi de 8 pontos percentuais,  tempos dos governos esquerdistas (com pequena interrupção em tempos em que foi preciso fazer face à bancarrota) foram 36 anos de queda do nosso nível de vida relativo (ver Fig.2). 

Nesses 36 anos, cada ano, o nosso PIBpc cresceu menos 0,6% pontos percentuais do que a média da Zona Euro e continuamos todos contentes e felizes, com os esquerdistas a repor direitos do passado.

Fig.2 - PIB per capita português em comparação com o da Zona Euro excluindo os anos do Cavaquismo, escalados a 0% em 1960 (dados do Banco Mundial, cálculos e grafismo do autor)

 

Os milhões afundados na TAP.

A TAP enquanto "companhia de bandeira" é um projecto do passado, dos anos 1950, no processo de reconstrução do pós-guerra, quando o Salazar estava na pujança. Insistir num modelo de companhia morto há décadas apenas serve para afundar dinheiros dos contribuintes e evitar que modelos de companhias mais eficientes possa vingar.

E que solução para a TAP?

Os esquerdistas têm a ideia de meter lá mais e mais milhões porque "a TAP é estratégica" (seja lá isso o que for).

O CHEGA tem a ideia de que o Estado tem que pagar a dívida da TAP porque a empresa é publica, o Estado é uma "pessoa de bem" e a dívida está garantida e, depois, privatizar.

A IL acha que não se deve pagar nada e, fechar a porta.

Na ideia de que o Estado tem que pagar a dívida garantida, ainda assim, existem 3 possibilidades para "nos livrarmos" desse monstro sugador de dinheiros dos contribuintes (do mais radical para o menos radical).

Solução 1 - Liquidação.

O Estado paga as dívidas, vende os aviões e demais activos, despede os empregados e fecha a porta.

Solução 2 - Privatização.

O Estado paga as dívidas e, depois, vende a TAP como um todo (vende os aviões e demais activos em conjunto com os empregados) a um privado.

Na versão esquerdista, o Estado paga parte das dívidas, o suficiente para o valor da TAP ficar a zero, e entrega a empresa aos empregados a preço zero.

Solução 3 - Empresa pública mas sem prejuízos.

O Estado paga parte das dívidas, o suficiente para o valor da TAP ficar a zero, e a TAP continua pública mas tem que viver com o que conseguir facturar. Se tiver prejuízos, é o seu activo que tem que responder, reestruturar-se, desenrascar-se, fazer o melhor que puder.

Caso haja necessidade de que seja prestado algum "serviço estratégico" (por exemplo, trazer turistas que de outra maneira não viriam), abre-se um concurso e paga-se à TAP se fizer um preço menor que a concorrência.

Se a TAP não consiga, meu amigo, falir com perda para os credores posteriores à intervenção.

 

Os milhões afundados nos comboios.

Se a TAP se justifica em 1950, os comboios justificam-se em 1850, quando a alternativa era o carro puxado a bois ou a cavalos.

Se em 1850 um carro puxado por bois transportava 600kg de carga a uma velocidade média de 5km/h, os dias de são muito diferentes, com camiões a transportar 100 toneladas a 60km/h.

Sim, os camiões na Europa apenas não transportam 100 toneladas ou mais porque é proibido haver camiões multi-atrelado. Na Austrália os camiões multi-articulados podem andar em estradas públicas com 53,4 metros o que dá 4 semi-reboques de 12 metros.

Fig.3 - Camião com 100 toneladas de capacidade de carga - Austrália

 

A única vantagem do comboio é as perdas na roda serem menores.

Um camião tem perdas na roda de 0,9% do peso total enquanto que o comboio, por ser aço contra aço, tem perdas de 0,2%. Isto traduz que, para transportar 30 km de carga a 54km/h, o camião perde na roda 55 Cavalos enquanto que o comboio perde apenas 12 cavalos.

Mas o peso da carruagem do comboio, que é peso, é muitas vezes o peso morto do camião pelo que a diferença não é tão grande, reduz-se ao dobro, isto é a poupança é de apenas 27 cavalos.

E 27 cavalos é uma muito pequena parte dos custos do transporte (serão 0,10€/km de diferença, 0,004€/km por tonelada).

E o comboio tem muitos inconveniente

Como todos sabemos, não podem subir nem descer declives e obrigam a uma linha dedicada (não podem ir até ao local de origem nem ao local de destino).

 

Mas agora, quero falar do Futuro.

Um futuro em que possamos viver melhor passa pela liberdade.

Quem manda tem sempre a tendência a ver o mundo pelos seus olhos e a proibir que os outros o vejam como bem entenderem. Exemplo disso é uma deputada qualquer querer criminalizar as pessoas que pratiquem actos sexuais com outra pessoa e que lhes pague.

Não, não é o Cardeal Patriarca nem O André ventura. É uma deputada que já foi do esquerdista PAN.

Mas que crime é esse? Onde está a vítima? Daqui a nada, proíbem o dar esmolas (como proíbem dar milho às pombas).

 

Quero falar dos navios robô.

Voltando ao Futuro.

Todos sabemos que o futuro é a Inteligência Artificial e os veículos sem condutor, em particular os navios de carga.

No transporte marítimo de mercadorias, os navios grandes têm custos menores mas apenas podem andar em águas profundas o que impossibilita que entrem em rios e os portos são infra-estruturas muito caras pois, junto à costa, a regra é que o mar seja pouco profundo.

Outra grande desvantagem dos navios grandes são os transbordos. Por exemplo, mandar um contentor de  móveis de Passos de Ferreira, para Macassar (que fica na Indonésia, a 22 mil km, na fronteira com Timor), obriga a uma economicamente proibitiva imensidão de mudanças de navio.

Bem sei que nunca ouviram falar de Macassar mas tem 1,5 milhões de habitantes.

No entretanto, há quem esteja a investigar navios pequenos que podem ir "porta a porta". Partir directamente de Melres, na margem do Douro e atracar, passado alguns dias, no cais de Macassar.

Fazer 22 mil km, a uma velocidade de 10km/h, dá que "alguns dias" são 92 dias de viagem para cada lado, comparável com viajar ao dobro da velocidade mas ter que fazer incontáveis transbordos.

É que há países a investir nos pequenos navios de carga sem tripulação e nós nada, no famoso PRR não há  uma só palavra que o refira. Talvez por serem coisas pequenas e quem manda quer fazer coisas grandes, como fizeram os faraós.

 

Começou a primeira travessia do Atlântico por um USV - um robô-flutuante.

O Mayflower Autonomous Ship começou há dias a travessia do Oceano Atlantico entre o UK e os USA.  

É uma viagem pioneira porque o Mayflower Autonomous Ship é um robô, Uncrewed Surface Vessel - USV.

Esta viagem é muito importante porque vem questionar o uso de grandes navios / grandes portos no transporte  de mercadorias.

Fig.4 - Mayflower USV pode ser o primeiro de muitos milhões e nós a ver os comboios a passar

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