Não é o Trump o responsável, é a hipocrisia europeia.
Quando o Trump anunciou que queria a Gronelândia, ficou explícito que não se importava que a Rússia ficasse com o leste da Ucrânia.
É que de Kiev a Washington são 7800 km (dos quais 5500 km são Atlântico) e de Kiev a Varsóvia são 700 km.
A Europa Ocidental falou de apoiar a Ucrânia até ao fim mas eram só palavras.
Decorridos 3 anos, no concreto, quantos drones, obuses, ou outro tipo de armamento Portugal produziu para enviar para a Ucrânia?
Zero.
E passou-se o mesmo um pouco por toda a Europa, falar, falar, falar mas nada de produzir armamento para enviar para a defesa da Ucrânia.
O problema é que a Europa não quer abrir os cordões à bolsa.
Considerando a média do Séc. XXI, A despesa da Europa Ocidental e Central (excluindo o UK) está em 1,44% do PIB enquanto que a dos USA está nos 3.8% do PIB.
É que, como disse o Marechal de Águas Salgadas Seringas, aumentar a despesa em defesa de 1.44% do PIB para 3.8% do PIB vai obrigar a cortes em qualquer outro lado e o povinho europeu não está para isso.
A ideia é falar, anunciar que a Europa Ocidental é um espaço de direitos, defensora dos povos injustiçados mas, no concreto, elegemos quem anuncia que "não vai haver cortes por causa da defesa" e "os americanos que paguem porque as armas são deles".
Interessante que a Europa não faz armamento porque teria de os enviar, a preço nulo, para a Ucrânia. Assim, os americanos que mandem "porque ainda vão ter lucro".
Agora o Trump falou e o que disse a Europa?
Tudo bate palmas e afirma "Nós já tínhamos dito que a Ucrânia tem de conceder território porque nunca conseguirá vencer a Rússia".
Ninguém quer que a Ucrânia ganhe não por a Rússia ser forte mas porque precisamos das matérias primas russas e temos medo que a Rússia se alie com a China contra o ocidente.
E na Europa, já todos se preparam para voltar a receber o gás e o petróleo russo.
Segundo os europeus, o grande combate não se passa na Ucrânia, isso é uma brincadeira se comparado com a luta contra os "gases".
Então, o que é preciso é fechar as centrais nucleares e a carvão em perfeito estado de funcionamento e comprar gás e petróleo russo baratos. É que, com os nobres princípios de defender o universo, a Alemanha não funciona sem o gás russo e, por causa isso, os europeus pensam "os ucranianos que se fodam, são todos massa da mesma farinha, temos é de acabar com as palhinhas de plástico".
Agora, até se diz que Bucha foi uma invenção e que os Ucranianos é que chacinaram russos.
Estou a ouvir o Marechal da Treta Carlos Branco a virar para as teses do Marechal de Campo Agostinho defender esta teoria, afinal, os Ucranianos é que invadiram a Rússia e massacraram milhões de russos.
Daqui a nada, o tribunal penal internacional imite um mandato de detenção contra o Zelensky, com o aplauso dos países europeus.
E o que vem a seguir?
A Força da Lei Internacional transformou-se na Lei da Força Internacional.
Daqui para a frente, o triunvirato USA+Rússia+China vai governar o Mundo.
A China já tem luz verde para invadir Taiwan e as ilhas do Mar da China.
O Putin tem carta branca para abrir um corredor desde a Bielorrússia até Kaliningrado.
E o Trump tem luz verde para "tomar conta" do Canadá, da Gronelândia, do Panamá e de Gaza.
O que aconselho a Taiwan?
Devem esquecer os USA pois, quando a China invadir Taiwan, o Trump não vai fazer nada. Digo "quando" e não "se" pois hoje tenho a certeza que a China vai invadir Taiwan durante o mandato do Trump.
Em termos convencionais, Taiwan tem de fazer uma aliança militar com a Ucrânia para desenvolver a estratégia da guerra "Pequenos Contra Grandes". Drones e mais drones, aéreos, terrestres e submarinos, milhares de milhões, pelo menos 15 mil milhões, dez por cada chinês vivo.
Fazer também uma aliança militar com o Japão, Filipinas e indonésia que lutam contra a China no mar. Esta aliança vai permitir a colocação de milhões de drones, principalmente submarinos de ataque que evitem um bloqueio naval.
Em termos estratégicos, fazer uma aliança, secreta, com a Coreia do Sul e Israel.
A Coreia do Sul tem em Wolsong capacidade para produzir muito plutónio (tem 2400 MWe com reactores CANDU enquanto que Israel tem em Dimona apenas 40MWe).
E Israel tem capacidade de reprocessamento do plutónio e sabe fazer bombas atómicas de plutónio, capacidade que adquiriu nos anos 1960 aquando do desenvolvimento do arsenal estratégico francês.
Taiwan tem de tornar credível que "Se a China nos tentar invadir, desaparece da face da terra"
Se a China tem 500 bombas atómicas, Taiwan tem de ter pelo menos 1000 bombas porque não tem profundidade estratégica.
E a falta de profundidade estratégica também obriga a escavar abrigos nucleares capazes de acomodar todos 24 milhões que vivem em Taiwan.
Taiwan também deve pensar em evacuar a ilha.
A aliança estratégica com as Filipinas, Indonésia e Ucrânia deve contemplar a possibilidade de o pais se mudar de sítio.
Caso a China consiga invadir Taiwan, deve haver a possibilidade de as instituições e a população se mover para outra geografia e assim manter o país com o modelo de Israel.
O total de judeus que existem no mundo é aproximado ao total de taiwaneses e apenas 30% vive em Israel.
Também Taiwan pode formar uma país geograficamente pequeno onde resida a identidade nacional e, depois, ter a maioria da população a viver noutras geografias, incluindo na China comunista. Recordo que vivem no Irão, arqui-inimigo de Israel, cerca de 25 mil judeus!
Taiwan até se pode mover para o Arizona onde já tem fábricas (tem 8.2 vezes a área e apenas 30% da população de Taiwan) ou para o estado vizinho do Novo México (tem 8.7 vezes a área e apenas 9% da população de Taiwan).
Contra a Lei da Força só se pode responder com a Lei da Força.
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