domingo, 1 de agosto de 2021

Será que vindo imigrantes, a vida dos portugueses melhora? Depende.

O número dos portugueses está a diminuir.

As portuguesas têm poucas filhas, uma média de 0,7 (na nova linguagem Covid, a nossa população tem um Rt é 0,7) o que faz com que o número de portuguesas seja cada vez menor.

Em termos quantitativos, continuando a coisa como está, daqui a 32,2 anos (que é a idade média da mãe), a população de portugueses está reduzida a 7,2 milhões e, daqui a 64,4 anos, a 5 milhões, que era a nossa população por volta do ano de 1890.

Por razões que não compreendo, acham que a diminuição da população é uma coisa má e, como não se prevê que as mulheres portuguesas passem a ter mais filhas, sobra a importação de pessoas, fazer como os automóveis, importá-las em peças e montá-las cá.


Os imigrantes são a alternativa aos nascimentos.

A ministra Ana Abrunhosa (e muitos mais) disse que "Estando nós num período especial de investimento, vamos precisar de muita mão de obra, de muitos trabalhadores, e acredito que isso só se consegue com uma política muito activa de atracão de imigrantes”.

Se a solução for importar imigrantes, então o problema está resolvido pois, se as autoridades portuguesas quiserem, dentro de um ano temos 50 milhões de residentes. Basta um anúncio a dizer que aceitamos pessoas e milhões virão dos países pobres,   indianos, nepaleses, vietnamitas, bangladeshes, marroquinos, paquistaneses, nigerianos,  guineenses, ...

E, para ajudar o ministro maluco, até pode ser exigido que venham de comboio.

Há 3000 milhões de pessoas, 40% da população mundial, que vivem em países com um nível de vida inferior a 25% do nível de vida português e que quereriam, se pudessem, vir trabalhar para Portugal.

Fig. 1 - Aceitarmos imigrantes é combater a pobreza destas crianças tão sorridentes.


Mas a solução aparentemente simples dos imigrantes tem dois problemas.

Primeiro, os imigrantes não são portugueses (seja lá isso o que for), naturalmente, visto na óptica dos "racistas, xenófobos e fascistas"do CHEGA.

Segundo, não existe lógica económica à argumentação usada para justificar a necessidade  de termos mais população. 


Como será possível a nossa vida melhorar com os imigrantes?

O nível de vida de uma país obtém-se dividindo o total que se produz pelo número de habitantes, isto é, pelo PIB per capita. Por exemplo, a Índia produz 12 vezes o que produz Portugal, 2400 mil milhões € contra 200 mil milhões € por ano mas, como a produção da Índia tem que ser dividido por 1366 milhões de pessoas e a de Portugal por apenas 10,3 milhões, em Portugal tem-se uma melhor qualidade de vida muito superior à Índia.

Então, para que os imigrantes possam melhorar a minha vida (para quem não sabe, eu sou português a 7/8), o meu rendimento tem que aumentar para, com isso, poder ter acesso a mais bens e serviços.

A economia da imigração é que, aumentando a população residente em Portugal com a entrada de imigrantes, para o nível de vida dos portugueses de hoje aumentar, a produção dos imigrantes tem que ser proporcionalmente maior do que a nossa.

Mas não estou a ver como é possível os imigrantes que nos chegam, com baixa escolaridade e de países pobres, onde são pouco produtivos, poderem ser mais produtivos do que o português médio. Será que uma pessoa que não é capaz de criar riqueza no seu país, chega a Portugal e fica logo mais produtivo do que nós somos? Não me parece possível.

Concordam?


Onde está a falhar a lógica económica.

Dividindo os 200 mil milhões€ do PIB pelos 10 milhões de portugueses, cada um produz e tem acesso (em média) a 20000€ de bens e serviços por ano. 

Imaginemos que, no próximo ano, entram 10 milhões de imigrantes e que cada um produz 10000€/ano (menos que os portugueses, como é natural). O nosso PIB aumentará para 300 mil milhões € mas, como temos que dividir essa riqueza por 20 milhões de pessoas, vamos ficar a viver pior, ter acesso a menos bens e serviços.

PIBpc = 300000/20 = 15000€/ano

Sendo assim, com a entrada dos imigrantes, vamos ficar a viver pior!!!!!


A repartição não pode ser igualitária.

Um dia, quando ainda me preocupava com o trabalho, fui a uma conferência onde um Alemão apresentou o cenário da entrada de 10 milhões de imigrantes na Alemanha. Segundo esse autor (que não me lembro o nome), essa entrada apenas poderia acontecer se os actuais alemães melhorassem de vida e se os imigrantes também passassem a viver melhor do que vivem nos países de origem.

Vamos supor que o PIBpc alemão é de 45000€/ano (salário médio de 43000€/ano) e que o PIBpc na Etiópia é de 2000€/ano (salário médio de 2400€/ano). Então, com a entrada dos imigrantes, o salário médio dos alemães terá que ficar maior, por exemplo 50000€/mês e o salário médio dos etíopes terá que ser maior que 2400€/ano (por exemplo, 10000€/ano).

Segundo esse autor, a Alemanha deveria aceitar todo e qualquer trabalhador que recebesse de salário menos do que produzia. No estudo dele esse número era 10 milhões (tendo a ver com as actividades que trabalhadores analfabetos poderiam executar).

Violá!

 

Mas isto é uma nova escravatura (dizem os esquerdistas).

Mas os esquerdistas são contra o lucro, a procura pela eficiência, a inovação e a liberdade económica. Segunda os esquerdistas, os patrões vivem de roubar os trabalhadores sendo melhor sermos todos pobres (menos eles) do que haver exploração do homem capitalista ao homem trabalhador.


O conselho económico que dou.

Podemos passar a viver melhor se contratarmos etíopes, nepaleses, indianos ou nigerianos e se lhes pagarmos 2,00€/h (40% do SMN), dez vezes o que ganham no país deles. Para isso, temos que dar liberdade contratual aos agentes económicos portugueses para contratar imigrantes nas condições que ambos achem ajustadas, sem fazer juízos morais esquerdistas.

E o problema de muitas pessoas acharem que os imigrantes degradam a cultura portuguesa?

Fazer como os suíços fazem, limita-se o tempo que podem permanecer em Portugal (trabalham 9 meses em cada ano e voltam 3 meses para casa para não perderem a ligação ao país de origem) e apenas enquanto têm trabalho. 

Voltando ao país, recebem uma reforma de 1% do salário por cada ano que trabalharam. Se ganharam em média 300€/mês e trabalharam 20 anos, recebem 60€/mês.

Fig. 1 - Estas etíopes ganham 20€/mês e alimentação. Se em Portugal alguém lhes pagar 300€/mês, não sei como as pode estar a explorar.

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