Quando Portugal Bancarrotou, a Troika obrigou-nos à austeridade.
O coitado do Passos Coelho fez o melhor que sabia para cumprir o Memorando de Entendimento ao mesmo tempo que apregoava aos sete ventos que não havia alternativa.
Nesse tempo, diziam os esquerdistas encabeçados pelo actual primeiro ministro António Costa, "Existe sempre alternativa".
Decorridos apenas meia dúzia de anos, voltamos ao discurso do "Não há alternativa" com a diferença de, agora, a oposição ser o PSD e estar conformada com os ditames ditatoriais do Costa (a multa já vai em 1000€ e, daqui a nada, não usar máscara dá uma pena de trabalhos forçados no Tarrafal).
Quem está no poder tem sempre tendência a pensar que a sua proposta é a única possível. Aconteceu no passado, está a acontecer agora e voltará a acontecer no futuro. É uma falta de ginástica intelectual.
Digamos que é a "política circular", quem sobe ao poder repete o que antes, na oposição, dizia ser inaceitável.
Primeira questão - Será que o confinamento dá resultado?
Estivemos confinados entre meados de Março e princípios de Junho (com abertura parcial em Maio). Nessa altura, dizia o Costa, que era obrigatório confinar porque o SNS não aguentava centenas de novos casos por dia. Acabou o confinamento e, rapidamente passamos a milhares de casos por dia e o SNS aguentou!!!!
Isto quer dizer que o confinamento imposto pelo estado de emergência de Março-Junho foi totalmente ineficaz.
Na altura, o milagre foi tão grande que até desmantelaram os hospitais de campanha e cancelaram as encomendas de ventiladores.
Lembram-se do recolher obrigatório no principio de Dezembro? Serviu para quê? Quais foram os resultados?
Zero, não deu qualquer resultado.
Segunda questão - Porque estará a aumentar o número de novos infectados?
Já sabemos que isso iria acontecer e ainda vai piorar desde 1859!!!! Sim, não me enganei no ano, sabemos isso desde 1859, quando Charles Darwin publicou o livro "A Origem das Espécies".
Não tem nada a ver com o Natal nem com o comportamento dos portugueses mas antes com a natural evolução do vírus. Isto porque, com o tempo, as estirpes que têm maior poder de contágio tornam-se "sobreviventes", aumentando assim a infecciosidade, a duração dos sintomas e diminui a mortalidade (para se propagar durante mais tempo).
Vejamos como funciona um ataque do vírus.
Uma célula tem muitas portas em que cada porta tem uma chave. Vamos supor 5 portas em que a chave é caracterizada por 4 números. Então, do ponto de vista do vírus, a célula são 20 digitos, por exemplo,
3542.5468.7932.5463.8925
Cada vírus tem um conjunto de números, por exemplo, 10 números. Se uma sequência de 4 números coincidir com a chave de uma porta, este consegue infectar, por exemplo, os vírus 2546843523 e 5765468349 conseguem entrar pela porta 2.
Os anticorpos que o nosso organismo produz, induzidos pela infecção ou pela vacinação, vão bloquear a chave do vírus, alterando pelo menos um dígito (por exemplo, o anticorpo soma 1 ao quarto dígito, passando os vírus para 2547843523 e 5766468349, respectivamente).
As mutações e recombinações.
Os vírus "cruzam-se" mudando os números em posições homólogas ou acontecem mutações. A maior das alterações acontecem fora da chave mas, por "azar" pode acontecer uma alteração que abra outra porta.
Por exemplo, o vírus 2546843523 passa a ser 2546892523. Agora, o vírus passa a ter duas chaves, a chave 5468 para a porta 2 e a chave 8925 para a porta 5. Se for mais fácil o vírus entrar pela porta 5, este vírus mudado vai-se começar a propagar mais rapidamente que os "irmãos" da variedade antiga.
Acontece ainda que o anti-corpo não consegue bloquear a infecção já que 2547892523 continua a ter a chave da porta 5. Desta forma, as pessoas vacinadas tornam-se novamente vulneráveis à infecção.
Vamos analisar o que se passa no Brasil.
Motivado por limitações financeiras e materiais, não houve confinamento imposto pelas autoridades pelo que, apesar de ter havido alguma alteração voluntária do comportamento individual, a infecção seguiu o seu normal percurso. Desta forma, as alterações que se observa derivam da "guerra", por um lado, de mais e mais pessoas terem adquirido imunidade natural por terem sido infectadas e, por outro lado, de eventuais alterações na "chave" do vírus.
O Brasil tem claramente duas ondas o que indica o aparecimento de uma nova chave em finais de Julho. A primeira tem a crista no dia 150 (finais de Julho) desde o início da pandemia e uma segunda crista está a acontecer agora (esperemos).
Estimando que, inicialmente, o R era de 1,6, isso traduz que, para se atingir o R igual a 0,9 de finais de Julho foi preciso ter cerca de 40% da população imunizada. Isto traduz que, em finais de Julho, já cerca de 90 milhões de brasileiros tinham sido infectadas (por cada teste positivo, houve 35 infectados que não foram detectados).
A partir de então, a nova variante, a Covid-19-B, começou a ganhar terreno na população levando ao aparecimento da segunda onda.
Evolução do R no Brasil (dados, wiki).A variante Covid-19-B tanto pode ser 50% mais contagiante como estar a reinfectar as pessoas.
Pergunta 3 - Será que o Covid-19-B é 50% mais contagiante ou está a reinfectar?
Olhando para os números, parece-me que no Brasil as pessoas (as tais 35 não detectadas) estão a ser re-infectar. Isto implica que as pessoas vacinadas não ficam imunes à nova variante variante brasileira!
E ainda existem as variantes da África do Sul, do Reino Unido e sabe-se lá quantas ainda vão aparecer.
Pergunta 4 - Durante quantos anos podemos estar em confinamentos?
Um dia alguém vai concluir que o confinamento não é a solução sendo que, então, será preciso adoptar a alternativa que, agora, dizem não existir.
Querem saber qual é a alternativa ao confinamento?
Isso vai ficar para o próximo poste :-) mas tem a ver com a linha de montagem de automóveis!
1 comentários:
Li porque acompanho os seus posts mas nas vacinas o Pedro está completamente enganado. Não sei porque insiste num absurdo.
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