sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Eu resolvia em 15 dias o problema de falta de capacidade da Fertagus

A Fertagus circula comboios por baixo da Ponte-do-25-de-Abril.

Para os que valorizam os nomes originais, os comboios circulam por baixo da "Ponte de Salazar" (nome dado no Norte) ou da "Ponte Salazar" (nome dado no Sul). É que no Norte de Portugal, os nomes das coisas têm pertença, por exemplo, "Avenida da Liberdade" no Porto e "Avenida Liberdade" em Lisboa.

A Fertagus tem 18 automotoras da Série 3500 com 4 carruagens que, depois de melhoradas (retiraram alguns bancos), têm capacidade para transportar 480+48 passageiros.

Como tenho visto na comunicação social que na hora de ponta circulam 6 automotoras por hora, a capacidade total é de 3168 passageiros por hora o que se tem mostrado insuficiente para transportar, mesmo apertadinhas, todas as pessoas que precisam de fazer a travessia do Tejo a "pé".

Como, primeiro o Costa e, depois, o Montenegro diminuíram o preço da viagem de comboio e estando a gasolina pela hora da morte, as pessoas querem andar de comboio mas não há resposta à altura. 


As linhas de comboio têm muito menos capacidade do que se pensa.

Para transportar as 3168 pessoas/hora são precisos 60 autocarros/hora o que é uma garfadinha numa autoestrada. Os autocarros têm ainda a vantagem de poder haver mais veículos nos troços com mais  tráfego, por exemplo, haver 120 autocarros/hora entre Roma-Areeiro e Corroios e apenas 40 autocarros/hora entre  Corroios e Setúbal.

As automotoras circulam entre a estação de Setúbal e a estação de Roma-Areeiro, uma extensão total de 54 km. Estive a ver os horários e a viagem demora 1h03m a que é preciso somar alguns minutos para inverter o sentido. 

Como a Fertagus tem 18 automotoras, a viagem de ida e volta demora 2h16m. Acrescentando o tempo de inversão, das ineficiências e dos atrasos não previstos, 6 automotoras por hora está muito próximo do máximo que a Fertagus consegue fazer com as 18 automotoras.


Eu comprava mais carruagens.

As carruagens são mais baratas do que a parte motora pelo que, por exemplo, passar as automotoras para 12 carruagens iria triplicar a capacidade mas também o tamanho do comboio.

O problema é que o cais das estações é curto mas pode ser resolvido "parando duas vezes".

O comboio pára as primeiras 6 carruagens no cais, os passageiros entram e saem dessas carruagens e o comboio avança mais uns metros e pára uma segunda vez as últimas 6 carruagens no mesmo cais.

Como avançar e tornar a parar demora uns 3 minutos, esta paragem dupla acontece apenas nos troços mais congestionados para não atrasar a viagem. Nos outros troços, as pessoas deslocam-se dentro do comboio para as carruagens que vão parar, por exemplo, as primeiras carruagens param nas estações par e as últimas carruagens nas estações ímpar.

Fora das horas de ponta, as carruagens finais são desatreladas ou, se for difícil, os passageiros são avisado de que apenas as primeiras carruagens param no cais.


E a automotora tem potência para puxar as 12 carruagens?

Tem mas demora mais tempo a arrancar e a velocidade máxima é menor.

Imaginemos que a velocidade perde 20% e que vamos parar duas vezes em cinco estações. Neste caso, o tempo de viagem do percurso todo aumenta cerca de 30 minutos. 

No entanto, como menos pessoas perdem o comboio por estar lotado e a maior parte das pessoas não faz o percurso todo, o tempo real de viagem até pode diminuir. É que muitas pessoas nem tentam apanhar o comboio nas horas de ponta, levantam-se muito mais cedo e chegam a casa muito mais tarde para evitar as horas de ponta.


Mas demora mais de 15 dias a adquirir 144 carruagens.

Já estou a pensar no tempo do Trump.

A promessa "Acabava a guerra na Ucrânia em 48 horas" afinal são 100 dias.

Então, os 15 dias no tempo do Trump são 2 anos mas começava já a fazer alguma coisa.


Imediatamente, metia mais comboios apenas nos troços mais congestionados.

Isto seria rápido de implementar se as estações tiverem capacidade para que a automotora inverta a marcha.

Metia 9 automotoras por hora, um aumento de 50%, em que 3 seguem viagem (e fazem o percurso todo) e as outras 6 invertem a marcha em Sete-Rios e em Corroios. Proponho esta proporção sem saber os números pelo que poderia ser diferente.

Ao inverter as 6 automotoras, as 18 carruagens serão suficientes para o reforço da capacidade.


Imediatamente, tirava os bancos em 3 carruagens.

Sem bancos, aumenta a capacidade. As pessoas que precisassem mesmo de ir sentadas, idosas, grávidas, crianças ao colo, doentes, iam na carruagem com bancos e as outras iam à lota.

Se os japoneses podem ser empacotados como sardinhas em lata, porque não podem os portugueses?

Helena, eu leio os comentários :-)
Mas não posso comentar, dá erro.
Escreva à vontadinha do corpo o que lhe vai na alma.

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