sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A candidatura à presidência da república do André Ventura é constitucional e oportuna.

O reconhecimento socrático da própria ignorância ainda não foi interiorizado pelos 'sábios' portugueses.

A consciência da ignorância, o aceitarmos que não sabemos e que ninguém sabe tudo, foi fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico. Se antes se procurava o saber ouvindo os 'sábios', a partir dai passou-se a procurar descobrir a verdade na própria verdade, isto é, usando a evidência.

O problema é que, apesar de já lá irem mais de 2400 anos que este princípio filosófico faz parte do quadro mental do Ocidente, ainda a maioria dos 'sábios' não o aceita. Eles é que sabem, são os sabichões more e os outros têm de se vergar à sua luz intelectual.

Um exemplo claro é o ex-sábio do PSD que escreve sobre o que não sabe assumindo que basta ouvir o que dizem na comunicação social para dizer o que lhe vem à cabeça. 

Isto vem a propósito da candidatura à presidência da república do André Ventura, apelidado de campeão das candidaturas. 

Mas há algum sítio na Constituição da República Portuguesa que diga que um português não se pode candidatar à junta de freguesia, câmara  ou assembleia municipais, deputado e presidente da república ao mesmo tempo?


Vejamos o que diz a CRP relativamente às restrições aplicadas ao Presidente da República.

Podem-se candidatar todos os eleitores que sejam portugueses pelo nascimento, com mais de 35 anos e não se esteja a candidatar a um terceiro mandato consecutivo.

Artigo 122.º (Elegibilidade)

São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos.

Artigo 123.º (Reelegibilidade)

1. Não é admitida a reeleição para um terceiro mandato consecutivo, nem durante o quinquénio imediatamente subsequente ao termo do segundo mandato consecutivo.

2. Se o Presidente da República renunciar ao cargo, não poderá candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quinquénio imediatamente subsequente à renúncia.


Onde fala na independência do Presidente da República?

Uma vez eleito, o Presidente apenas tem afirmar na tomada de posse: 

Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa (par.2.º,127.º, CRP).

E a Constituição não fala na independência.


Mais importante, o Presidente Ventura pode continuar a ser presidente do CHEGA!!!!!

Nada diz que o Presidente da República Portuguesa não pode ser presidente de um partido.

Onde é que diz isso?

Qual o artigo da CRP ou de qualquer Lei que fala disto?

Também nada diz que o Presidente da República tem de ser árbitro e moderador, pode ser um dos jogadores e até ser incendiário político.

Não existe nada na Lei que obrigue o Presidente a assumir o papel de fiel da balança.


Não é impossível o André Ventura ganhar as presidenciais.

Quando o André fundou no dia 9 de Abril de 2019 o partido CHEGA, apelidado por todos como vácuo de ideias e de propostas, um "partido de um homem só", ninguém pensava que tivesse melhor desempenho eleitoral que a Iniciativa Liberal, fundada no dia 13 de Dezembro de 2017, cheio de "grandes ideias e de mentes brilhantes".

Acontece que em 2025 a Iniciativa Liberal tem 9 deputados e o André Ventura tem 60 deputados na assembleia da República.

Desta forma, não ponho fora de hipótese que tenhamos uma segunda volta Marechal Seringas vs. André Ventura e que o André ganhe.

Calma, calma que o Presidente André Ventura vai continuar presidente do CHEGA


Voltemos à importância do desacordo e da ignorância.

Vamos supor que havia apenas um ser pensante no Universo ou, de forma equivalente, os seres pensantes não comunicavam entre si desde o nascimento até à morte.

Posso até pensar que esse ser era extraordinariamente inteligente, sendo lá isso o que for.

 Nesse caso, nunca haveria ninguém a contraria o que 'sabemos'.

Já pensaram o que aconteceria ao cérebro desse ser? Será que se desenvolviam pensamentos sofisticados e complexos?

Não aprenderia a língua, a escrita, álgebra, física nem biologia, nada, ficaria no vácuo. Tenho dúvida que passasse além de uma capacidade elementar de reacção a estímulos directos.

Há mesmo quem afirme que esse ser acabaria por enlouquecer (por comparação com o que acontece aos prisioneiros confinados à solitária).


É importante ouvir quem discorda de nós.

Se tomarmos consciência de que não sabemos tudo, estamos abertos a ouvir a argumentação dos outros sem, à priori, assumir que estão errados pelo simples facto de discordarem de nós.

Ouvir, pensar, contra-argumentar, ir estudar e, só depois, concluir sobre quem está mais próximo da verdade.

O mais certo é estarmos ambos errados e a discussão servir para que ambos nos aproximemos um pouco da verdade.


Quero acabar com o Nuno Melo.

Esta semana o Ministro da Defesa fez duas coisas que mostram ser um homem de convicções e não apenas um verbo de encher.

Em primeiro lugar, autorizou o nosso maior aliado, os Estados Unidos da América, a usar território nacional para movimentar equipamento militar para Israel, o maior aliado do nosso aliado no Médio-Oriente. E fez muito bem.

Em segundo lugar disse que os da flotilha são aliados do Hamas. E é a mais pura das verdades.

Porque não vão estas pessoas libertar os cercados no Darfur onde morrem centenas de pessoas por semana de fome?

Sim, ai há mesmo fome à moda antiga mas como as vítimas são africanos (são p...) e quem ataca são árabes, não há nada a dizer, para os esquerdistas está justificado.


Se tivermos algum problema, será que os palestinianos nos vêm ajudar?

Se umas centenas de homens vestidos de verde desembarcarem na Ilha do Corvo (onde há apenas 384 pessoas), fazem lá um referendo e pedem a junção com a Federação Russa, será que os palestinianos vêm ajudar Portugal a ver-se livre desses homens de verde?

Isso nunca vai acontecer porque têm medo de os palestinianos expulsarem de lá os homens de verde?

Não vai acontecer porque todos sabemos que o Trump liquidava-os no mesmo dia.

Não interessa ter amigos que são muito agradáveis mas que, na hora de aflição, assobiam para o lado e eu falo de experiência própria pois, vim a saber da pior forma, de que quase só tinha desses amigos.

Dirão os palestinianos, para que querem a Ilha do Corvo seus colonialistas?


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