Os "especialistas" têm feito soar alarmes por os casos estarem a aumentar.
Se olharmos para o número de novos positivos, no início do desconfinamento, em 15 de Março, estávamos com 94 p/cmh (positivos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias).
Esse indicador foi descendo até ao dia 15 de Maio (atingindo o valor de 47p/cmh), altura em que o Sporting se sagrou campeão nacional de futebol! Bem sei que quem tolerou as manifestações de alegria dizem que nada tem a ver com nada e que é apenas uma coincidência estatística. Mas deixa à cabeça de cada um avaliar.
Foi aumentando e agora o p/cmh está-se a aproximar dos valores do início do desconfinamento.
Mas sendo assim, com o número de positivos a aumentar de dia para dia, não terá que haver novo confinamento (mesmo que o Presidente não queira)?
Não por causa da diminuição da mortalidade.
Por causa da vacinação, a mortalidade (medida como a percentagem de pessoas que morrem uma vez infectadas com covid-19) tem estado a cair mais rapidamente que o aumento dos positivos.
No dia 15 de Março a mortalidade estava em 2,6% e actualmente está em 0,3%.
Comparando o princípio do desconfinamento e agora, com praticamente o mesmo número de positivos, em 15 de Março tínhamos 15,4 mortos por dia e agora, 15 de Junho, temos 1,5, uma redução de 90%.
Fig. 2 = Média diária de mortos relativamente à última semana (dados, DGS). Estamos hoje muito longe dos valores do início do desconfinamento.
Acresce que são vacinadas cerca de 50 mil pessoas por dia.
E cada 100 pessoas que são vacinadas, são menos 90 pessoas susceptíveis à doença.
Eu posso fazer uma conta com os dados que tenho!
Já foram inoculadas 6840 mil doses em que 21,1% da população tem uma dose e 23,0% têm as duas doses.
Supondo que uma dose reduz 60% e duas doses 84%, a vacinação deveria ter reduzido a mortalidade em 32% mas reduziu em 90%!
Esta diferença resulta de terem sido vacinadas as pessoas com maior risco de morte.
Resumindo.
"confinamento, não vai haver, comigo não vai haver" (Presidente Marcelo)
Corrigindo o número de casos pela taxa de mortalidade, a perigosidade da doença tem estado sempre a cair e vai continuar a queda.
Nem interessa diminuir o confinamento em Lisboa.
Fig. 3 = Perigosidade da Covid-19 (número de casos nos últimos 14 dias por cem mil habitantes corrigido da mortalidade, %mortos/%mortos média, dados, DGS). Estamos hoje muito longe dos valores do início do desconfinamento.
E se vem por ai outra versão do corona?
É como ir à praia em Agosto, com 40º de temperatura a pensar "não será melhor trazer um anorak? É que pode vir ai outro inverno!"
Se vier e quando vier, cá estaremos à espera.
1 comentários:
Estou de acordo a 100%. Os meus "cálculos" batem certo a 100% com os seus (neste caso são bastante simples, por isso é que consigo acertar tudo)...
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