As cidades são como os processadores: quanto mais compactos, mais eficientes.
Como em Portugal temos 10,3 milhões de pessoas e 95 mil km2, se estivéssemos uniformemente espalhados, haveria 95 metros de distância entre as pessoas (112 pessoas/km2).
Vamos imaginar que, uma pessoa em cada 1000 gosta de danças de salão e que é preciso 200 alunos para conseguir ter uma escola rentável. Neste caso, a escola precisaria estar no centro de um quadrado com 42km de lado, em que a distância média percorrida pelos alunos seria de 16 km.
Mas estar espalhado não é eficiente e prova disso é que, apesar de o custo da habitação ser maior, as pessoas se concentram em cidades.
Pensando a mesma escola de dança numa cidade 7000 pessoas/km2 (com em Hong Kong), a escola ficará num quadrado com 5,3 km de lado e a distância média percorrida reduz-se para 2 km.
Prova de que as cidades são mais eficientes é ser nos países pobres que têm as cidades maiores, mais densas e que mais estão a crescer.
Apesar de a contagem da população ser discutível, há 34 megacidades que têm mais população do que Portugal.
Megacidade | País | Milhões |
Guangzhou | China | 46,7 |
Tokyo | Japan | 40,4 |
Shanghai | China | 33,6 |
Jakarta | Indonesia | 31,3 |
Delhi | India | 30,3 |
Metro Manila | Philippines | 25,7 |
Mumbai | India | 25,1 |
Seoul | South Korea | 24,8 |
Mexico City | Mexico | 23,0 |
São Paulo | Brazil | 22,4 |
New York City | United States | 22,1 |
Cairo | Egypt | 21,0 |
Dhaka | Bangladesh | 20,2 |
Beijing | China | 19,8 |
Lagos | Nigeria | 19,4 |
Bangkok | Thailand | 18,8 |
Karachi | Pakistan | 17,8 |
Los Angeles | United States | 17,7 |
Osaka | Japan | 17,7 |
Moscow | Russia | 17,3 |
Kolkata | India | 16,8 |
Buenos Aires | Argentina | 16,4 |
Istanbul | Turkey | 16,0 |
Tehran | Iran | 15,3 |
London | United Kingdom | 14,8 |
Johannesburg | South Africa | 13,9 |
Rio de Janeiro | Brazil | 13,2 |
Lahore | Pakistan | 13,0 |
Tianjin | China | 12,7 |
Kinshasa | DR Congo | 12,4 |
Bangalore | India | 12,2 |
Paris | France | 11,4 |
Chennai | India | 11,3 |
Nagoya | Japan | 10,5 |
Os processadores dos computadores são como as cidades.
Para o CPU dos computadores melhorarem o desempenho é obrigatório empacotar cada vez mais transístores na mesma área.
No CPU tem sido possível reduzir o tamanho dos transístores mas, no caso das cidades, não é possível reduzir o tamanho das pessoas!
A solução tem sido o crescimento das cidades em altura, solução com limitações que se traduzem no elevado custo da habitação nos centros das cidades.
Por exemplo, comprar um apartamento de 100m2 no centro de Hong Kong tem um preço na ordem dos 26,5 milhões €!
O problema da habitação está nas janelas!!!!!!!!
O problema da humanidade é a maioria da população ser conservadora, querer manter e, quando acontece alguma mudança, prometer a reposição do que existia. É assim nas sociedades religiosas mas também assistimos nos nossos esquerdistas, querem sempre que o tempo volte para trás.
E uma coisa que sempre existiu nas casas foram as janelas que servem para entrar a luz, a ventilação e, de vez em quando, permite um olhar para o exterior.
Como a janela abrem a nossa vida ao exterior, por questões de privacidade, obrigam a haver uma distância grande à janela do vizinho, no mínimo uns 10 metros, e aqui é que está o desperdício de espaço.
Será que o espaço "roubado" pela janela vale a perda?
De propósito, a Fig. 1 mostra 2 apartamentos que não têm janelas.
As janelas podem ser facilmente substituídas por iluminação LED e por ventilação forçada (e com ar filtrado).
Sem janelas, a compactação pode ser muito maior, conseguindo-se meter numa pequena área uma enormidade de apartamentos.
Além disso, os pisos também podem crescer em profundidade.
Fig. 2 - Sem janelas, o edifício pode ser uma repetição sem fim de apartamentos.
Por exemplo.
Um edifício com a área de implantação de um quilometro de lado, com 15 pisos enterrados, teria 120 mil apartamentos T3, sem janelas. Estes apartamentos dariam habitação a 500 mil pessoas, à larga.
Faziam-se um edifício destes e já estava tudo resolvido e ainda poderia ser um parque por cima.
Fig. 3 - Visualização da dimensão relativa de um edifício com 1km2 de área de implantação em Monsanto.
Mas para que isto possa acontecer,
Têm que passar muitas décadas, até que todos os esquerdista que continuamente anunciam que "vão repor os direitos retirados pelos neoliberais" tenham morrido.
Nas minhas longas conversas com o meu colega PSAS, veio à baila o porquê de haver países que se desenvolvem e outros que não.
Tem tudo a ver com a repugnância pelo progresso.
Fala-se do julgamento do Galileu e de quantas pessoas foram executadas por heresia quando apenas queriam inovar. queimaram-se professores e investigadores porque "compraram" mortos para poderem desenvolver e ensinar a cirurgia.
Mas esses tempos não são passados, estão a acontecer hoje mesmo não só no mundo islâmico obscuro mas também na Europa com a proibição da investigação biológica e na computação avançada em "inteligência artificial".
Disse a Elisa Ferreira ... que não sabe porque não crescemos depois de recebermos tantos subsídios da Europa!!!!
Eu disse-lhe a razão. Fui a uma apresentação de um livro de "macroeconomia liberal" e disse-lhe que a solução está na liberalização da economia, principalmente do mercado de trabalho, o fim do salário mínimo e a possibilidade de ajustamento no salário nominal para baixo.
Praticamente, insultou-me.
Afinal sabe! E sabe que o que sabe não dá resultado (recordo que a Elisa foi ministra do PS, anos e anos).
3 comentários:
Casas sem janelas? Não obrigado
Se o Elon Musk, lê isto, com o toupeira que é
importa logo a ideia para ... Marte.
Vai ser assim, com a introdução da realidade virtual, as casas não precisam de janelas. E os interiores ou aldeias vão dar lugar a espaços protegidos, parques para passeios. Os políticos velhos são sempre substituídos por novos políticos. E o mundo continua na colonização de outros planetas.
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