Eu já disse muito mal do Rui Rio.
Mas, pensando bem, já disse mal de muita a gente. Numa análise de consciência profunda posso mesmo afirmar que, se (por engano) disse bem de quem quer que fosse, logo a seguir o injectei com o meu veneno linguístico.
Naturalmente, também disse mal do Rui Rio e do Marechal Seringas.
O problema é que os políticos são como os alimentos.
Há muitos alimentos diferentes que se separam por preço, sabor e impacto na saúde e não há nenhum alimento perfeito no sentido de que seja em simultâneo barato, saboroso e saudável.
Um político concreto também não é perfeito, nem o poderia ser porque cada pessoa tem uma opinião diferente sobre o que é o político perfeito. Sendo assim, cada um de nós tem de se contentar com o menos mau dos candidatos.
No caso das eleições presidenciais, temos candidatos muito fracos.
O Marques Mendes é uma nódoa, o Seguro é um zero, e nem vale a pena imaginar como serão os eventuais do PC e do BE.
Da IL só pode sair um gato assanhado daquele saco em constante revolta interna (já parece um partido marxista-trotskista-leninista-maoista).
O CHEGA não vai avançar com nenhum candidato.
Fica o Marechal Seringas que não é perfeito mas que é muito melhor do que os "principais" candidatos, que o Mendes e o Seguro juntos.
Será que o Rui Rio é mandatário para se vingar do Marques Mendes?
Eu sei por experiência própria que as pessoas são vingativas. Se alguém diz não lhes lambe as botas, logo sofre consequências nefastas. E sendo o Rui Rio uma pessoa média, naturalmente que tem pensamentos vingativos, a famosa frase portugueses "Quando te apanhar a jeito, vou-te foder."
Mas no concreto da situação, o argumento do Marques Mendes não bate certo.
Então o Rio quer-se vingar de o Marques Mendes não concordar com ele enquanto líder do PSD e agora o Rio não pode discordar do Marques Mendes enquanto candidato a Presidente?
Será que, quando Cristo voltar à Terra, as galinhas tiverem dentes, os porcos andarem de bicicleta e o Marques Mendes for Presidente, tudo em simultâneo às 8 horas da manhã do dia de São Nunca à tarde, vai-se vingar do Rio?
Fig. 1 - Hoje vais levar tau-tau, vou-me vingar.
E vamos pensar que é mesmo para se vingar.
Afinal, isso só mostra que o Marques Mendes está a ver no Rio uma capacidade extraordinário e que não existe: pensa que vai perder porque o Rui Rio é mandatário do Marechal Seringas!
O Marques Mendes é tão asno que ainda não percebeu que quem vai levar o Marechal à vitória é ele próprio Mendes. O homenzito é tão mau, tão mau, diria que é pior do que muito péssimo, que, num combate mano a mano, levará qualquer um à vitória.
Numa eleição em que, por um lado, estivesse o Marques Mendes e, do outro lado, o Tino de Rãns, eu iria votar diligentemente no Tino. Não falta experiência política ao Tino (já foi directamente eleito pelo povo para presidente de uma merda qualquer) e é sério, sempre viveu ajustando as despesas ao seu salário de calceteiro.
O Tino (o Marchal Seringas e o Rui Rio), vivem com o que a vida lhes deu, não é como essa corja que, sem qualquer competência extraordinária, escudados no estatuto de advogado (que em árabe se diz 'ibn muamed ali al-draban'), num curseco de 'pós-graduação' e nas empresas da mulher ou dos pais, vivem principescamente à base de coisas que não rendem nada aos outros não políticos com igual currículo.
O PS ainda não sabe o que lhe aconteceu.
É que no PS já acham totalmente natural vir um esquerdista dizer ao povinho que vive com enormes dificuldades em pagar o condomínio quanto mais a prestação da sua casa num subúrbio manhoso, que comprou casas no valor mais de um milhão de euros porque foi ajudado pelos pais.
O André Ventura vive em 30 m2.
Os esquerdistas vieram dizer que, afinal, o apartamento tem 74 m2 e não os 30 m2 anunciados pelo André.
Mas temos de ver que a área que diz na matriz inclui, além da área do apartamento, a área das zonas comuns (escadas, corredores, elevador) e das paredes. Por exemplo, quando em 1993 comprei um ardarzinho para os meus pais e irmãos mais novos não terem de viver numa barraca, na matriz dizia "118 m2") mas, de facto, a área útil dentro das paredes tinha apenas 67 m2 de área, isto é, de área da cozinha, sala, corredor, casas de banho e quartos somada.
Por isso, acho mais do que natural que os 74 m2 brutos se reduzam a 60m2 úteis dentro do apartamento. Acrescenta que vivem lá duas pessoas pelo que o André apenas tem 'direito' a metade da área.
Se dividirmos os 60m2 por duas pessoas, dá exactamente, 30 m2 como o espaço habitacional usado pelo André.
Seria como um imigrante a viver numa pensão.
Vamos supor que a pensão tem uma área de 1200 m2 de área bruta, com 100 quartos onde vivem 600 imigrantes, 6 em cada quarto.
Acham lícito um qualquer vir dizer "este imigrante diz que é pobre mas vive numa casa de 1200 m2"?
Esta é a resposta que o PSD precisa para compreender como a Constituição não serve.
Houve um debate qualquer onde o do CHEGA disse ser necessário alterar a Constituição e logo o do PSD atacou com uma pergunta de algibeira "O que alteraria na Constituição para resolver o problema da habitação?"
O do CHEGA patinou mas eu vou responder.
O problema da habitação está no Art. 65.º - Habitação e Urbanismo da CRP.
Artigo 65.º-Habitação e urbanismo
1. Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
Ao 'garantir o direito' a uma habitação com determinadas características, abre a porte a ser proibido a pessoa ter uma habitação em acordo com os seus rendimentos. Se uma pessoa ganha para comer frango, não pode o estado proibi-lo de comer frango sem lhe dar nada porque 'tem direito a comer caviar'.
Qual o ganho que têm os 20 imigrantes do Bangladesh que o Comunista Moedas proíbe de viver numa cave de uma loja? Se eles estão lá e se a Câmara não lhes dá melhor é porque é o melhor que podem para os rendimentos que têm.
Não é preciso proibir que as pessoas vivam debaixo de água.
E qual é o prejuízo para os outros de essas pessoas viverem à lota? Nenhum. Querem-nas como sem abrigo, a viver cobertos com papelões, a tomar banho e a fazer as necessidades maiores e menores no passeio?
4. O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais definem as regras de ocupação, uso e transformação dos solos urbanos, designadamente através de instrumentos de planeamento, no quadro das leis respeitantes ao ordenamento do território e ao urbanismo, e procedem às expropriações dos solos que se revelem necessárias à satisfação de fins de utilidade pública urbanística.
Planeamento é uma coisa dos comunistas. Cortar isto e acabar com o PDM. Se alguém quer construir uma casinha, o direito à habitação deve valer contra o direito dos comunistas fazerem planeamento.
E o art. 66.º tem mais problemas.
É só proibições com o argumento do bem comum.
O principal é o bem privado e, depois, naturalmente, uma pessoa não vai poder construir uma casa no meio de uma auto-estrada mas tem de a habitação ser protegida relativamente às florestas ou à agricultura.
E há muitos mais problemas espalhados um pouco pelo texto.