terça-feira, 8 de agosto de 2017

Robôs: os novos inimigos dos esquerdistas

Como os robôs são máquinas ...
E como máquinas são capital e capital lembra capitalistas, ai está o inimigo público a abater pelos esquerdistas.
É o grande capital que vai tomar conta dos robôs e, com isso, tomar conta dos indefesos trabalhadores.
Por causa disso, mais impostos sobre o capital em particular, sobre os robôs.
Já uma taxa de 100€/mês sobre as máquinas de lavar roupa porque estão a destruir o emprego das mulheres de limpeza.

O que seria o homem sem tecnologia?
Há cerca de 5000 anos, no fim da idade da pedra, quando as pessoas viviam da recolha e caça, estimo que vivessem no território do atual Portugal continental um máximo de 3000 pessoas.
Essa população seria formada por famílias com 5 pessoas, 2 adultos e 3 crianças.
As famílias organizavam-se em clãs, cada um formado por 20 famílias.
E haveria uns 30 clãs espalhados pelo território que agora é Portugal.
Apesar de haver poucas pessoas, mesmo assim, passavam fome e necessidades materiais de toda a espécie, incluindo naturalmente, a doença.
Esta minha estimativa não tem fonte sólida (ver aqui) mas também pouco interessa para aqui.

Hoje somos 10000000 pessoas.
Hoje, apesar de viverem 3330 pessoas do território em que vivia apenas 1 pessoa, é inquestionável que  vivemos com muito mais qualidade de vida.
E isto não se deve ao facto de sermos mais inteligentes, fortes, altos ou bonitos que os nossos antepassados pré-históricos mas deve-se apenas à tecnologia e ao capital que se foram acumulando ao longo dos séculos.

Um pequeno modelo com capitalista.
Para compreendermos como funciona a nossa economia com especialização capitalista / agricultor vou apresentar uma pequena economia agricultura com apenas duas pessoas: o capitalista que produz "terra arável" e o agricultor que "cultiva a terra".
Será matematicamente muito simples e "estática" no sentido de que os indivíduos trabalham sempre 10h/dia.

Vamos à caracterização do meio ambiente:
1 - Inicialmente existe um baldio com 1000 unidades de área onde cada "recoletor" consegue obter 0,1 kg de alimentos por cada hora de trabalho.
2 - Se o baldio fosse transformado em "terra arável", nesses 1000 ua seria possível o "agricultor" produzir 1,0kg de alimento por hora (tecnologia proporcional).
3 - São precisas 100 horas de trabalho para transformar 1 ua de baldio em 1 ua de "terra arável".
4 - A "terra arável" regride para baldio à razão de 5% por ano.
5 - A "função de bem-estar", U, diz que uma pessoa vive melhor se comer mais (Y é a produção diária) e se trabalhar menos (T é o trabalho diário) segundo a seguinte relação:
  U = Y^0.5 - T^0.5
Atualmente trabalham ambos 10h/dia tendo um nível de vida igual a (1/10)^0.5 = 0,32

A especialização capitalista / agricultor.
Os recoletores reúnem-se e fazem um contrato em que um deles vai ser o capitalista (transforma o baldio em terra arável que passa a ser sua) e o outro vai ser seu empregado recebendo metade do que produzir como agricultor.
Depois de muitos anos de investimento, com 10h/dia de trabalho o equilíbrio atual é haver 730 m2 de terra arável onde o agricultor produz 7,3kg/dia dos quais recebe 3,65kg/dia de salário.
Agora, o nível de vida aumentou para (3,65^0.5 = 0,60

O capitalista demorou muitos anos de trabalho para acumular os 730 m2 de terra arável.
Inicialmente teve que trabalhar 20000h sem nada receber (endividar-se e passar fome) para poder ter os 200m2 que tornaram  a agricultura mais rentável que a recoleção. 
Depois, ainda teve que trabalhar muito mais até atingir os 730m2 de equilíbrio.
Claro que agora o agricultor esquerdista pode dizer "a terra arável a quem a trabalha" esquecendo que este capital apenas existe porque o capitalista trabalhou e poupou ao longo dos anos.
Se o agricultor expropriar metade de capital (para dizer que é justo) passando ambos a ser agricultores, não haverá nenhum problema no curto-prazo mas, o problema surge de cada ano 5% desse "seu" capital desaparecer até voltar tudo a ser baldio.

Vamos então aos robôs.
Um robô não é nada mais que uma máquina/ferramenta.
Se, inicialmente, uma máquina/ferramenta era uma vara endurecida na fogueira, depois uma pedra atada com cabedal a uma vara e por ai fora, agora um robô é o mesmo conceito mas tendo um computador como "cérebro". 
Um robô não é em nada diferente do cão domesticado que o caçador usava na pré-história: o cão acabou com a atividade de "batedor humano" com muita vantagem.
Mas que primitivo quereria que o seu filho fosse batedor humano?
Como exemplo de robôs temos a máquina de lavar roupa (que libertou a mulher da cozinha), o multibanco (que transfere dinheiro a qualquer hora do dia sem custos) ou uma máquina de soldar chapas (que diminuiu radicalmente o custo de ter um automóvel).

Será que os robôs vão acabar com os empregos?
Claro que não, isso é uma tontaria que a esquerda abraça e que está ao nível dos programas do canal História onde pessoas aparentemente sadias defendem que descendemos de répteis vindos do Espaço.

Os robôs vão acabar com os taxistas.
Isto é uma verdade como a canalização acabou com os aguadeiros (pessoas que vendiam água), as garrafas de gás acabaram com as carumeira (mulheres que cortavam caruma nos matos do interior para ser vendida nas cidades) e os tratores acabaram com os fazedores de carros de bois.
Mas não ouço ninguém a defender essas profissões talvez porque já passou algum tempo desde que desapareceram.
Vão acabar os taxistas e muitas outras profissões que conhecemos hoje mas isso é o normal progresso da humanidade, outras surgirão. Por exemplo, é do meu tempo o aparecimento dos portageiros nas auto-estradas e é do meu tempo o seu fim.
O certo é que cada vez teremos empregos mais agradáveis e onde seremos mais produtivos.

A próxima revolução está nos veículos sem condutor.
Já há veículos que circulam em auto-estrada sem condutor.
Parece pouco mas, mais do que transportar um passageiro que não quer conduzir, já permite que um camião vá de um "terminal TIR" até outro "terminal TIR" sem intervenção humana.
Isto vai ser uma revolução na logística, ser possível dizer a uma palete de carga "vai até ao terminal TIR de Estugarda num máximo de 36 horas" e pronto, ser a palete a "procurar" a melhor forma de chegar lá.

O trânsito nas cidades.
Aparentemente o problema dos congestionamentos dentro das cidades é haver muitos carros a circular.
Mas se repararem bem, o problema está nos carros parados e estacionados que ocupam bem mais de metade do espaço que deveria ser usado para a circulação automóvel.
O veículo autónomo (e que se deve vir a chamar apenas "autónomo" tal como o "veículo automóvel" se reduziu a automóvel) vai ter a capacidade de, sem ninguém lá dentro, desaparecer para se enfiar num estacionamento longe da vista.
Agora não em apetece escrever mais sobre isto mas pense como seria possível enfiar milhares de autónomos baixinhos em cavescom apenas 1,60 m de pé-direito, todos encostadinhos. Na área onde hoje cabe um automóvel estacionado, no futuro caberão 50 autónomos.

Eu tenho este robô em casa! Será que corro perigo de vida?







7 comentários:

Anónimo disse...

A direita trauliteira, que nunca acreditou muito no Homem, quer agora, pelos vistos, virar-se para as máquinas. O crescimento económico desenfreado dos últimos dois séculos que tem por base a mecanização das sociedades humanas transporta consigo, inevitavelmente uma grande mácula: a poluição. A utilização maciça de frigoríficos, máquinas de lavar, máquinas de limpar, máquinas de sujar, automóveis, aviões, petroleiros, centrais nucleares, centrais termoelétricas a carvão, foguetões, computadores, telemóveis e tantos outros artefactos que, aparentemente, e a curto prazo, apenas servem para nos facilitar a vida, estão, na realidade, a conduzir-nos aceleradamente para o abismo. Atualmente, só os trumpistas mais fundamentalistas têm o descaramento de negar o aquecimento global. Eles dizem que o aumento, em alguns graus, da temperatura média da Terra não tem mal nenhum: um Alasca mais quentinho até facilitava a sua exploração capitalista, e países longínquos, como Portugal, onde as pessoas já suam as estpinhas, não os aquecem nem os arrefecem. O grande Napoleão, imperador de França, um dia disse que quando a China acordasse o mundo tremeria. Pois bem, não é preciso que os chineses peguem todos em paus e decidam invadir a Terra inteira: basta que comecem todos a comprar automóveis, frigoríficos, televisões, robôs e máquinas de lavar louça. Toda essa parafernália é muito boa para eles, mas o nosso lindo planeta azul é uma bola pequenina que não pode suportar simultaneamente baleias e cadeias montanhosas de lixo corrosivo.

Silva disse...


Caro PCV

As reformas estruturais são sempre inimigas dos esquerdopatas e os robots podem ser encarados como uma reforma estrutural pois substituem a força de trabalho por capital, seja nas fábricas, nos escritórios, nas estradas ou nas simples habitações.

De qualquer maneira, enquanto este tipo de reformas estruturais depende do progresso tecnológico, outras apenas dependem da vontade/coragem política para serem implementadas.

A abolição do salário mínimo, a liberalização dos despedimentos e abolição dos descontos, por exemplo, apenas dependem da vontade/coragem política, contudo, caso não haja, depende do aumento da pressão financeira.

Outra reforma estrutural que virá, mais cedo ou mais tarde e que depende da vontade/coragem política, pois já existe tecnologia para isso é a utilização do e-learning (videos online são muito melhores que aturar os canalhas dos professores em que grande maioria se transformou, portanto, esquerdopatas), como modo de ensino de todas as disciplinas teóricas. Muito dificilmente haverá vontade/coragem política para isso, por isso, resta-nos esperar pelo aumento da pressão financeira pelo desmantelamento do sistema escolar.

Os professores de direita saberão responder ao desafio que as mudanças irão implicar, já os canalhas dos esquerdopatas irão para as ruas a chorar baba e ranho, mas é como eu defendo, é aí que os esquerdopatas devem estar e de preferência a levar porrada ou pelo menos a voar com uns jactos de água.

Olhe, eis aqui mais uma reforma estrutural que está na minha lista.

Anónimo disse...

O pretenso conflito entre as ciências exatas, que nos deram os robôs,e a ciência económica, cuja abrangência vai ao ponto de explicar a vacuidade, em metal e papel comercial, das algibeiras dos portugueses, só existe nas mentes alucinadas daqueles que rumam no verão para o Algarve em busca de uma espreguiçadeira livre na borda da piscina.
Porém, desenganem-se aqueles que veem um futuro sempre a abrir, até ao infinito, com robôs do tipo máquina-cão que não aumentarão a entropia do Universo! Ao fim do dia, quem manda é a Física!

Anónimo disse...

Já agora, porque não pôr robôs-bomdeiros a apagar os fogos florestais que não páram de lavrar nas terras de Portugal? Eles podiam facilmente manobrar as máquinas de arrasto para abrir aceiros corta-fogos nas nossas matas mediterrânicas de alta vegetação arbustiva muito aromatizada por rosmaninho, alecrim, alfazema, loureiro, coentros e rabanetes, mas praticamente impenetrável sem a ajuda de máquinas. Quem pretende entrar de mãos nuas por essas brenhas ressequidas acaba por ficar com o corpo todo arranhado e a deitar sangue!
Com esta opção robótica de combate aos fogos, ficaríamos todos a ganhar, incluindo um tal doutor Silva que defende que a praga dos incêndios florestais em Portugal só vai acabar no dia em que a doutora Catarina Martins abolir o salário mínimo e os descontos obrigatórios para a segurança social e fizer promulgar um pacote legislativo que consagre a liberalização selvagem dos despedimentos. O nosso querido Portugal foi chão que já deu uvas!
Agora estamos na fase do salve-se quem puder!

Silva disse...


Caro Anónimo 14 de agosto de 2017 às 14:54

Presumo que não percebeu que os canadairs, helicópteros, carros de bombeiro, tractores (para os aceiros), moto-serras, etc sejam os robots.

É muito mais simples, fácil e barato substituí-los por borregos e cabritos que utilizam um recurso que existe em abundância (mato) para gerar novos borregos e cabritos, além disso, sempre se pode fazer uns belos assados e grelhados utilizando a lenha.

Os incêndios não irão acabar, apenas serão tão ridículos que podem ser apagados por uma mija bem dada.

A vaca se realmente quisesse já era ministra.

As reformas estruturais apenas dependem da vontade/coragem política e quando não existe essa vontade/coragem política lá teremos de esperar pelo agravamento da pressão financeira para "cernelharem" umas medidas.

Anónimo disse...

Caro doutor,
Se as suas reformas estruturais são as do Passos Coelho, que se limitou a cumprir as ordens da Merkel, cortando, a torto e a direito, tudo que era salários, reformas e pensões dos pobres portugueses que não sabem fazer mais nada do que trabalhar a vida inteira para sustentar tantos e tantos doutores que enlameiam com os seus comentários o título académico que ostentam, então não me deixa outra alternativa senão ir DE encontro às suas ideias inconsistentes.
Se é assim tão fácil e económico acabar com os maiores incêndios, porque é que Vossa Excelência não se põe à frente de um rebanho com mil bodes, quinhentas cabras e dois mil cabritos, propondo à doutora "vaca" a criação de uma parceria público-privada numa empreitada de limpeza das matas da serra da Gardunha, por um período de cinquenta anos, com a garantia estatal de alta renumeração, quer os incêndios continuassem, quer não?
No calor do debate atual, precisamos muito mais de empreendedores do que de doutores!

Silva disse...


Caro Anónimo 15 de agosto de 2017 às 16:31

PPC não fez nenhuma reforma estrutural, limitou-se a "cernelhar" de forma intensamente suave.

PPC teve uma grande oportunidade de dar um violento pontapé no traseiro dos eleitores, que volta e meio, vota á esquerda, não o fez e os eleitores portugueses deram-lhe um violento pontapé no seu traseiro.

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