quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Porque não uma ciclovia aérea na Avenida de Almirante Reis?

Há uma guerra em Lisboa (e no Mundo) por causa das ciclovias.

Os automóveis são fundamentais para a mobilidade das pessoas e paga muitos impostos mas a trotineta eléctrica é o futuro da mobilidade urbana de passageiros. O nosso tempo é de transição do automóvel para a trotineta e a compatibilização destes dois meios de transporte no mesmo espaço físico da cidade está a ser difícil.

Neste poste  apresento uma possível solução: as troti-vias aéreas e subterrâneas.


Avizinha-se uma revolução no transporte de passageiros.

Quando, no princípio do Sec. XX,  o automóvel surgiu, o seu desenvolvimento estava limitado pela falta de estradas. Nesses tempo, os carro puxado a animais circulando a cerca de 6km/h, enfrentava os caminhos esburacadas usando rodas altas e molas de elevado curso. A possibilidade introduzida pelo Ford T de circular a 60km/h tornou necessário o aparecimento de vias com maior qualidade, com piso mais rijo e sem buracos. Se as enormes rodas de um carro puxado a animais consegue vencer, a 6km/h, sem qualquer dano um buraco com 40 cm, as rodas de um automóvel a 100km/h ficam feitas num oito.


A trotineta é uma revolução no transporte individual de passageiros.

Um automóvel é muito bom mas as cidades não têm espaço suficiente para circulação e estacionamento. 

Muita gente fala que a solução são os transportes colectivos mas estão erradas porque são lentos, desconfortáveis e caros (a prova disso são os enormes subsídios necessários para que continuem a funcionar). Em Lisboa, em média, uma deslocação em transportes colectivos tem 8 km e demora 50 minutos. A deslocação inclui 1 km a pé e espera nas paragens.

Como solução a rebentar temos as trotinetas (e as bicicletas) eléctricas.


Qual o custo de uma viagem uma trotineta?

Vou pegar numa das melhores "e-scooter", a Xiaomi Mi Electric Scooter Pro 2, que tem um preço a rondar os 470€.

Pesa 14 kg, aguenta 100kg em cima, tem uma velocidade máxima de 25km/h e uma autonomia de 40 km o que, carregando durante a noite, é suficiente para as deslocações diárias de mais de 90% dos alfacinhas. O motor tem uma potência contínua de 300 W e com picos até 600 W.

A bateria dá para 1000 carregamentos o que dá para 2500 viagens, , a duas viagens diárias de 8km, dá para 7 anos, cerca de 0,10€/viagem. Somando 0,05€/viagem para a electricidade e a manutenção, temos um custo de 0,15€/viagem de 8 quilómetros, 0,02€/km, muito mais barato que os transportes colectivos mesmo depois de serem altamente subsidiados.


O problema é que as trotinetas precisam de vias dedicadas.

Os automóveis têm chaparia, cintos de segurança e air-bags mas as trotinetas não têm nada disso. Quando a trotineta bate, o corpo é que paga.

Se o passageiro da trotineta usar capacete, cotoveleiras e joelheiras e treinar quedas (sim, todo o trotineteiro deveria ter umas aulas de Judo, Aikido ou outra coisa qualquer para treinar quedas), reduz significativamente a probabilidade de sofrer ferimentos nas quedas que acontecem com muita frequência mas não resistem ao embate com um automóvel. 

Por a trotineta não ter como proteger o viajante, não pode andar misturada com os automóveis.


A minha proposta é fazerem-se trotitubos.

Nas cidades, quando apareceu o automóvel, foi preciso fazer "vias estruturantes" e, quando apareceu o comboio, foi preciso construir túneis subterrâneos. Agora que surge a trotineta eléctrica, é preciso criar uma nova rede de transportes totalmente dedicada a este novo modo de locomoção. Eu proponho troti-tubos a serpentear pelas cidades, passando mesmo pelo meio e por cima dos edifícios.

Os troti-tubos podem ser aéreos, à superfície e subterrâneos não havendo necessidade de seguir as actuais vias dedicadas aos automóveis e peões. 

Fig. 1 - O troti-tubo será aérea, no meio da Avenida de Almirante Reis


Fig. 2  - Também haverá troti-rotundas com troti-rampas de acesso.


Haverá um troti-tubo a atravessar o Rio Tejo.

Um troti-tube com 13 km para ligar Barreiro - Seixal - Almada - Lisboa, 3 km em troti-túnel e o resto à superfície e aéreo. 

Fig. 3 - Trajecto do troti-tunel a ligar o Barreiro a Lisboa

Ficará muito mais barato um troti-túnel sobre o Tejo que apenas uma nova estação de metropolitano.

Enfiam-se continuamente centenas de milhões de euros no sistema de transportes colectivos de passageiros que, vê-se diariamente, não resolvem nada. 

Um troti-tubo a ligar o Barreiro-Seixal-Almada-Lisboa permite reduzir o tempo e o custo actuais significativamente e aumentar a comodidade de, chegados a Lisboa, a viagem em trotineta poder continuar sem interrupções.


Pensar nisto, senhor presidente Moedas!

Favorecer a liberdade do transporte individual ao mesmo tempo que se é ecológico e se diminui o congestionamento dentro da cidade.

E com poupança para os cofres do contribuinte.

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