sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Eu resolvia em 15 dias o problema de falta de capacidade da Fertagus

A Fertagus circula comboios por baixo da Ponte-do-25-de-Abril.

Para os que valorizam os nomes originais, os comboios circulam por baixo da "Ponte de Salazar" (nome dado no Norte) ou da "Ponte Salazar" (nome dado no Sul). É que no Norte de Portugal, os nomes das coisas têm pertença, por exemplo, "Avenida da Liberdade" no Porto e "Avenida Liberdade" em Lisboa.

A Fertagus tem 18 automotoras da Série 3500 com 4 carruagens que, depois de melhoradas (retiraram alguns bancos), têm capacidade para transportar 480+48 passageiros.

Como tenho visto na comunicação social que na hora de ponta circulam 6 automotoras por hora, a capacidade total é de 3168 passageiros por hora o que se tem mostrado insuficiente para transportar, mesmo apertadinhas, todas as pessoas que precisam de fazer a travessia do Tejo a "pé".

Como, primeiro o Costa e, depois, o Montenegro diminuíram o preço da viagem de comboio e estando a gasolina pela hora da morte, as pessoas querem andar de comboio mas não há resposta à altura. 


As linhas de comboio têm muito menos capacidade do que se pensa.

Para transportar as 3168 pessoas/hora são precisos 60 autocarros/hora o que é uma garfadinha numa autoestrada. Os autocarros têm ainda a vantagem de poder haver mais veículos nos troços com mais  tráfego, por exemplo, haver 120 autocarros/hora entre Roma-Areeiro e Corroios e apenas 40 autocarros/hora entre  Corroios e Setúbal.

As automotoras circulam entre a estação de Setúbal e a estação de Roma-Areeiro, uma extensão total de 54 km. Estive a ver os horários e a viagem demora 1h03m a que é preciso somar alguns minutos para inverter o sentido. 

Como a Fertagus tem 18 automotoras, a viagem de ida e volta demora 2h16m. Acrescentando o tempo de inversão, das ineficiências e dos atrasos não previstos, 6 automotoras por hora está muito próximo do máximo que a Fertagus consegue fazer com as 18 automotoras.


Eu comprava mais carruagens.

As carruagens são mais baratas do que a parte motora pelo que, por exemplo, passar as automotoras para 12 carruagens iria triplicar a capacidade mas também o tamanho do comboio.

O problema é que o cais das estações é curto mas pode ser resolvido "parando duas vezes".

O comboio pára as primeiras 6 carruagens no cais, os passageiros entram e saem dessas carruagens e o comboio avança mais uns metros e pára uma segunda vez as últimas 6 carruagens no mesmo cais.

Como avançar e tornar a parar demora uns 3 minutos, esta paragem dupla acontece apenas nos troços mais congestionados para não atrasar a viagem. Nos outros troços, as pessoas deslocam-se dentro do comboio para as carruagens que vão parar, por exemplo, as primeiras carruagens param nas estações par e as últimas carruagens nas estações ímpar.

Fora das horas de ponta, as carruagens finais são desatreladas ou, se for difícil, os passageiros são avisado de que apenas as primeiras carruagens param no cais.


E a automotora tem potência para puxar as 12 carruagens?

Tem mas demora mais tempo a arrancar e a velocidade máxima é menor.

Imaginemos que a velocidade perde 20% e que vamos parar duas vezes em cinco estações. Neste caso, o tempo de viagem do percurso todo aumenta cerca de 30 minutos. 

No entanto, como menos pessoas perdem o comboio por estar lotado e a maior parte das pessoas não faz o percurso todo, o tempo real de viagem até pode diminuir. É que muitas pessoas nem tentam apanhar o comboio nas horas de ponta, levantam-se muito mais cedo e chegam a casa muito mais tarde para evitar as horas de ponta.


Mas demora mais de 15 dias a adquirir 144 carruagens.

Já estou a pensar no tempo do Trump.

A promessa "Acabava a guerra na Ucrânia em 48 horas" afinal são 100 dias.

Então, os 15 dias no tempo do Trump são 2 anos mas começava já a fazer alguma coisa.


Imediatamente, metia mais comboios apenas nos troços mais congestionados.

Isto seria rápido de implementar se as estações tiverem capacidade para que a automotora inverta a marcha.

Metia 9 automotoras por hora, um aumento de 50%, em que 3 seguem viagem (e fazem o percurso todo) e as outras 6 invertem a marcha em Sete-Rios e em Corroios. Proponho esta proporção sem saber os números pelo que poderia ser diferente.

Ao inverter as 6 automotoras, as 18 carruagens serão suficientes para o reforço da capacidade.


Imediatamente, tirava os bancos em 3 carruagens.

Sem bancos, aumenta a capacidade. As pessoas que precisassem mesmo de ir sentadas, idosas, grávidas, crianças ao colo, doentes, iam na carruagem com bancos e as outras iam à lota.

Se os japoneses podem ser empacotados como sardinhas em lata, porque não podem os portugueses?

Helena, eu leio os comentários :-)
Mas não posso comentar, dá erro.
Escreva à vontadinha do corpo o que lhe vai na alma.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O perdão de Trump, os milionários americanos e o preço das casas, o Álvaro Santos Almeida

Durante a campanha eleitora, Trump prometeu que iria perdoar a invasão do Capitólio.

Prometeu, o povo votou nele e cumpriu logo no primeiro dia sem reservas.

Estão todos, os condenados e os ainda não condenados, livres e podem voltar a casa.

Claro que os comentadores dizem "não o deveria ter feito" porque acreditam que os políticos devem ser trapaceiros, prometer mundo e fundos na campanha eleitoral e, depois, esquecerem-se.

Quando acabou a Guerra da Secessão em que houve 700 mil mortos numa população que era pequena, as prisões estava cheias de "criminosos de guerra solistas". O Abraham Lincoln decretou "Deêm um cavalo a cada prisioneiro e mandem-nos embora que a guerra acabou."

Sendo Trump um homem íntegro, se tivesse prometido que ia perdoar todos os assassinos, tendo recebido o voto do povo americano, só tinha de os libertar.

Já ninguém se lembra mas, no dia 26 de Abril de 1974, todos os criminosos, mesmo os assassinos condenados mesmo à pena máxima, foram libertados e não veio nenhum mal a Portugal por causa disso. No final do dia, Portugal era o único país do mundo que não tinha um único preso.

E no dia 27 de Abril de 1974 não passou a haver mais assassinatos.


Eu também já fui vítima desses políticos de merda.

Estava o meu processo a decorrer, totalmente baseado em mentiras e invenções à vista de toda a gente, já eu com a ameaça de ser despedido, e uma pessoa telefonou-me:

"Fulano, o teu processo é uma clara perseguição, vota em mim que se eu for eleito o próximo director da faculdade, a primeira coisa que vou fazer é acabar com o teu processo".

Votei nele e ele passou a ser o director.

Passado dias, telefonei-lhe:

"Então Sicrano, como estão as coisas?"

Respondeu-me:

"Não me telefones mais".

E esse fulano é o diretor da faculdade, foi eleito deputado, aspirava a ser ministro e é o sábio catedrático do PSD. 

Dizem que não andamos para a frente porque os impostos são elevados, há muita burocracia, os patrões são incompetentes mas ... verdadeiro problema é em Portugal a escumalha estar no poder.


A democracia é, intrinsecamente, um sistema falhado.
Os milionários são uma percentagem muito pequena da população mas são estas pessoas que fazem a economia avançar.
Como na democracia cada pessoa tem um voto, está então condenada porque os pobres, incompetentes e invejosos são a maioria.
O natural era que o BE e o PCP ganhassem sempre as eleições pois anunciam que "Vão aumentar os salários e diminuir os lucros. Os ricos vão pagar a crise".
As contribuições dos ricos, usadas na campanha eleitoral em "lavagem ao cérebro dos pobres" é que consegue fazer com que os políticos mais incompetentes não consigam "transmitir a mensagem".
Os esquerdistas dizem que o Trump mente, que inventa uma verdade paralela, que engana os eleitores mas é exactamente ao contrário.
Quando Trump cumpre o que prometeu, "Meu  Deus, o Trump está a destruir a América, a justiça, as forças policiais."
Mas o que interessa aos nossos comentadores esquerdistas se o Trump destrói a América?
A América é dos americanos que elegeram o Trump para fazer exactamente o que prometeu.


Trump prometeu e acabou com a censura.
Se eu escrever neste poste que "O Homem nunca foi à Lua, a Terra é plana e o Sol anda à volta do Terra" Porque diabo há-de alguém cortar o poste com o argumento de que não é verdade?

Também não é verdade que "E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; (...) E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou. " E depois, que mal faz alguém acreditar nisto?


O preço das casas depende do terreno, da mão-de-obra e dos materiais.

O governo, ao libertar um bocadinho os terrenos para habitação, deu um passo de gigante no sentido da construção de habitação a baixo custo.


Vejamos  a formação do preço de uma habitação.

Vamos supor que o terreno para fazer uma casa vale 300 mil€. 

Não é económico construir ali uma casa fracota de 10 mil€ (mão-de-obra e materiais) para, depois, vender por 341 mil euros (um lucro de 10% mil €). A racionalidade económico indica que nenhuma pessoa vai pagar 341 mil € por uma casa assim tão fracota. 

Neste caso, só faz sentido económico construir uma casa de 400 mil € (mão-de-obra e materiais) e vendida por 770 mil€ (o mesmo lucro de 10%).

Da mesma forma, não faz sentido fazer uma casa de 400 mil € num terreno que vale 10 mil€.

Neste caso, só faz sentido construir uma casa de 40 mil € e vendê-la por 45 mil€ (lucro de 10%).


Vamos supor que o Governo dizia:

O preço máximo das habitações é de um milhão de euros por metro quadrado.

Alguém no seu juízo perfeita acha que as casas passavam a ter um preço de um milhão de euros por metro quadrado?

O preço máximo é o preço máximo e, depois, o preço concreto vai depender de haver quem paga o preço.

Há casas nas aldeias a serem anunciadas com um preço abaixo de 5 mil euros (quando não há limite) e ninguém as compra.

O problema não é não haver casas, é a população ter mudado do campo para as cidades e as casas onde moravam já não servem para nada porque são longe de tudo que hoje é imprescindível para a vida, incluindo os empregos.

Fig. 1 - Ninguém diga que as moradias estão muito caras

Depois do terreno, a componente mais importante é a mão-de-obra.

Bem sei que o que vou dizer fere os ouvidos dos esquerdistas mas a solução para a habitação é haver salários mais baixos!!!!!!

Sim, da mesma forma que os barcos vão buscar trabalhadores à Indonésia, as empresas de construção irem ao Nepal buscar trabalhadores para a construção civil.

Mas esses trabalhadores não podem ser legalizados porque, assim que um trabalhador do Nepal é legalizado, imediatamente vai para outro país europeu.

Portugal deu cidadania portuguesa a milhares de pessoas de Goa. Fazem ideia de onde estão esses goeses já que não vejo nenhum em Portugal?

Estão no Reino Unido.


O Álvaro Santos Pereira.

É mais ou menos da minha idade e 30 anos colegas de trabalho. Dei mesmo cadeiras com ele.

É uma pessoa de poucos sorrisos, nunca criei empatia com ele mas, quanto à sua competência, mesmo que quisesse, não poderia dizer mal.

Tem uma licenciatura com boa média, fez o doutoramento numa muito boa universidade, é uma pessoa inteligente.


Agora ajudem-me a pensar.

O Director Executivo do SNS ganha 5700€/mês do qual faz descontos (ficam uns 3200€/mês) mais 2280€ de ajudas de custo (para pagar os fatos, jantares e a renda em Lisboa que é bem cara).

Acham que um médico competente aceita ganhar 5700€/mês?

O que lá estava, só em trabalho ao fim do dia, fazia muito mais do que os 5700€/mês.


É como o FCP!

O que queriam de mais de um treinador que tinha um salário que era menos de 1/3 do salário do que lá estava?

O Álvaro não vai por ser "um boy" que não é, vai porque, para este salário, é o melhor que o governo consegue contratar.

Eu, que sou muito menos competentes, não aceitava esse emprego.

Prefiro ter tempo para escrever, ir ao judo, dar umas voltas de trotinete, Dormir todas as horas que quero (hoje dormi 12 horas :-).


É que só tenho duas vidas ...

A primeira vida começou quando nasci.

A segunda vida começou quando tomei consciência que só temos uma vida.

Eu já tomei consciência que só tenho uma vida.

Se alguém conheceu o Carlos Pimenta, o José Silva e Costa, o António Almodôvar, a Cristina Barbot, o Braguinha, o Baganha, aquelas cabeças cheias de coisas boas e más, estão todos fisicamente reduzidos a nada, a pó.

E quando eu entrei na universidade do Porto, tinham todos menos de 30 anos.


Penso muito na minha mãe.

Foi-se, desapareceu, é como se nunca tivesse existido.

E eu também vou desaparecer e não interessa deixar herança.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

A China está numa situação económica muito perigosa

Em 1960 pensava-se que os USA iam tornar-se irrelevantes.

Somando todas as actualmente 10 maiores economias mundiais excluindo a China e os USA,  em 1960 estas economias correspondiam a 120% do PIB americano. 

Nos anos entre 1960 e 1982, as economias europeias encabeçadas pela Alemanha e as asiáticas (os 4 tigres asiáticos) encabeçadas pelo Japão cresceram muito atingindo 150% da economia americana.

Em poucos anos, as 10 economias caíram de 150% para 130% e, depois de um patamar que durou toda a década inicial da Zona Euro, caiu novamente para os 120% de 1960.

A América tinha dado a volta ao problema e está em posição para ultrapassar a barreira dos 120%.

Fig. 1 - Dimensão das 10 maiores economias excluindo os USA e a China relativamente à economia americana (dados, Banco Mundial)


O nível de vida (o PIB per capita) das actuais 10 maiores economias do mundo (excluindo USA e China) aumentou de 25% em 1960 para 27% em 1982 mas, desde então, está continuamente a cair atingindo em 2023 apenas 19%.

Fig. 2 - PIB per capita das 10 maiores economias excluindo os USA e a China relativamente à economia americana (dados, Banco Mundial)

Mas o que raio aconteceu em 1982?

Já ninguém se lembra mas foi eleito como presidente dos USA um actor de segunda que nada percebia de economia. Na altura, a intelectualidade europeia dizia que os americanos estavam todos malucos.

Esse presidente foi o Ronald Reagan que entrou quando era mais do que certo que, em pouco tempo, os USA iriam perder relevância mundial.


E o que fez o Reagan?

Nessa altura os esquerdistas tinham convencido o povo que mais inflação era capaz de diminuir o desemprego o que era uma total mentira semelhante ao que diz o sábio catedrático do PSD de que diminuir impostos faz crescer a economia. Os sábios falam sempre de "um estudo" mas quando vamos ver esse "estudo", é apenas uma almofada de penas, tem lá dentro um ganso mas falta a carne, é só conversa fiada.

Não há nenhum estudo que diga que Portugal, descendo o IRC, vai passar a crescer, daqui a 4 anos, 3.5%/ano, nenhum, é total mentira. Não vai crescer nada acima do que tem crescido nos últimos 25 anos, isto é, vai ficar entre o cenário pessimista de 0.9%/ano e o cenário optimista, as reformas feitas pelo Passos Coelho têm efeito de longo prazo, de 2.0%/ano.


Fig. 3 - Na próxima década, o crescimento da economia portuguesa vai ficar entre 0.9%/ano e 2.0%/ano (dados, Banco Mundial).

1) O Reagan acabou com essa ideia, de que as políticas monetárias têm efeito real, impondo ao banco central americano uma meta de inflação de 2%/ano. 

2) O Reagan também acabou com a ideia de que, nos períodos de crise, o governo tem de aumentar a despesa pública, isto é, acabou com o keneseanismo que continua tão querido aos sábios portugueses.

3) O Reagan, em vez de fazer TGVs, aeroportos, autoestradas, ou sequer casas, liberalizou a economia e privatizou tudo o que pôde, incluindo a industria militar.

4) Reagan deu liberdade ao indivíduo para gerir a sua vida, acabando com as regulamentações o mais que pôde.


Recordo a liberalização do uso do solo.

Muito bem, uma medida muito positiva feita pelo Montenegro. Uma coisa de nada, permite construir em terrenos rústicos mas com muito mais limitações do que as existentes em 1973.

Na comunicação social, tudo que é esquerdista teve palco para dizer "Acaba-se com isso que as pessoas vão poder construir casas e vêm ai os lucros!!!!!".

Sim, a comunicação social só dá palco aos esquerdistas.


Mas a minha questão é a China.

A China é um problema porque quem lá manda tem ideias expansionistas semelhantes ao que se viveu em 1930 com a Alemanha e o Japão e que levaram à Segunda Guerra Mundial.

Mas, felizmente, a china está com problemas.

Desde 2014, a dívida pública chinesa está a crescer de forma descontrolada. Como não poderia deixar de ser, o governo chinês é comunista, keyneseano, pelo que pensa que vai fazer a economia crescer se se lançar em investimentos públicos "nem que seja abrir buracos para, logo a seguir, os fechar".

Fig. 4 - Dívida pública chinesa em percentagem do PIB (dados, FMI).


O défice público chinês está muito elevado, na ordem dos 10% do PIB (calculado pela diferença entre o crescimento e o aumento do endividamento):

Fig. 5 - Défice público chinês (cálculos meus a partir de dados do BM e do FMI)

Se pegarmos nos dados da economia chinesa, a década 2010-2020 indicavam que a China iria ultrapassar os USA em 2030 mas os dados da década 2020 já mostram coisas diferentes, talvez lá para 2050 e se o mercado da dívida chinesa não rebentar.
Parece-me muito o tempo final do socratismo, muita dívida pública, muitas obras em escolas e outras merdas, muito anúncio de investimentos milagrosos e terminou tudo na bancarrota de 2011.

O perigo está nos governantes chineses, para manter o poder, darem um passo no sentido errado da Historia semelhante ao que fez o Putin (e já tinham feitos na década de 1930 o Japão e a Alemanha), começarem a invadir tudo a torto e a direito a começar por Taiwan e seguindo-se a Rússia Asiática.
Os navios comerciais chineses também já começaram a cortar cabos oceânicos no Mar Báltico.

Quem sabe para onde vai cair o Mundo.

Fig. 6 - Evolução da economia chinesa relativamente à americana (dados, WB).


Finalmente, vou falar do Contra-Almirante Seringas.

Tinha dito que nunca votaria num homem do qual não conhecia a mais pequena ideia mas estive a ouvi-lo e gostei porque mostrou ser sério e corajoso. 


Vejamos o que o homem disse:

1) Os nossos direitos, incluindo o oceano que dizemos nosso, resultam da Lei Internacional. Se não temos poder para defender a lei vigente, rapidamente perderemos o que damos como adquirido.

É que a força da lei depende da lei da força.

2) Sem a NATO incluindo os USA, mesmo que gastemos todo o nosso PIB em defesa, não somos capazes de nos defender. 

3) Precisamos de gastar mais em defesa, 4% ou 5% do PIB, pois não vale a pena muita conversa se vamos passar a ser russos ou chineses.

E agora, mostrou coragem ao dizer a verdade que nenhum outro político quer dizer às pessoas.

4) Se precisamos gastar mais em defesa, temos de gastar menos em qualquer outra coisa não ficando de parte haver cortes no estado social.


Não é como dizem os esquerdistas.

Não precisamos de despesa em defesa, precisamos é de diálogo, entendimento entre os povos, mais festas do Avante, acampamentos onde todo o povo dorme em conchinha, defender o direito dos povos explorados, o fim dos plásticos e a selva amazónica.

Por falar em selva amazónica, alguém sabe que agora que está lá o Lula arde muito mais área do que ardeu no tempo do Bolsonaro?

Alguém diz alguma coisa?

Nada.


Provavelmente, vamos ter o Seringas como presidente.


As economias consideradas na análise são as seguintes:

Fig. 6 - PIB relativo em 2023 (dados WB)



segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A energia nuclear está mesmo morta? E o Marques Mendes e o Tozé Seguro?

 A Alemanha tomou a decisão política de desligar os seus reactores nucleares.

Em 2010, a Alemanha tinha 17 reactores nucleares em funcionamento totalmente seguros, em perfeito estado de funcionamento e com custos correntes de 0.015€/KWh. Como o wokismo estava a ganhar força e acreditando no preço barato do gás natural do "amigo" Putin, decidiram encerrar todos os reactores.

Não foi uma decisão técnica, de segurança e muito menos económica, foi apenas uma decisão política populista com o objectivo de captar votos dos wokistas desmiolados.

Os 17 reactores produziam 20 000 MW de potência eléctrica, 3 vezes a electricidade que Portugal consome,  potência que foi substituída pela importação de gás natural russo bastante mais caro e que apenas serviu para financiar a máquina de guerra expansionista do Putin.


Mas não defendi já eu que a energia nuclear está morta?

Sim, é verdade. Fazer um reactor nuclear a partir do zero não faz sentido económico por causa das inovações nos painéis solares e do risco de um governo populista como o alemão (ou o espanhol que disse que também vai encerrar os reactores nucleares). 

Um reactor nuclear implica uma grande investimento inicial que precisa ser amortizado ao longo de 60 anos. Como 60 anos é muito tempo, não sabendo o investidor o que vai acontecer em tão longo horizonte temporal, deixa de fazer sentido económico fazer reactores nucleares de novo.

Outra questão é a continuação em funcionamento dos reactores que estão em perfeito estado de funcionamento. Neste caso, apenas consomem um pouco de combustível e a manutenção do dia a dia o que torna a produção de electricidade muito barata.


Se damos tiros nos próprios pés, como nos podemos queixar de que não conseguimos caminhar?

Ao fechar as centrais nucleares e com o problema com o amigo Putin, a Alemanha tem de importar gás natural liquefeito que é muito caro. Depois, o custo da energia torna a economia, onde se inclui a industria automóvel, não competitiva à escala global.

Claro que vêm os esquerdistas de caviar, os que vivem em grandes casas, com grandes carros e que gastam enormidades de energia dizer "Mas o ambiente?"

O ambiente está mau com essa gente a condenar a maioria à pobreza.

Alegretes mas pobretes.


A economia não pode ter ideologia nem moral, apenas tem eficiência.

Não há economia de esquerda nem de direita, economia errada ou certa, a economia é apenas a forma de transformar os recursos naturais escassos em bens e serviços com maior valor.

No mundo em que estamos, ao criarmos mais valor, conseguiremos "comprar" segurança, isto é, canalizar mais recursos para a guerra que a Rússia hoje e o China daqui a uns anos estão a fazer ao nível de vida dos europeus.

Viu-se que, nos primeiros meses da invasão russa, a Alemanha actuou com "toda a prudência para não enervar o amigo Putin que nos pode cortar o gás".

Não fora o maluco inglês e em poucos dias a Ucrânia teria soçobrado.


A energia solar está muito barata mas tem um problema.

Só temos energia quando está sol!

Por um lado, como na maior parte do tempo não há sol, serve-nos de pouco tempo. Por outro lado, quando há sol, não há consumo, tendo de ser toda destruída (ver, figura abaixo)o que tem custos.

Por incrível que pareça,  no dia 12 de Janeiro de 2025, se não houvesse energia solar em Portugal, a energia consumida teria um preço mais baixo!!!!! Tudo o que foi produzido, foi para o lixo!!!!!!!

O que nos safa são as barragens reversíveis e de ciclo variável que conseguem fornecer 50% do consumo entre as 16h e as 22h, altura em que Espanha também não nos pode vender electricidade.

Fig. 1 - Produção e consumo de electricidade em Portugal no dia 12 de Janeiro de 2025 (fonte: REN)


Temos de ser inteligentes e adaptar o consumo à produção.

Chama-se a isso, "rede e electrodomésticos inteligentes".

Os nossos electrodomésticos têm de ser capazes de acumular energia o que apenas pode ser feito com água quente (banhos e aquecimento do ambiente) e com água fria (frigoríficos e ar condicionado).

Quando, durante o dia, houver energia em demasia, a rede dá um sinal ao electrodoméstico para que ele comece a consumir

Um kwh são 860 kilo calorias e pode ser acumulado em 20 litros de água a 90 graus centígrados. Se precisarmos de um gasto médio em aquecimento de 1 kw, precisamos de um acumulador com 500 litros. 

O frio pode ser acumulado em líquido anticongelante. 

Uma tecnologia simples e barata e que funciona para absorver o excesso de produção da energia solar.
Só depois é que devem entrar as baterias e as barragens hidráulicas reversíveis.

Mas quero falar dos micro-reactores nucleares.

Agora fala-se muito da Gronelândia porque o Trump quer aquilo para a América mas o problema coloca-se em todos os países do norte gelado que têm aldeias espalhadas.

É que durante o inverso é um frio de rachar e não há luz solar. Além disso, o que em Portugal se chama morrinha (um nevoeiro denso que molha tolos), nos países mais frios congela em volta dos fios das linhas de alta tensão e deita-os abaixo.

Uma aldeia no Alasca com 2000 habitantes precisa de 1000 litros de gasóleo por hora, 6 milhões de litros para aguentar os 8 meses de inverno.

Existe então a ideia de construir micro-reactores nucleares, semelhantes em dimensão aos usados nos navios e submarinos militares, para fornecer calor e electricidade a essas aldeias remotas.


Um reactor estreito e comprido.

O reactor tem apenas 75 cm de diâmetros e serve apenas para produzir vapor de água a uma temperatura elevada. Entra água "fria", passa por um permutador de calor que recebe a energia do reactor, e sai égua quente a 275C.

O reactor está totalmente fechado dentro de um tubo com cerca de 75cm de diâmetro e 5 metros de comprimento, sendo o total com controlo e permutador de calor na ordem dos 12m.

Depois, o vapor tanto pode ser usado para a geração de electricidade, para aquecimento ou uma mistura de ambos.

A ideia é ter uma potência térmica entre 10 MW e 40 MW, suficiente para abastecer uma comunidade com 2000 habitantes (incluindo as actividades económicas).

Fig. 2 - O micro-reactor nuclear é um tubo com 75 cm de diâmetros

O reactor vai estar a 1600 metros de profundidade.

O reactor é um tubo para poder ser descido por um poço com 1600 metros de profundidade usando um cabo e fica lá uns 10 anos, sem intervenção humana. O cabo também pode ser usado para, na eventualidade de ser preciso alguma manutenção,  trazer o reactor à superfície.

Quando acabar a vida útil ou se houver algum problema, enche-se o poço de betão e o problema está resolvido para todo o sempre.


Mas isto não vai acontecer.

Há muita informação à volta dos micro-reactores nucleares para o abastecimento de data-centres e de modelos de AI mas não penso que alguma vezes esta ideia vá passar a uma solução de engenharia que seja economicamente viável.

São ideias que estão continuamente a surgir e que, algumas, contra toda a probabilidade, se tornam sucessos.

Um exemplo é o "carro de pilhas" que o Musk criou. Nunca achei que fosse viável e, no entanto, há por ai uma imensidão de "carros a pilhas".

E alguém acreditou que o Musk conseguia fazer os foguetões que a NASA não era capaz de fazer?

Eu também nunca acreditei, pensei sempre que era uma maluqueira de um homem louco.


O Musk é um génio.

Fui ver o que é "génio" e é uma palavra de origem grega que traduz a ideia de "origem", hidrogénio dá origem à água.

Mas, talvez todas pessoas que originam coisas nunca antes vistas, tem de um pensamento diferente da maioria e, por isso, é um louco.

Propõe-se sempre fazer o impossível.

Mas de impossibilidade em impossibilidade, lá vai criando mundos novos.

Claro que nunca vai chegar a Marte mas é um objectivo budista (pensa o impossível que assim não ficarás frustrado se não o conseguires).


O Marques Mendes e o Seguro atingiram a genialidade.

Alguém no seu juízo perfeito acredita que o Marques Mendes ou o To-zé Seguro alguma vez vão chegar a presidente da república?

Só eles e depois de fumar daquelas coisas que fazem rir e fumar muito.

Mas o al-Assad também não ia cair, acreditei-me eu no Marchal Agostinho, e não durou uma semana.

Quem sabe se Cristo não volta à Terra, o Mundo acaba e, depois, o Marques Mendes é o presidente da república de Portugal-pós-apocalíptico-twilight-zone-spin-mais e o Tozé é presidente da república de Portugal-pós-apocalíptico-twilight-zone-spin-menos?

Fig.3 - Estes não serão o Tozé Seguro e o Marques Mendes? Pááááááááá, who knows? 



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Trump, Canadá, Gronelândia, Panamá, Golfo do México e os Açores

Costa admitiu em Macau que a China pode vir a usar base das Lajes.

Talvez ninguém se queira lembrar disto mas, em Outubro de 2016, o primeiro ministro de Portugal António Costa ofereceu à China uma base aérea e naval nos Açores, verifiquem pois é verdade.

Não foi um qualquer, foi o primeiro ministro de Portugal.

Portugal tem o guarda-chuva da NATO para se defender contra as ameaças principalmente da Rússia e da China e, depois, ameaça os demais parceiros que vai oferecer o seu território ao nosso maior inimigo.

Este é um exemplo claro da infantilização dos países ocidentais relativamente à sua defesa. Cada um diz que não gasta dinheiro na sua defesa porque não precisa, os USA que gastem. Se, por acaso, os USA levantarem a cabeça, ameaçamos que nos vamos aliar aos nossos inimigos como faz o Orbán. 

Parece que o Costa queria transformar Portugal na "cuba europeia" a mando da China.

Claro que se isso tivesse acontecido, o Trump teria invado os Açores e com toda a razão.


O Panamá quer ser monopolista no Canal do Panamá.

Foram os USA que construíram o Canal do Panamá e, para isso, roubaram o território à Colômbia. 

O actual país Panamá fazia parte da Colômbia até que, em 3 de Novembro de 1903, os USA roubaram à força este território à Colômbia para poderem fazer o canal que começou logo em 4 de Maio de 1904 e ficou pronto em 15 de Agosto de 1914.

Aquele território foi roubado pelos USA à Colômbia, não foi ao Panamá, e o canal foi feito pelos USA e não pelo Panamá pelo que o Panamá não tem direito histórico ao canal.

A passagem dos barcos gasta água.

O canal foi alargado em 2016 mas não tem água suficiente para funcionar na sua máxima capacidade.

Na sua travessia, os navios têm de subir da cota zero até à cota 26 metros do Lago Gatun e, depois, descer novamente à cota zero o que gasta muita água (cada navio gasta 200 mil m3 de água).

O Lago Gatun é artificial e foi criado pelos USA!!!!!!!!

Haver pouca água também faz com que o nível do lago diminua o que prejudica os navios maiores.

É então urgente fazer obras hidráulicas, desviando águas do Rio Índio para aumentar a influxo no lago Gatun e, assim, ser possível explorar a capacidade total do canal (permite aumentar a capacidade de 14 mil navios/ano para 20 mil navios/ano).


O Panamá não quer fazer nada, só quer aumentar as tarifas.

Com a ajuda dos chineses, não pretende fazer as obras hidráulicas, preferindo aumentar as tarifas até ao nível de monopólio.

Para os USA irem da Costa Leste para a Costa Este têm de passar pelo Canal do Panamá e pretendendo o Panamá associar-se aos chineses e passar a cobrar taxas exorbitantes pela passagem dos navios americanos. Como não existe alternativa, esta nova política vai asfixiar os USA.

Se em 1903 os USA roubaram o terreno à Colômbia para criar o Canal, acho natural que o Trump faça voltar à posse dos USA esta pequena faixa de território, 60 km de comprimento por 10 km de largura.

Digamos que fica com o estatuto da base militar americana de Guantânamo que, apesar de estar em território cubano, quem lá manda são os americanos.

 

O Canadá não quer gastar dinheiro em defesa.

O Canadá tem uma imensidão de território que faz fronteira no Árctico, ao longo de milhares de quilómetros, com a Rússia. Mas não quer gastar dinheiro, os americanos que gastem.

Gasta pouco, 27 mil milhões de dólares, e ainda pretende reduzir a despesa em defesa.

O Canadá não consegue defender o Árctico só por si e nem é isso que o Trump exige, é que o Canadá gaste, em termos de percentagem do PIB, o mesmo que gastam os USA.

Se os USA gasta 980 mil milhões de dólares, o Canadá tem de gastar 75 mil milhões de dólares, triplicar o actual orçamento da defesa.

O que defende o Trump é que "Se o Canadá não é capaz de se defender, mais vale tornar-se parte dos USA". É que se os USA não defenderem o Canadá, a Rússia e a China ocupam o norte despovoado.


A defesa da Gronelândia custa muito dinheiro aos USA.

A Gronelândia é muito grande, tem quase tanta área como França, Espanha, Alemanha, Itália, Roménia, Grécia e Portugal juntos mas tem uma população de 57 mil pessoas, metade da população de Santa Maria da Feira.

E a Gronelândia também faz fronteira no Árctico, ao longo de milhares de quilómetros, com a Rússia não tendo a Dinamarca a mais pequena capacidade para defender a fronteira no Árctico da Gronelândia. O barcos russos e chineses fazem daquelas águas como se fossem suas.

Se os USA gastam milhões a defender a Gronelândia, mais vale que passe a pertencer aos USA.

Além disso, a colonização da Gronelândia pela Dinamarca só começou em 1721 pelo norueguês Poul Hansen Egede juntamente com outras 40 pessoas. Nessa altura já fazia pelo menos 300 anos que nenhum wiking vivia na Gronelândia. 

Em 1728, o missionário Hans Poulsen Egede estabelece uma pequena povoação com o fim de apoiar a pesca. 

Em 1900, a Gronelândia tinha 12500 habitantes e a capital Nuuk uns míseros 270 habitantes, esquimós inuitas na sua quase totalidade.

A ocupação europeia da Gronelândia foi sempre muito pequena e, durante a WWII, esteve mesmo sob administração dos USA que a entregaram em 1945 à Dinamarca quando poderiam ter ficado com ela.

Actualmente, 90% da população são esquimós inuitasque nem falam dinamarquês, maior percentagem do que há de portugueses em Portugal. 


Entre 1960 e 1980, a Dinamarca tentou o genocídio da população nativa.

Foi secretamente implantado um DIU nas mulheres nativas para que não tivessem filhos e, assim, a longo prazo, a população nativa desaparecesse, podem verificar.


O problema da Europa Ocidental é o mesmo.

Pensamos que não queremos gastar dinheiro porque, se formos ocupados pela Rússia ou pela China, a segurança dos USA fica em risco.

Portugal tem 1% do PIB de despesa em defesa e fala em eventualmente aumentar para 2% em 2030. O problema é que esse aumento tem de ser feito já em 2025 e não pode ser para 2%, tem de ser para 3,4%.

Mas será que quem está a governar os países europeus não vê que sermos ocupados pelos russos ou chineses é muito pior para nós do que para os americanos?

Somos mesmo crianças desmioladas.

 

Mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América.

É apenas um problema de geografia.

Em termos geográficos, o Golfo do México banha 3 países, os USA com 2400 km de costa, o México com 2000 km de costa e Cuba com 350 km. Apesar de, em termos de área, a maior parte serem ZEE do México, juntando os USA com Cuba, fica ela por ela.  Desta forma, é um pouco abusivo chamar-se apenas México

Não é Golfo dos USA, é Golfo da América para fazer justiça geográfica aos USA e a Cuba.

Sendo assim, não me repugna a mudança do nome de Golfo do México para Golfo da América mas proponho que se passe a chamar Mar da América pois até é mais fechado do que o Mar das Caraíbas.


Sugestões de leitura

Como fica bem sugerir a leitura de um texto, proponho um pequeno texto que apresenta a principal razão que leva o comunismo, mesmo que se fosse bem implementado, isto é, governado por um tirano bom, a falhar. A razão é a falta de informação do politburo relativamente aos gostos e capacidades das pessoas. 

Capitalismo, Comunismo e Felicidade Humana, em português

Capitalism, Comunism, and Human Happiness, em inglês


sábado, 4 de janeiro de 2025

Simplificação do uso do território para construção de habitação

O Montenegro simplificou o uso do solo para construir habitação.

O problema da falta de habitação é maior sobre as pessoas de rendimentos baixos e, na minha análise, tal deve-se às limitações de construção nas áreas florestais e que são de baixa densidade populacional. Se alguém não tem dinheiro para comprar uma casa no centro de uma cidade e se nos territórios vizinhos é proibido construir em tudo o que está desocupado, mais não resta aos pobres do que viver na rua. 

Escrevi vários postes a pedir para que isto fosse feito mas sempre pensei que estava a pregar no meio do deserto. Se o António Costa nada fez em 8 anos, pensei eu que o Montenegro, com um resultado eleitoral fraquinho, nada iria fazer. 

Mas enganei-me, saiu mesmo o D.L. 117/2024 que respondeu aos meus pedidos! 


Porque a simplificação é, em termos económicos, importante.

Já todos ouvimos a opinião de sábios catedráticos quanto às razões para que a nossa economia e, consequentemente, o nosso nível de vida, sejam fracos. Digo opiniões porque não se baseiam no que a ciência económica indica ser a verdadeira razão e que razão é os recursos naturais escassos não estarem afectos às actividades que criam mais riqueza.

Há uns países que "nasceram" com menos recursos naturais e outros que "nasceram" com mais recursos naturais mas, se todos afectarem de forma eficiente o que têm, em todos pode haver um bom nível de vida.

E o que promove a afectação eficiente é a liberdade.

No caso concreto, destrói o bem-estar dos portugueses haver terrenos afectos a actividades agrícolas e florestais quando geram mais riqueza se estivessem afectos a habitação.


O problema está nos governos.

Quem manda, desde o presidente da república até ao cantoneiro, quer ter poder.

E o poder passa pela proibição discricionária.

Sob o argumento verdadeiro de que "tudo o que comemos sai da terra", há pessoas que pensam que esta verdade se tem de aplicar localmente, isto é, cada local tem de ser capaz de produzir todos os bens alimentares necessários aos seus habitantes. Há mesmo quem defenda que, aproximando o local de produção do local de consumo, se reduz a emissão de gases de estufa.

Mas esses argumentos são falsos porque não poderíamos viver se não fosse o que importamos, em particular, a soja que vem das Américas.


Uma vez criada uma proibição, é muito difícil que esta seja levantada.

Vamos supor que estamos na década de 1920, altura de fome e em que a produção de alimentos nas Américas era fraca e a movimentação marítima difícil. Nesse tempo fazia todo o sentido favorecer a agricultura em desfavor das outras actividades humanas mas, decorridos 100 anos, já nada disso faz sentido mas o condicionamento perdura.

O problema é que há sempre muitas pessoas que são contra a mudança, estão sempre convencidos pelos argumentos passados. Se quem tem poder quer manter as proibições, estas opiniões do passado servem para que nada seja feito.

Foi assim que viveu o António Costa e que o Passos Coelho se queimou. O Portas é que tinha razão, "Vamo-nos embora e o PS que se resolva o problema que criou".


Onde se passa a poder construir.

O D.L. 117/2024 dá apenas alguns passos no sentido da liberalização mas são passos muito importantes pois apenas deixam de fora os solos de classe A e de classe B. Assim, passa a poder-se construir em solos com pouca aptidão agrícola, de classe C, D e E, e que são a maior-parte do território nacional:

        Classe C = Solos com capacidade para agricultura pouco intensiva.

        Classe D = Solos com capacidade para exploração florestal.

        Classe E = Solos sem capacidade para vegetação natural.


E quais são as limitações?

Além das limitações de não se poderem usar solos das classes A e B (reserva agrícola), reserva ecológica, zona de cheia e mais umas coisas óbvias, são impostas limitações ao tipo e qualidade da construção.

Habitação = 70% da área total de construção acima da cota tem de ser para habitação. 

Barato = A habitação tem de ser de valor moderado.


Há um problema na definição do "valor moderado"

Sobre os 30% da construção sem limitações (pode ser habitação de luxo, comércio ou indústria) ou a habitação que é para venda não há problemas. No entanto, sobre os 70% limitados há um problema na definição do que é o valor moderado já que o legislador confunde "valor" com "preço de venda".

Esta confusão vai criar problemas nos casos em que habitação é para uso próprio ou para arrendamento.

Se o legislador quer que a habitação tenha um "valor razoável", também terá de definir uma grandeza que não o preço de venda, por exemplo:


Quando a habitação de valor moderado não se destina a venda, tem as seguintes limitações: 

= Se destinada a arrendamento, a mensalidade não pode ser superior a:

        Mensalidade <= 4% do valor moderado máximo / 12 meses

= Se destinada a habitação própria, tem de ser de construção modesta e não pode exceder 200 m2 de área bruta.


Eu criava a classe de habitação de "baixo valor".

Como quem ganha salário mínimo não pode ter uma casa de 100 mil €, é preciso permitir a construção de imóveis baratos.

1 = Está isenta de licenciamento a construção de habitação de "baixo valor".

2 = Considera-se de "baixo valor" as construções em madeira ou em tijolo simples, sem placa de betão, com cércea máxima de 6.5 m e sem grande impacto visual.

3 = A construção sem licenciamento não pode ocupar mais de 20% da área do lote de terreno adstrito.

4 = A construção sem licenciamento apenas pode ser usada como habitação para o proprietário ou para o arrendatário.

4 = Apresentada no Registo Predial a planta de implantação do imóvel com as estremas do terreno adstrito, é inscrito um destacamento que mantém a classificação do imóvel original (rústico ou urbano) .

5 = Mediante documento particular que fica depositado, o imóvel pode ser registado em nome de pessoa diferente do proprietário original, sem necessidade de haver escritura pública, estando isento de IMT, IS e Mais-valias. 

6 = Não existe limite temporal ao pedido de novo destacamento para a construção de habitação de "baixo valor".

É preciso facilitar a construção de casas de "baixo valor", como as que se faziam quando eu era criança.


Falar um bocadinho de comboios e de trotinetes elétricas.

Parece que não tem nada a ver com a habitação mas, como as pessoas não podem viver todas no mesmo sítio, a habitação tem de ser complementada com transportes. 

Há diversos estudos que apontam que as trotinetes eléctricas favorecem principalmente as pessoas mais pobres por quatro razões:

= As pessoas pobres trabalham longe de casa.

= As pessoas pobres vivem em zonas desfavorecidas, não servidas por transportes públicos.

= As pessoas pobres trabalham em zonas industriais, não servidas por transportes públicos.

= As pessoas pobres não têm recursos para um meio de transporte individual tradicional (carro ou táxi).

A trotinete eléctrica, ao permitir a ligação entre o ltransporte público e o local de habitação  ou de trabalho vem resolver uma parte importante dos problemas de mobilidade dos pobres.

Um pobre, que vive a 40 km do emprego, caminha 30 minutos para apanhar o transporte público (2.5km), 30 minutos de comboio e caminha mais 30 minutos para o emprego(2.5km), perde 3 hora por dia em viagens. Com uma trotinete com uma velocidade média de 20km/h, passa a perder apenas 1 hora e 15 minutos por dia.


O Governo dá 18 milhões € por ano à CP para o passe de 20€.

Em alternativa, o governo dava em cada ano uma boa trotinete eléctrica a 60000 pobres.

No departamento de apoio social das escolas, universidade e juntas de freguesia, a pessoa ia lá, demonstrava a sua falta de recursos e levantava uma trotinete eléctrica.


Desejo que o ano 2025 seja positivo

Todos sabemos que não é possível que o próximo ano seja positivo para todas as pessoas.

Haverá pessoas saudáveis que vão ficar doentes e mesmo pessoas que, de forma inesperada, vão morrer mas o meu desejo é que, na medida do possível, possamos todos ter um 2025 positivo.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Os sábios catedráticos de economia não gostam que haja opiniões diferentes

O Governador do Banco de Portugal disse umas coisas.

Alegadamente, em Portugal existe liberdade de expressão. Digo que é alegadamente porque, quando alguém diz algo que não agrada, logo lhe caiem os cães em cima.

As pessoas diminutas (e que se intitulam como sábios) pensam que a liberdade de expressão é os outros poderem dizer o que elas querem ouvir mas estão enganadas. A liberdade de expressão é podermos dizer o que entendemos mas com a obrigação de ouvir o que os outros lhes apetece dizer mesmo que contrário ao que pensamos.

Se houvesse liberdade de expressão, o governador do Banco de Portugal teria a liberdade de dizer o que lhe vai no pensamento mesmo que contrário ao que pensam outras pessoas nomeadamente o sábio catedrático em economia, passo a singular porque neste momento só sobra um.


Vamos ver o que disse o Governador do Banco de Portugal.

Posso resumir tudo ao adágio popular "Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém".

Portugal não tem no orçamento de estado para 2025 qualquer verba de ajuda à Ucrânia, zero euros. Como não faz qualquer sentido serem os USA a financiar a Ucrânia, vai ser preciso Portugal meter alguns milhares de milhões de euros de parte para substituir o financiamento americano.

Claro que estou a ouvir o Montenegro afirmar que "é preciso manter o direito internacional e a integridade do território ucraniano" mas omite que a Rússia não vai aceitar isso só por bonitas palavras, que vai ser preciso muito dinheiro para forçar o Putin a respeitar a Europa. A palavra é mesmo "forçar".

Em particular, o governador disse que descer o IRC (e o IRS dos mais jovens) é um erro porque é preciso compensar a diminuição da receita fiscal com outros impostos.


Ai veio o sábio catedrático dar-se às dores.

Afirma o sábio que não é preciso compensar a descida das taxas de impostos porque a receita em impostos vai aumentar. Fundamenta esta atordoada com "é bem provável que estejamos na parte descendente da curva de Laffer no IRC".

Então um sábio não fazia um estudo, recolhia uns números, fazia umas contas para fundamentar a sua afirmação bombástica de que descer impostos aumenta impostos? 

Não, usa um achismo.

 

E depois vem com uns números totalmente errados.

Reparem bem, o crescimento do PIB é uma velocidade e, portanto, medido em percentagem por ano. Diz o governador, e estudou o assunto, que diminuir o IRC em 1 PONTO PERCENTUAL, aumenta a taxa de crescimento em 0.1%/ano.

Quer isto dizer que, se hoje a taxa de crescimento é de 2.0%/ano, passa a ser 2.1%/ano daqui para a frente. Daqui a 10 anos, a economia estará 1,0% acima do que estaria sem redução do IRC.

Não é que o crescimento está maior em 1.0%/ano (passar de 2%/ano para 3%/ano), é o PIB que está maior em 1.0%.


Por comparação, vejamos um carro.

Um carro estar a 100km de Lisboa é totalmente diferente de andar a 100km/h.

Já imaginaram serem mandados parar por um polícia e ouvirem "Vou multá-lo por excesso de velocidade porque está a 100km de Lisboa e nesta estrada só se pode circular a 50km/h"?

De igual forma, aumentar a distância em 1 km é muito diferente de aumentar a velocidade em 1 km/h.


O sábio transcreve então um estudo da  da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) 

"O Impacto do IRC na Economia Portuguesa"

"(...) uma redução de 7,5 p.p. da taxa [do IRC induz] um aumento do PIB em cerca de 1,44% no curto prazo (dois anos após a reforma), e 1,4% no longo prazo (após dez anos)". 

Primeiro, olhemos para as unidades. O aumento é de 1.4% ao longo de 10 anos (e não +1.4%/ano no crescimento) o que quer dizer que a taxa de crescimento do PIB aumentaria 0.14%/ano, passaria de 2,0%/ano para 2,14%/ano.

Segundo, olhemos para a magnitude, "redução de 7.5 pontos percentuais [no IRC]" quando a redução na taxa de IRC prevista no OE2025 é de 1.0 ponto percentual.

Pelo próprio estudo apresentado pelo Sábio catedrático em economia, a redução em 1 ponto percentual no IRC vai causar um aumento no crescimento no PIB, ao longo de 10 anos, de +0.02%/ano.

        Aumento na taxa de crescimento do PIB = 0.14/7.5 = +0.02%/ano

Reparemos que o resultado do estudo apresentado pelo sábio catedrático em economia é muito menor que o valor apresentado pelo governador do Banco de Portugal.

O governador diz que o impacto é de +0,1%/ano enquanto que o estudo diz +0.02%/ano.


O compadre Venâncio diz:

- Se o compadre der mais comida ao seu burro ele vai andar 3km/h mais rápido.

E o compadre Inácio responde "O compadre Venâncio não sabe o que diz, vai aumentar muito mais, tenho um estudo que garante que vai aumentar 1km/h."

Pergunta o compadre Venâncio "Mas 1km/h não é menos que 3km/h?"

E o compadre Inácio responde "Eu é que sou o sábio catedrático, o compadre Venâncio não sabe nada."


Acham que mais alguma vez vou voltar a trabalhar na UP? É que por lá só vingam os lambe cascos.


terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Porque o Guterres, a Irlanda, a Espanha, a Noruega, a África do Sul, o Brasil, ... fecharam os olhos aos crimes do al-Assad?

Acho muito bem que defendamos as vítimas de violência mas todas.

Vamos supor que, num exame, nos colocavam a seguinte questão:

Seleccione os governos dos 2 países que nos últimos 100 anos mataram mais islâmicos.

     A) Israel      B) Irão     C) Síria    D) Rússia   E) Rússia

A resposta correta é Irão (na guerra contra o Iraque) e a Síria (nos massacres do al-Assad).

Israel está a uma distância muito grande e ainda muito abaixo da Rússia (na Chéchénia) ou do Iraque.


Porque razão a Irlanda, a Espanha, a Noruega, a África do Sul, o Brasil não reconhecem o direito à autodeterminação dos Curdos?

Curdos há só no Curdistão e árabes há em muitos países. 

Aos longos dos séculos, os Curdos têm sido vítimas de massacres pelos árabes, turcos e persas.

É neste momento, o maior povo nas vizinhanças da Europa que não tem país.

Não seria de a Irlanda, Espanha, Noruega, África do Sul, Brasil aceitarem uma embaixada do Curdistão?

Asia Ramazan Antar morreu aos 19 anos a combater pelo estado curdo e o Guterres nada disse


sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Com a ajuda de Israel, a Síria vai ser uma democracia próspera

É um pouco provocador começar por afirmar que Israel está a ajudar a Síria.

Como todos sabem, nos últimos meses, Israel tem bombardeado a Síria, destruindo equipamento militar que custou muitos milhões de euros. Em particular, nos dias a seguir à queda do al-Assad, Israel tem bombardeado dia e noite os equipamentos militares.

Afundou barcos, destruiu radares e aviões militares, aniquilou tanques, veículos de transporte militar e laboratórios, rebentou com paióis militares e quartéis. 

E também invadiu um bocado de território sírio, encostado aos Montes Golan.


O interessante é que o novo poder sírio nada disse.

Na última semana tenho estado a ouvir o canal Alzira (a palavra árabe al-jazeera quer dizer península e foi aportuguesada para Alzira) e aparece muita gente preocupada com os ataques de Israel na Síria. Até a ONU já se meteu ao barulho. 

Mas quem interessa, apesar dos pais serem originários dos Montes Golan que actualmente fazem parte de  Israel, o emir Ahmed al-Sharaa (tirou al-Julani do nome que quer dizer "dos Montes Golan") não fez uma única referência a Israel, aos palestinianos nem a Gaza.

A única coisa que disse foi exactamente o contrário, que os inimigos são as milícias do Irão e do Hezbollah que, por mero acaso, são os inimigos de estimação de Israel (ver o vídeo).

O emir Ahmed al-Sharaa afirmou que não haverá mais guerras patrocinadas pela Síria

Mas porque os bombardeamentos ajudam o poder em Damasco?

Estou a pensar no que aconteceu na Líbia.

Quando um governo tirânico cai, é mais pela resistência do povo do que pela acção militar de um grupo particular que apenas funciona como espoleta. Como os soldados fazem parte do povo, a sua vontade é voltar a casa pelo que, quando a repulsa popular é elevada, à menor  dúvida quanto à capacidade de o tirano os castigar, fogem dos quartéis, deixando tudo para trás.

Mas com os quartéis vazios de militares e cheios de armas, decorridos alguns dias aparecem grupos que se apropriam das armas e desviam o curso da revolução.

Foi isso que aconteceu na Líbia e que quase aconteceu em Portugal. Sim, já ninguém fala do desaparecimento, em 1975, das metralhadores que foi patrocinado pelo Partido Comunista Português numa tentativa de tomar o poder pela força. Além se lembra da frase do Cunhal "[As metralhadoras] estão em boas mãos"? 


O emir Ahmed al-Sharaa parece-me boa pessoa.

Não vemos pessoas armadas a bater nas mulheres como vemos no Irão, não vemos discursos inflamados contra os "inimigos do Islão", vemos o povo na rua a pedir "A paz, o pão, habitação, saúde, educação" que os portugueses pediram em 1974 pela boca do Sérgio Godinho.


O Al-Assad morreu.

É por demais evidente que o al-Assad não está na Rússia. Se lá estivesse, qual a razão para ainda não ter aparecido?

O que eu penso que aconteceu.

O Al-Assad e generais próximos andaram na escola do Marchal Agostinho pelo que tinham a certeza que nunca os rebeldes conseguiriam tomar Damasco. Se Israel, ao fim de mais de um ano de bombardeamentos, se vê aflito para avançar em Gaza, como poderiam umas dúzias de furgonetas toyota fazer cair o maior exército do médio oriente, com mísseis, aviões de combate, carros blindados e até ogivas químicas?

O poder caiu nas primeiras horas da madrugada do dia 8 de Dezembro e o último avião partiu de Damasco, um Ilyushin Il-76, às 4:55 locais.

O al-Assad só se convenceu à última da hora que Damasco caiu pelo que se meteu à pressa, som os generais que andavam por ali e os familiares, num avião que partiu rumo a Moscovo.

O problema é que os americanos (ou os israelitas, nesta parte, não sei mas desconfio mais dos americanos) sabiam que o avião que rumava a norte levava a elite do governo e  decidiram abatê-lo.

O avião desapareceu dos radares à 5:32 locais, nos arredores de Homs.


E onde estão os destroços?

Destroços é o que não falta na Síria.

Daqui a uns anos, no meio do deserto, alguém vai descobrir os destroços do avião que levava o al-Assad.

Tenho pena da bonita mulher do al-Assad que pereceu toda queimadinha.

v



segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O al-Assad caiu porque destruiu a Síria ao tentar destruir Israel

Como os Israelitas são humanos, têm defeitos.

Os antigos começaram por escrever que tínhamos sido criados à imagem e semelhança de Deus para logo dizerem que ganhamos defeitos porque desobedecemos a Deus.

Isto não faz sentido nenhum porque, se fomos mesmo criados à imagem e semelhança de Deus e se Deus não obedece a ninguém, não tínhamos de obedecer a quem que fosse, nem mesmo ao Criador.

Os humanos são criados já com defeitos,  a criancinha quando nasce vem com todos que existem nos animais selvagens, o ódio, a vingança, o desprezo pelo outro, a ganancia, tudo o que é mau e, cabe aos adultos encaminhar a criança para a civilização.

Devemos ouvir os mais jovens mas sempre com a consciência de que ainda não estão totalmente civilizados, são terroristas em pele de pacifistas.


E isto para falar dos israelitas.

Imagine que os meus avós eram do Algarve mas foram viver para Lisboa há 500 ou 1000 anos porque chegaram pessoas da Beira-Alta. 

Trabalhei muito e tenho muito dinheiro enquanto que a vida dos que estão pobrezinhos.

Um  dia eu estou em Lisboa, dá-me na cabeça e arranco para o Algarve num carro do tamanho de um camião. Chegado ao Algarve, vou querer estacionar mesmo em frente ao mar. O problema é que já lá estão estacionados carros, tipo sucata, dos descendentes desses da Beira-Alta. 

O meu argumento é "Os avós destes são da Beira-Alta enquanto que os meus são daqui. Logo, eu tenho direito a este lugar". 

Reboco o carro deles, mete-o noutro sítio e estaciono lá o meu carro.

Mas isto vai dar uma guerra.


Como se pode resolve o problema?

Há duas maneiras de resolver o problema, à porrada ou a bem.

Se for à porrada, o fulano parte os vidros do meu carro, eu pego fogo ao carro dele, ele vem contra mim  com um pau, eu vou com dois, ele chama vizinhos, eu contrato seguranças de Lisboa, numa guerra em que nenhum ganha, é só destruição.

Se for a bem, eu compro-lhe o lugar de estacionamento, só temos de negociar o preço.


Os israelitas acham que aquele território lhes pertence.

É deles porque há 2000 anos era dos avós deles e, depois foram expulsos e agora querem aquilo tudo de volta.

Os que lá estavam argumentam que não têm culpa nenhuma do que fizeram os avós há 2000 anos e é muito tempo, esse direito já caducou.

E nenhum quer resolver a coisa a bem, é porrada, bombardeamentos, massacres, ora têm uns razão, ora têm os outros mas quem sofre é quem apanha com a bomba em cima da cabeça.


Nessa guerra, quem tem perdido mais é a Síria e o Irão.

Se olharmos para o nível de desenvolvimento (medido pelo PIB per capita) da Síria, Irão e Israel, em 1960 o Irão estava com 33% e a Síria com 6% do nível israelita.

Já nessa altura, já lá vão 64 anos, eram países muito mais pobres do que Israel que ainda era um país em formação (ainda só tinha 12 anos de existência). Acontece que, ao longo dos anos, mesmo tendo petróleo com fartura, afundaram as suas economias. Hoje o Irão está com 13% e a Síria está abaixo de 2% do nível de desenvolvimento de Israel.

Pior ainda é que não são directamente prejudicados já que não fazem parte do território reclamado por Israel.


O que deveriam fazer? Negociar uma compensação.

Em 1945 a Alemanha era muito maior, a Prússia Oriental era um ex-clave onde habitavam alemães há milhares de anos e esse território foi ocupado pela União Soviética e todo o alemão que lá vivia teve de ir para outro lugar ou sujeitar-se a morrer na Sibéria.

Alguém ouve os alemães a queixarem-se disso?

Não, aguentaram e seguiram a sua vida.

É como uma pessoa que tem cancro e que precisa de cortar uma perna, o importante é continuar vivo.

Lá deveria ser igual.

Em vez de gastarem dinheiro em armamento e sofrerem destruição, negociavam um preço, por exemplo, os Israelitas pagavam 10€/m2.

Poupavam o dinheiro das armas, não apanhavam com bombas na cabeça e, pegavam nesse dinheirinho, e seguiam com a vida noutro sítio.

Ficavam todos felizes.


Não foi isso que fez o ad-Assad?

A ver se ficou lá a apanhar com as bombas na cabeça. Pegou nas malas cheias de dinheiro e foi para Moscovo onde vai levar uma vida de luxo.

Fig.1 - O al-Assad não quis ter o mesmo destino dos que ele incentivou a ficar.


Fig. 2 - Evolução do PIB per capita do Irão e da Síria em relação a Israel (dados, WB)














Se Deus não obedece a ninguém, 


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