terça-feira, 10 de agosto de 2021

Aquecimento da Terra = mais deserto?

Nos últimos 600 anos aumentou muito o conhecimento da meteorologia mas ...

Esse conhecimento não passou para as pessoas "comuns".

E muito menos passou para a comunicação social e para os "cientistas" do aquecimento global.

Até ao dia de hoje ainda não vi um único "especialista" que percebesse o mínimo sobre o funcionamento dos climas na Terra.

Porque será que há o deserto do Saara e, em latitudes semelhantes, na Mongólia ou, em latitude simétrica, o deserto australiano, do  Namibe e ou de Atacama e Sertão Nordestino?


O que pensavam os europeus nos anos de 1400?

Na Europa, se caminharmos para Norte, fica cada vez fica mais frio e húmido e, se caminharmos para Sul, fica cada vez mais quente e seco. No ano de 1400, o limite conhecido a Sul era o deserto do Saara e a norte era o mar congelado.

Estendendo esta tendência, caminhando mais e mais para Sul, ficaria cada vez mais calor até que a água do mar entrava em ebulição, dando origem às nuvens. Ainda mais para sul, a temperatura seria de tal ordem elevada que tudo estaria fundido, tudo transformado num enorme mar de lava.

Naturalmente que nada disto era verdade. Depois do Saara vinham as zona equatoriais, quentes mas com muita chuva, e passando o Equador, invertia-se a tendência e repetia-se o clima temperado do Hemisfério Norte. 


O que pensam hoje os "cientistas do aquecimento global"?

Continuam a pensar que o calor está associado com o deserto. Então, se a Terra aumentar de temperatura, passará a haver menos chuva.

Dizem isto porque não se lembram que na Floresta Amazónica ou na Bacia do Congo, o calor é imenso e chove como em mais nenhum outro lugar da Terra.

Digamos que não compreendem como funciona o clima, porque razão há floresta tropical no equador, deserto nos trópicos e clima temperado na Europa.

Vamos ver se consigo explicar o funcionamento do clima à escala planetária!


1 = A temperatura da Terra.

A luz do Sol atinge o topo da atmosfera terrestre com uma intensidade que varia entre 1322 W/m2 (no Periélio - quando está mais longe do Sol) e 1413W/m2 (no Afélio - quando está mais próximo do Sol). Cerca de 25% dessa energia é absorvida pela atmosfera antes de atingir a superfície. 

Porque a Terra é uma esfera e a luz do Sol atinge, aproximadamente, o equador de forma perpendicular, no equador (ponto B), a intensidade de energia por m2 de superfície é maior do que nas zonas mais próximas dos polos (ponto A).

Sendo a intensidade da luz solar em Manaus de 1000W/m2 (latitude próxima de 0º N), em Londres (latitude 51,5º N) já só é de 350W/m2.

Londres tem um clima muito mais frio (temperatura média de 10,8ºC) do que Manaus (temperatura média de 26,4ºC) porque recebe muito menos energia solar. Não é por mais causa que não seja a inclinação da superfície (a latitude) relativamente aos raios solares.


Fig. 1 - Efeito da latitude na intensidade da luz solar (no ponto A é menor porque a mesma energia é espalhada por maior superfície)


2 = A "fuga" para o Espaço da energia solar e a dinâmica vertical da atmosfera.

Ao atravessar a atmosfera, a energia perdida vai aquecer o ar. 

A energia que atinge a superfície vai aquecer o chão que também volta para a atmosfera na forma de calor e de vapor de água.

Se a energia não escapasse da atmosfera, esta iria aquecer até ao infinito. O que acontece é que o ar em "contacto" com o Espaço vai arrefecer pela emissão da energia na forma de luz infravermelha (que é proporcional ao cubo da temperatura, E = K*T^3).

A quantidade de energia emitida é exactamente igual à energia recebida.

Como o ar quente (e húmido) é menos denso que o ar frio (e seco), haverá um movimento ascendente de ar quente e húmido (vento ascendente) até à "fronteira do espaço" (onde vai perder a energia) e um movimento descendente de chuva e de ar frio. 


2 = A dinâmica vertical e em altitude  (no hemisfério Sul, o movimento é simétrico).

O ar sobe nos locais que recebem mais energia, no equador, mas o ar frio não pode descer no mesmo sítio onde está a subir.

A chuva pode cair no Equador porque não prejudica que o ar quente e húmido continue a subir (as gotas são uma ínfima percentagem do "caminho") mas o ar não.

 

Fig. 2 - Tal como o ar, não é possível o povo entrar e sair do autocarro pela mesma porta.
 

Como o ar não pode descer no Equador, vai caminhando para Norte em altitude, onde vai arrefecendo para a Espaço e ficando mais seco pela queda da chuva. A dada altura, nos trópicos, está em condições de descer, frio e seco.

Ao descer seco, vai gerar o deserto do Saara. Apesar de o ar descer frio, a luz do sol ainda tem muita intensidade (mas menor do que em Manaus) pelo que a superfície vai ser quente.


Fig. 3 - O ar (quente e húmido) sob no Equador e desce (frio e seco) nos trópicos.

Mas porque o ar não desce no Polo Norte?

Porque a perda de temperatura e de humidade em altitude não permite que o ar tenha energia suficiente para chegar ao Polo Norte.

O ar no chão é mais quente do que em altitude (porque recebe a luz directa do Sol e o calor indirecto do chão). Como o ar quente e húmido do equador vai perdendo capacidade de flutuar, acaba por ficar mais frio e seco que o da superfície, caindo a "meio caminho".

A ar ao descer nos trópicos cria o deserto do Saara (e os outros desertos quentes) e, vai arrastar o ar do norte para baixo, iniciando a "célula temperada".

Fig. 4 - A atmosfera tem 3 células Equador-Polo com duas zonas de chuva e duas zonas de deserto

Apesar de não estar representado nas figuras 3 e 4, o ar chegando ao chão, vai movimentar-se em sentido contrário ao movimento em altitude (para que a atmosfera não "esvazie" nos locais onde o ar sobe). 

3 = A dinâmica local.

Com na superfície terrestre não é homogénea, existe terra e mar, montanhas e planícies, a dinâmica geral da atmosfera sofre, localmente, alterações.

Acresce que o eixo da Terra não é vertical (faz um ângulo de 23°) o que faz com que o "equador solar" oscile ao longo do ano, estando no Verão mais para Norte e no Inverno mais para Sul, criando as estações do ano.


O que é o "aquecimento global"?

Vimos que a energia escapa da atmosfera para o Espaço segundo a proporção E = K*T^3.

A "teoria do aquecimento global" diz que a constante K diminui se a quantidade de CO2 na atmosfera for maior.

Ao diminuir K, para emitir para o Espaço os mesmos 1367 W/m2 que, em média, chegam do Sol, a temperatura da atmosfera tem que ser maior.

Se, por exemplo, K diminuir 1%, a temperatura irá aumentar 0,33%.


Qual o impacto no clima da atmosfera aquecer?

Vamos supor que a temperatura média da Terra aumenta drasticamente, não 1,5ºC mas 20ºC.

Em termos de "pensamento directo", a temperatura média de Manaus ficará nos 46,4ºC e a de Londres ficará em 30,8.ºC.

Talvez Manaus ficasse menos habitável mas o Canadá e a Sibéria ficariam habitáveis, compensando.

Mas estas temperaturas não vão ser observadas por causa da evaporação da água aumentar com a temperatura! Se a temperatura aumentar de 1ºC, a evaporação da água aumenta 6,3%. Ao aumentar 20.ºC, nos oceanos a evaporação aumentaria 126%.

Haver mais humidade no ar torna o ar menos denso o que, juntando a temperatura mais elevada, vai aumentar a dinâmica do ar, havendo mais chuva (nos locais onde actualmente há chuva) e mais vento.

Se hoje chovem 3000mm/ano em Manaus, passariam a chover 6780mm/ano. 


Será que em Portugal a chuva iria diminuir?

Antes pelo contrário. Mais temperatura leva a maior evaporação que leva a mais chuva. O previsivel seria a mais do que duplicação da pluviosidade.

Mesmo com um aumento médio de 20.C, a maioria do planeta continuaria habitável e, por causa do aumento da dinâmica da atmosfera, nunca será possíveis esse aumento de temperatura.


Mas os especialistas dizem que o Deserto do Saara se vai expandir para Portugal!

Voltemos à Fig. 4. A atmosfera da Terra tem 3 células com descida de ar aos 33º (o Deserto do Saara) e aos 90º (Deserto gelado).

Se a atmosfera tiver apenas duas células, o deserto passa para 45º mas essa "solução" não é possível porque obrigaria a que o ar subisse nos pólos.

É obrigatório que o ar suba no Equador e desça nos pólos pelo que apenas por haver um número ímpar de células (uma geral, três como existem ou cinco).

Nenhum modelo consegue "estabilizar" uma atmosfera com uma célula  (a Terra é grande de mais) ou cinco células  (a Terra é pequena de mais) pelo que, mesmo que a temperatura aumente 20ºC, nunca o Deserto do Saara se pode expandir para Norte. 


Plantar a "muralha verde" para combater o deserto é uma perda de tempo e de dinheiro.

O Deserto do Sara não é um deserto por não ter árvores mas, pelo contrário, não tem árvores porque é um deserto (não chove por, como já vimos, o ar descer seco).

Pensar que plantar milhões de árvores ou fazer seja o que for (não deixar arrancar as azinheiras que não servem para nada) vai travar a desertificação é uma banhada porque nem o deserto vai aumentar nem é possível diminuir pela acção humana.

Bem sei que o Homem sempre tentou ser o centro do Universo mas, pelo menos relativamente às células atmosféricas (e consequente clima), nada pode fazer de bom nem de mau.

Bons banhos que a água do Algarve, dizem, está gelada (é bom para as gordas que aguentam mais).


4 comentários:

Anónimo disse...

https://barradeferro.blogs.sapo.pt/ar6-i-178655

ADM disse...

a temperatura no solo é maior do que em altitude devido à pressão (termodinamica)...

o sul do Saara já foi verde e voltará a ser. a plantação de corredor verde no sahel é um negócio da China para os séculos vindouros...

o clima varia devido ao sol. parece que as calotes polares de Marte também derreteram no pico do ciclo solar 24 https://skepticalscience.com/global-warming-on-mars.htm

há 20000 anos atrás o Douro+Ave+Leça dasaguavam no mar 50 km a oeste de Viana do Castelo. Na pequena idade do gelo 1645-1715 o rio Tamisa congelava no inverno em Londres e faziam-se lá feiras https://en.wikipedia.org/wiki/River_Thames_frost_fairs

a água do Algarve está a ficar fria assim como todo o Atlantico... as sardinhas estão a migrar para sul à procura de aguas quentes (a industria conserveira sabe disso)
https://www.sciencedaily.com/releases/2021/08/210805115420.htm

o aquecimento global humano é outro esquema tipo covid, para sacar impostos e poder de compra ao gado humano...

Anónimo disse...

Professor, dedique-se à economia... que de climatologia não pesca nada.

Silva disse...

1º Movimento de rotação da Terra que cria o dia e noite

Aquece durante o dia
Arrefece durante a noite
Impulsiona os ventos
Impulsiona as correntes marítimas

2º Movimento de translação da Terra e inclinação do eixo da Terra que criam as estações do ano

Aquece no Verão
Arrefece no Inverno

Fases da lua

Determina as marés
Impulsiona as correntes marítimas

Vulcões (erupções)

Aumentam as emissões de CO2 (muito mais que qualquer combustão)

Oceanos

Aumentam as emissões de O2 (muito mais que qualquer floresta)


Fixação de carbono

Qualquer ser vivo fixa carbono

Entre 15% a 20% nos seres humanos e outros mamíferos e aves (cães, gatos, ratos, coelhos, galinhas, codornizes, faisões, perdizes, pombos, rolas, patos, gansos, perus, avestruzes, ovelhas, vacas, cabras, porcos, peixe, etc.)

Florestas e agricultura ajudam a fixar carbono.

Marisco (ameijoas, mexilhões, ostras, berbigão, etc.) fixam carbono.



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