terça-feira, 20 de abril de 2021

A SuperLiga Europeia é igual ao Troféu dos Cinco Violinos

Os clubes de futebol jogam futebol e muito mais coisas.

Muitos dos clubes de futebol nem sequer têm futebol no nome como, por exemplo, o Sporting Clube de Portugal ou o Atlético Clube de Madrid e, mesmo os que têm, por exemplo, o Futebol Clube do Porto, incluem muitas outras modalidades desportivas, desde a natação ao judo passando pelo ciclismo e pelo hóquei em patins.

Os jogadores de futebol dos grandes clubes são profissionais mas, na generalidade dos clubes, os jogadores têm outras actividades profissionais fora de campo. Mas, mesmo os melhores jogadores do mundo como o Ronaldo ou o Méssi, têm a maior parte dos seus rendimentos de actividades ligadas à publicidade.

 

As equipas de futebol jogam torneios enquadrados na UEFA e na FIFA mas não só.

Todos nós já ouvimos falar do Troféu dos cinco Violinos que é organizado pelo SCP. Este troféu é um jogo que decorre em finais de Julho / princípios de Agosto entre o Sporting e uma equipa convidada. Reparem bem: a equipa é convidada pelo SCP, sem qualquer critério desportivo.

E existem, regularmente, torneios entre os "gigantes europeus" nos USA ou na China para fazer uns cobres. Por exemplo, a International Champions Cup tem jogos nos USA, China, Europa e Austrália e fazem parte desta "brincadeira" 15 equipas nas quais está o Benfica:

América do México, Barcelona, Benfica, Chelsea, Fiorentina, Inter de Milão, Los Angeles Galaxy,  Manchester City, Manchester United, Milan, New York Red Bulls,  Paris Saint-Germains,  Real Madrid, Roma e  San José Earthquakes.

Cai na classe dos "jogos particulares" e os clubes têm total liberdade para fazerem os jogos que quiserem. Inclusive, podem alterar as regras do jogo, por exemplo, fazer 10 substituições ou reduzir o tempo de jogo a apenas 30 minutos.

Tanto quanto sei, a UEFA nem a FIFA disseram nada sobre isto. E os nossos jornalistas desportivos não se indignaram por a pertença a este grupo ser por convite.

 

As equipas querem um modelo semelhante ao do pugilismo.

Os pugilistas não podem ter um combate todas as semanas, o corpo não aguenta.  Por exemplo, o Floyd Mayweather Jnr. realizou 50 combates em 25 anos, o que dá uma média de 2 combates por ano.

Para maximizar o interesse na modalidade (e a capacidade de gerar dinheiro) é os combates serem "desafios" onde o vencedor ganha pontos em função da categoria do adversário. Por exemplo, se A ganha a B que tem 140 pontos (dos últimos 5 anos), vai somar 14 pontos ao seu palmarés (supondo que, em 5 anos, faz 10 combates, cada vitória divide os pontos do derrotado por 10).

Esta metodologia também existe no Golf, Judo e muitos mais desportos em que os torneios são independentes e "privados" mas a "federação" atribui pontos em função da dificuldade do torneio. Por exemplo, o Europeu de Judo dá mais pontos para o ranking do atleta vencedor do que o Judo Grand Prix de Tel Aviv.

 

Imaginemos um campeonato de futebol.

Mesmo que digamos que, em Portugal, os clubes são todos iguais, em termos de geração de receitas televisivas, os jogos entre o Benfica, o Porto e o Sporting geram muito mais receitas.

Para maximizar o negócio do futebol, o campeonato deveria ter "três voltas" entre estas 3 equipas mais a quarta  classificada no ano anterior. Desta forma, haveria 36 jogos entre os "4 grandes" (em vez de 2 jogos, haveria 6 jogos, por exemplo, entre o Porto e o Benfica, três em casa e três fora). Para manter o mesmo número de jogos, os "4 grandes" jogariam apenas um jogo com os últimos classificados do campeonato anterior.

Desta forma, todos os fins de semana haveria um jogo entre duas equipas dos "4 grandes" o que iria gerar muito mais receitas e dar mais emotividade ao campeonato.

 

O futebol não é desporto, é um negócio.

As pessoas confundem actividade física com desporto que é uma actividade realizada para nos divertirmos.

Apesar de jogarmos futebol com os nossos amigos ser um divertimento, aquilo que os jogadores profissionais fazem é trabalho e os clubes profissionais são empresas que procuram o lucro máximo.

Actualmente, nas olimpíadas, já em nenhuma modalidade existem "desportistas" mas apenas trabalhadores que vivem de resultados e de patrocínios públicos e privados.

Não vale a pena vivermos na ilusão de que os grandes clubes de futebol podem pagar milhões de euros a jogadores e treinadores mas que não podem maximizar as suas receitas.

 

A Superliga Europeia é um torneiro particular como outro qualquer.

Não vejo como a lógica ou legalidade de a UEFA proibir os clubes de participar neste torneio.

É que até o mais lógico é os "clubes" utilizarem jogadores diferentes, numa espécie de franchising, apenas com o objectivo de equilibrar as contas.


1 comentários:

Silva disse...

A FIFA/UEFA/Federações têm lixado à grande os clubes, utilizando os seus jogadores para os torneios de selecções.

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