quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Querem uma linha de comboio de carga desde Sines até Madrid. Asneira.

O Salazar, quando pensou no Porto de Sines, estava maluco. Imaginou, nos anos 1930, Portugal como o maior império do Mundo, isolado, onde o transporte marítimo faria a ligação entre a metrópole e as pérolas do império. Evidentemente que estava maluco e, além do mais, já passaram 80 anos. Na altura não havia aviões nem camiões TIR.
Nos dias de hoje pensar que Sines vai ser a porta de entrada da Península Ibérica é continuar essa loucura.

A ideia parecer correcta mas a pior das ideias erradas é aquela que parece estar certa.

Primeiro, pensar que, por Sines ser um porto de águas profundas é uma vantagem que vai garantir sucesso ao porto, é não querer ver que os petroleiros descarregam nas bóias e que, com a reabertura do Canal do Suez, os barcos de contentores já não precisam deste tipo de portos. É viver de memórias.
Segundo, Madrid é servido pelo Porto de Valência que dista apenas 350 km em auto-estrada sem portagem. A distância de Sines a Madrid são 660 km, 90% em auto-estrada, mas as portuguesas têm portagem.


Terceiro, 0 transporte ferroviário de contentores não é competitivo relativamente ao transporte em Camião TIR. O Camião carrega o contentor em Sines e leva-o até ao destino, por exemplo, na Zona Industrial de Valadolide. De comboio, tem que fazer não sei quantos transbordos, paragens e esperas.
Quarto, Portugal gastou milhares de milhões de Euros em auto-estradas pelo que não pode agora fazer novas infra-estruturas para lhes retirar movimento. O guterrismo-socratismo cometeu a loucura de fazer auto-estradas onde não viaja ninguém. Este governo quer retirar das auto-estradas o pouco transito que têm. E depois quem as vai pagar? Mais impostos.
Pensar que Sines, com ou sem linha de caminho de ferro é alternativa a Valência, é de uma loucura. Vai ser enterrar mais uns milhares de milhões de euros num projecto que não tem qualquer viabilidade.

No fundo, os governantes são todos iguais: a principio parecem competentes. com o passar do tempo ve-se que têm competência duvidosa, que decidem com base em pareceres errados e que querem mostrar obras megalómanas sem utilidade nenhuma.

Pedro Cosme Costa Vieira

1 comentários:

JSeixas disse...

O seu texto é um conjunto de imprecisões para não chamar outro nome, a começar pelo pobre Salazar que desconhecia haver um porto de águas profundas em Sines e a terminar em todas as outras considerações. Melhores cumprimentos. JS

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