sábado, 4 de outubro de 2025

Nunca haverá paz na Terra Santa entre os israelitas e os palestinianos

O Trump anunciou um plano de "paz".

E o Hamas anunciou que aceitava NEGOCIAR o Trumplano.

Não disse que aceitava o plano, apenas disse que o aceitava se sofresse alterações.

«Hamas said that the group “affirms its readiness to immediately enter into negotiations through the mediators to discuss the details of this agreement.”» (NBCnews)

Ora bolas, isso é o mesmo que não aceitar!!!!

Se o plano são 20 pontos é porque todos os pontos são fundamentais. Logo, aceitar apenas alguns (todos aceitam que a guerra deve acabar!) é o mesmo que não aceitar nenhum ponto.


Vejamos um exemplo.

O Vendedor propõe como negócio um imóvel pelo preço de 500000€ com o pagamento imediato de um sinal de 50000€ e os restantes 450000€ do preço a ser pago no momento da escritura a ser realizada no prazo máximo de 60 dias."

O Comprador aceita todos os termos do negócio MAS o preço não pode ser superior a 100000€.

Será que o Comprador aceitou os termos do negócio?

Não.


Nunca haverá paz entre israelitas e palestinianos.

E a razão é simples, ambos os povos se acham com direito absoluto ao mesmo território.

Uma percentagem substancial de pessoas de ambos esses grupos acham que Deus entregou aquele território aos seus antepassados e que, por essa razão divina, têm direito sem condições a todo o território.

Muitos israelitas não querem sequer um árabe entre o rio e o mar e muitos palestinianos não querem um único judeu entre o rio e o mar.

Zero, tal como a "reconquista" do D. Afonso Henriques liquidou ou expulsou todos os árabes dos territórios "reconquistados", e os árabes assim que podiam matavam todos os cristãos, no pensar de muitos israelitas não pode haver nenhum árabe a partilhar o território e vice-versa.


O problema não são os palestinianos de hoje nem os israelitas de hoje.

É os que hão-de vir quererem respeitar a memória dos que houve.

No tempo em que Jesus o Cristo passeou por lá, haveria 1,25 milhões de judeus a viver na Palestina Romana. Motivado pelas campanhas de extermínio e deportação levadas a cabo pelos romanos, no dia da invasão árabe (que começou no ano 629), haveria 100 mil judeus na Palestina Bizantina (o impe´rio romano do ocidente já tinha acabado fazia 200 anos) o que formava a grande maioria população (o resto eram cristãos). Aí, começou o genocídio árabe, sim, então é que foi um verdadeiro genocídio já que os árabes fizeram com que no Sec. XVI houvesse  menos de 2000 judeus vivos na Terra Santa.

Vamos supor que, hoje, todos os árabes e judeus decidiam viver em paz, daqui a 100 anos virão outros que vão voltar a pensar que aquela terra pertence apenas a eles e a guerra recomeçará.

Acham que os marroquinos pensam que Ceuta é território espanhol?

Acham que os espanhóis pensam que Gibraltar é território britânico?

Não há portugueses que pensam que Olivença é território português?


Em 2015 escrevi um poste.

Tentava explicar porque existem povos, porque do lado de cá da fronteira se fala português e do lado de lá espanhol.

Claro que o disse antes do tempo, nessa altura o esquerdismo reinava e o "venham a nós" era o politicamente correcto.

Eu perguntei mesmo "Quando em vastas zonas das nossas cidades se falar uma língua estrangeira, será que os nossos brandes costumes vão continuar a ser a regra?"

Este meu pensamento filosófico levou a uma campanha sem quartel dos esquerdistas que acabaram com o meu despedimento.

O problema é que o problema não era meu nem o que dizia e vemos hoje partidos "racistas, xenófobos e fascistas" a aproximarem-se do poder pelo voto popular.

Em Outubro de 2023 avisei que Dresden ia voltar a Gaza e ninguém acreditou.
Quem mandou arrasar Dresden foi considerado criminoso de guerra? Não.


Vamos supor que havia um referendo na Terra Santa.

A Europa aceita a democracia, baseada no princípio de Um Homem um Voto, como a única forma de legitimar o poder.
Vamos então imaginar um referendo onde votariam todas as pessoas maiores de 18 anos que vivem nos actuais territórios de Israel, Cisjordânia e Montes Golan..
Nesse referendo a pergunta seria:

É a favor da expulsão de todos os árabes muçulmanos do território compreendido entre entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrânico?

Qual pensam que seria a resposta da maioria?
Será que os europeus aceitavam o resultado como democrático?
Não, usariam o argumento de que o referendo tem de ser feito numa área mais pequena (onde os palestinianos estão em maioria).


E se 500 portugueses chineses fossem para a Ilha do Corvo e fizessem um referendo?

Há bem mais de 500 chineses de origem que são cidadãos portugueses e que têm a china no coração.
Tendo liberdade de circulação, vão para a Ilha do Corvo (de 263 eleitores, em 2025 votaram 242), ocupam a câmara municipal e organizam um referendo com a seguinte pergunta:

É a favor de que a Ilha do Corvo se torne parte integrante do território da China?

Será que os portugueses aceitavam o resultado como democrático?

Aplica-se o mesmo à Ilha das Flores que tem poucos mais habitantes.

E quantos iriam na flotilha libertar a ilha do corvo?

Dá que pensar como pensamentos simples se tornam rapidamente complexos.


Os chineses ficavam com 360 mil km2 de Zona Económica Exclusiva no meio do Atlântico.






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